sexta-feira, 29 de julho de 2011

Agradecimentos

Dimensão Experimental (Álvaro Saboia, Klaus Farina e José Altamiro)Foto: José Altamirio

O grupo Dimensão Experimental vem agradecer a todos amigos, simpatizantes e o público em geral que compareceu e prestigiou mais uma edição do projeto Música, Cinema e Memória inclusive aos patrocinadores e apoiadores: Sindbancários, Cinebancários,Snoopy Bar, IECINE, IEM, MUSECOM, E O Vídeo Levou, e Jornal Vaia. Desde já estão todos convidados para as próximas edições.

Foto: Rose Broca.
Esta fotografia flagra uma das cenas finais do filme "Lès Mystères du Chateau du Dé" (1929) de Man Ray. A sequência musical é o sexto movimento da suíte "Os Mistérios do Castelo de Dados" - "Dois passageiros que permanecerão" - (Farina/Sabóia), que foi musicado e performado ao vivo pelo grupo Dimensão Experimental na segunda feira da semana passada dia 18 de julho no Cinebancários. A suíte em seis movimentos "Os Mistérios do Castelo de Dados" foi composta originalmente por Klaus Farina que escreveu todos os seis movimentos apresentando a música praticamente pronta. Contudo, parecia estar faltando algo no final do sexto movimento que pudesse dar uma integração plena entre imagem e som. Foi então que com uma contribuição adicional de Álvaro Sabóia a suite "Os Mistérios do Castelo de Dados", ganhou um melhor acabamento, digno de um grand finale. A suite "Os Mistérios do Castelo de Dados" foi arranjada coletivamente por todos os integrantes do grupo Dimensão Experimental. Este filme e a música composta especíalmente para esta película tornaram-se os grandes destaques desta segunda edição do projeto "Dimensão Experimental - Música, Cinema e Memória" no Cinebancários conforme opinião do público presente.

Dimensão Experimental caricatura de autoria de Marcus Schulten

Álvaro Saboia em ação. Foto: Rose Broca

Palestrantes: Iara Noemi e Gilka Vargas. Foto: Evandoir Santos
A palestra ministrada por Iara Noemi e Gilka Vargas atingiu um nivel superior das vezes anteriores. A participação do público também vem aumentando o nível da discussão. Entre as colocações do público cabe destacar uma sobre uma possivel e talves provavel influência da filosofia de Nietzsche em vários dos trabalhos destes cineastas experimentais dos anos 1920 como Walter Ruttmann, Hans Richter, Fernand Léger, Man Ray, Ralph Steiner, Viking Eggeling entre outros.

Chegada do público. Foto: Evandoir Santos

Klaus Farina e Álvaro Sabóia confraternizando-se com o público. Foto: Evandoir Santos

Foto do Dimensão Experimental: José Altamirio

Chegada do público por outro ângulo. Foto: Evandoir Santos

domingo, 17 de julho de 2011

Música, Cinema e Memória II



Caricaturas do Dimensão feitas por Marcus Schulten





Amanhã dia 18 de julho de 2011 o grupo Dimensão Experimental vai apresentar mais uma edição do projeto de sua autoria Música, Cinema e Memória no Cinebancários rua General Cãmara 424 ás 19 horas com entrada franca.


Com patrocínio do Sindbancários, CineBancários e Snoopy Bar e apoio do IECINE, IEM, MUSECOM, E O Vídeo Levou e Jornal Vaia, o grupo Dimensão Experimental apresenta, no dia 18 de julho, às 19h, o projeto “Música, Cinema e Memória”. Serão projetados e performados, com musical contemporâneo próprio e ao vivo, vídeos experimentais de artistas dadaístas e surrealistas como Man Ray, Walter Ruttmann, Hans Richter e Viking Eggeling.
Durante a ação educativa haverá um debate com as diretoras de arte Gilka Vargas e Iara Noemi, ambas atuantes do mercado audiovisual de Porto Alegre desde 1996. O encontro tem como tema a importância histórica do cinema de vanguarda, pautando a influência estética dos vídeos experimentais no cinema atual.
O projeto Música, Cinema e Memória, de autoria do grupo DIMENSÃO EXPERIMENTAL, formado por Klaus Farina (teclados/guitarras/flauta/programação eletrônica), Álvaro Sabóia (teclados harmônica e cromática) e José Altamirio (percussão, escaleta e lira metálica), foi lançado em setembro de 2010 na Sala de Cinema Paulo Amorim da Casa de Cultura Mario Quintana. Neste ano, “Música, Cinema e Memória” acontece uma vez a cada três meses, sempre às segundas feiras no CineBancários. A primeira edição aconteceu em 14 de abril passado quando foram performados musicalmente ao vivo filmes de Man Ray, Marcel Duchamp, Ralph Steiner, Alvin Knechte e Fernand Léger. A ultima deste ano está prevista para o dia 17 de outubro

OBJETIVO

A intenção do Grupo Dimensão Experimental é oferecer ao espectador através de composições contemporâneas próprias a possibilidade do contato com um dos movimentos mais criativos que se produziu na história do cinema em seus primórdios, através de filmes até pouco tempo inéditos ou desconhecidos para o publico, em sua maioria, resgatando um pouco da magia do cinema mudo, musicando alguns dos clássicos do cinema avant-garde dos anos 20.
O projeto tem por característica a ação cultural, através da projeção dos filmes e performance musical ao vivo, e de uma ação educativa com a realização de palestra e debate sobre a importância histórica do cinema avant-garde, com participação do público e de pessoas especializadas em cinema, história do cinema (historiadores, jornalistas, antropólogos, cineastas...) contextualizando-o, tendo como uma das pautas a influência da vanguarda no cinema, contrastando o passado com o presente, em especial as diferenças de paradigma da época em que eclodiu, quando as utopias e a revolução estavam na ordem do dia em contraposição com o momento atual em que estas mesmas utopias parecem esvaziadas com o objetivo de avaliar as perspectivas de um cinema experimental na atualidade por ocasião das novas tecnologias (cinema tridimensional, digital etc.).

SINOPSE DOS FILMES DA II EDIÇÃO (18/07/2011)
“Opus III” (1924) – 3 min. – Walter Ruttmann

Música: Opus Fócus (Farina/Sabóia)

Walter Ruttmann, (que junto com Hans Richter e o pintor sueco Viking Eggeling) foi um dos expoentes do cinema de animação experimental produzido na Alemanha dos anos 1920. Ruttmann produziu entre 1921 e 1925 a série de animação abstrata “Opus” que consistia na manipulação de formas geométricas. Alguns destes filmes foram coloridos à mão.
Opus III de 1924 é um destas seqüências de sonhos animados que serviriam de inspiração para que o próprio Ruttmann fizesse algumas partes do cenário do filme Die Nibelungs (1924) de outro grande cineasta alemão, Fritz Lang.
Em 1927, Walter Ruttmann realizou seu mais importante filme experimental desta fase “Berlin, Symphone of a Great City”, um dia em Berlin (um ano, em 1926, antes Alberto Cavalcanti fez “Rien que les Heures” sobre o cotidiano parisiense) e que influenciaria vários cineastas da época que se depuseram a documentar as grandes metrópoles de seu tempo no que ficou conhecido como “Sinfonias das Cidades”.

“Inflation” (1928) – 3 min. – Hans Richter

Música: Inflação (Farina/Sabóia)

O tema da inflação nunca havia sido tratado no cinema da forma como Hans Richter se propôs a demonstrar. De maneira irônica e bem humorada Richter trabalhou uma questão que perturbava a sociedade alemã dos anos 1920. É incrível como Richter, em Inflation, um curta-metragem experimental, que através do ritmo em aceleração (do lento ao rápido e deste para o muito rápido) mostra o processo de desvalorização do poder aquisitivo do povo alemão. No filme, os rostos das pessoas expressam perplexidade diante da situação caótica em vivem. Usando a sobreposição de imagens, Richiter foi implacável ao inserir a figura de um banqueiro fumando um charuto bem tranqüilo e satisfeito com seus lucros cada vez maiores indiferente ao que se passa ao seu redor. Em tom de humor mórbido, Richter incluiu o personagem do trabalhador que se espanta ao ler no jornal a cotação do marco, tirando em seguida seu chapéu da cabeça estendendo o braço, vindo a pedir esmola.
A questão da inflação é um tema sempre atual quando refletimos sobre as falhas do sistema capitalista. Inflation é um filme raro e pouquíssimo conhecido inclusive por muitos cinéfilos.
Hans Richter também trabalhou com cinema de animação experimental com sua famosa série, “Rhythmus” produzida durante a primeira metade da década de 1920.

“Symphone Diagonale” (1924) 7 min. – Viking Eggeling

Música: Sinfonia Diagonal (Farina/Sabóia)

Uma obra prima do cinema de animação experimental abstrato é assim que é definido Symphone Diagonale do pintor e cineasta sueco Viking Eggeling.
Eggeling viveu em Paris entre 1911 e 1915, onde desenvolveu a técnica de animação em pinturas. Em 1917, foi para Zurique centro de efervescência do Dadadísmo. Foi lá que conheceu Hans Richter com quem passou a trabalhar. Mantendo-se aferrado no difícil trabalho de animar arabescos, as quais envolviam séries de figuras em seqüência, algo como quadros de um filme de animação, Eggeling, auxiliado por uma namorada, produziu durante o verão de 1923 e concluído no começo de 1924 Symphone Diagonale que só estrearia no ano seguinte.
No entanto, Viking Eggeling não pode estar na premiére, pois adoecera vindo a falecer 16 dias depois da estréia de Symphone Diaggonale.
Alem de deste clássico Eggeling fez outros dois filmes de animação experimental abstrata importante: Parallèle e Horizontale ambos de 1924.

“Les Mystères du Château de Dé” (1929) – 20 min. – Man Ray
Música: Os Mistérios do Castelo de Dados - suíte em seis movimentos
(Concepção original de autoria de Klaus Farina com colaboração adicional de Álvaro Sabóia no sexto movimento)
I - Os viajantes: um jogar de dados jamais anulará a sorte. (Farina)
II - Viajando a um estranho destino, um castelo.(Farina)
III - Personne, personne: Les Secrets de la Peinture.(Farina)
IV - Piscinema: um jogar de dados jamais anulará a sorte.(Farina)
V - Minerve Casquée.(Farina)
VI - Dois passageiros que permanecerão. (Farina/Sabóia)

Les Mystères de Château de Dé é um filme surrealista, um jogo pitoresco improvisado de Man Ray num período em que esteve como convidado no Castelo do Conde de Noailles. O filme retrata dois viajantes partindo de Paris para a Villa Nailles, em Hyères. A jornada começa quando os dois personagens mascarados em um café à noite decidem suas ações jogando dados. As mãos são de manequim e os rostos sem detalhes. Em seguida a dupla parte em busca de seu destino, viajando pelo interior da França, chegando a um Castelo moderno porem com partes antigas. Elementos do exterior e interior do castelo são apresentados em relações de várias texturas mostrando inclusive esculturas de Pablo Picasso e Joan Miró, assim como um jardim cubista em Vila Noailles. Finalmente, somos apresentados a quatro invasores que jogando dados renunciam a sua sorte partindo para uma piscina coberta fazendo malabarismos até sumirem na tela. O Movimento da câmera externa mostra os dois viajantes chegando ao local novamente jogando dados se preparando para passar a noite levando o filme a um final abrupto. Les Myteres du Château de Dé foi o filme mais longo que Man Ray dirigiu em sua carreira.

DIMENSÃO EXPERIMENTAL

Com uma atmosfera sonora que busca combinar a tecnologia e acústica, o grupo Dimensão Experimental tem como proposta musical a fusão do erudito e o popular com o jazz e o rock progressivo-experimental criando com isto uma estética própria, através de seqüências harmônicas por vezes pouco convencionais servindo-se como complemento, de películas e imagens digitalizadas, podendo ser uma evocação ou assimilação das vanguardas históricas, enquanto ruptura com produções conformistas contrastando passado e presente por meio das diversas formas de expressão cultural do homem, de lado a lado com o tempo e o cotidiano.
O grupo Dimensão Experimental foi criado em setembro de 1991 e o nome do foi inspirado no titulo do filme avant-garde / experimental do cineasta americano Dwinnel Grant “Three Dimensional Experiments” de 1945. Ao longo de sua história o grupo Dimensão Experimental realizou vários trabalhos destacando-se seu álbum estréia “A Dimensão Experimental” (1993), as trilhas sonoras dos documentários “Porto Alegre” (1993), “Taím, um Paraíso Ecológico” (1994), “Torres” (1995) e “55 Anos do Sesi” (2002) produzidos pela extinta Vídeo – Puc. Participou de vários projetos culturais promovidos pela prefeitura de Porto Alegre como “Musica Instrumental no Gasômetro”, “Fim de Tarde” entre outros se apresentando em vários palcos da capital como: Teatro de Câmara Túlio Piva, Sala Radamés Gnatalli, Teatro Renascença, e Terraço de Usina do Gasômetro.
Em 2009, lançou o vídeo All Wright (uma homenagem ao tecladista do Pink Floyd, Rick Wright) e o seu mais novo CD “O Mito do Eterno Retorno” apresentando-se ao vivo na Sala Álvaro Moreyra, no Teatro Carlos Carvalho (“36 Horas de Cultura” promovido pela CCMQ), bem como nos projetos “Viver e Inspirar Cultura – Arte para Elis” na Sala-acervo Elis Regina (09/05/2010) e “Musica Instrumental” no Teatro Carlos Carvalho (06/07/2010), ambos promovidos pela CCMQ.

ROTEIRO DO PROJETO “MÚSICA, CINEMA E MEMÓRIA II”

FILME / APRESENTAÇÃO AUTOR MÚSICAS
1 - Apresentação do filme
2 - Opus III (1924) 3 min. Walter Ruttmann 1 - “Opus Focus”
(Farina/Sabóia)
3 - Apresentação do filme
4 - Inflation (1928) 3min. Hans Richiter 2 - “Inflação”
(Farina/Sabóia)
5 - Apresentação do filme
6 - Symphone Diagonale (1924) 7 min. Viking Eggeling 3 - “Los Cabalarianos del Río de la Plata”
(Farina/Sabóia)
7 - Apresentação do filme
8 - Lês Mytéres du Chateau du Dé (1929 ) 20 min. Man Ray 4 - “O Mistério do Castelo de Dados” – suíte em seis movimentos (Concepção original de autoria de Klaus Farina com colaboração adicional de Álvaro Sabóia no sexto movimento)
I - Os Viajantes, um jogar de dados jamais anulará a
sorte. (Farina)
II - Viajando a um estranho destino, um castelo.(Farina)
III- “Personne”, “Personne”, Lês Secrets de la Peinture.(Farina)
IV - “Piscinéma”, um jogar de dados jamais anulará a sorte.(Farina)
V - Minerve Casquée (Farina)
VI - Dois passageiros que permanecerão.(Farina/Sabóia)
9 - Palestra sobre a importância do cinema avant-garde dos anos 20 do séc. XX.


• Performance musical do grupo Dimensão Experimental constituído por:
• Álvaro Sabóia – Teclados, Harmônica e Cromática.
• José Altamirio – Percussão Acústica, Escaleta e Lira Metálica.
• Klaus Farina – Teclados, Guitarras, Flauta e Programação e Percussão Eletrônica.
• Operação e Equipamento de Som: Mozart Moreira Dutra
• Palestrantes: Gilka Vargas e Iara Noemi
• Fotografia do grupo Dimensão Experimental: Arthur Castilhos
• Câmeras: Yuri Hendrick e Diego Abreu
• Projeto de autoria do grupo Dimensão Experimental
• Músicas compostas e arranjadas pelo grupo Dimensão Experimental
• Produção e Direção: Dimensão Experimental
• Produção Executiva: Álvaro Sabóia e Klaus Farina
• Edição de imagem: Mauro Amaral, Érico Moraes e Klaus Farina.
• Pesquisa Histórica e Direção Geral: Klaus Farina
• Apoio: Sindbancários e Cinebancários e Claus Farina Cia. LTDA.
• Contatos:
• www.dimensaoexperimental.blogspot.com
• E-mail: clausfarina@yahoo.com.br
• Fones: 51 84294457 ou 51 33325412

terça-feira, 12 de julho de 2011

Dimensão Experimental - Música, Cinema e Memória (Ruttmann, Eggeling e Richter)



Na próxima segunda-feira dia 18/07/2011 ás 19 horas no Cinebancários (rua General Câmara 424) vai acontecer mais uma edição do projeto Música, Cinema e Memória de autoria do grupo Dimensão Experimental. Nesta ocasião serão performados com musica autoral do Dimensão Experimental os filmes avant-garde dos cineastas Walter Ruttmann (Opus III de 1924), Hans Richter (Inflation de 1928), Viking Eggeling (Symphonie Diagonale de 1924) e Man Ray (Lês Mystères du Chateau du Dé de 1929).
Hoje estamos publicando as biografias de Walter Ruttmann, Viking Eggeling e Hans Richter. Man Ray já teve sua biografia publicada anteriormente quando da edição anterior do Música, Cinema e Memória em abril passado.
O projeto Dimensão Experimental - Música, Cinema e Memória tem o patrocínio do Sindbancários, Cinebancários e Snoopy Bar e apoio do IECINE, IEM, MUSECOM, E O Vídeo Levou e Jornal Vaia.



Walter Ruttmann

Filmstudie (1926) de Hans Richter

WALTER RUTTMANN

Walter Ruttmann (28 de dezembro de 1887 - 15 de Julho de 1941) foi um alemão diretor de cinema e, juntamente com Hans Richter e Eggeling Viking foi um expoente do filme experimental alemão .
Ruttmann nasceu em Frankfurt am Main , ele estudou arquitetura e pintura e trabalhou como designer gráfico. Sua carreira no cinema começou no início de 1920. Seus primeiros curtas-metragens abstratos, "Opus I" (1921) e "Opus II" (1923), foram as experiências com novas formas de expressão cinematográfica, e a influência destes primeiros filmes pode ser visto no trabalho precoce de Oskar Fischinger. Ruttmann e seus colegas do movimento avant garde enriqueceram a linguagem do cinema através de novas técnicas e formas cinematográficas.
Suas abstrações foram apresentadas no início de 1929 em Baden-Baden Festival de reconhecimento internacional apesar de terem sido feitas quase oito anos antes. Juntamente com Erwin Piscator , ele trabalhou no filme experimental Melodie der Welt (1929), embora ele seja mais lembrado por Berlin: Die Sinfonie der Großstadt (Berlim: Sinfonia de uma Grande Cidade, 1927).
Durante o período nazista, ele trabalhou como assistente de diretor de Leni Riefenstahl em O Triunfo da Vontade (1935). Ele morreu em Berlim .
Filmografia Selecione
• Lichtspiel: Opus I (1921)
• Lichtspiel: Opus II (1923)
• Lichtspiel: Opus III (1924)
• Lichtspiel: Opus IV (1925)
• Berlin: Die Sinfonie der Großstadt (1927) em colaboração com Alberto Cavalcanti
• Melodie der Welt (1929)
• Wochenende (1930) [um filme experimental com som apenas, sem imagem]
• Acciaio (Stahl, 1933)
• Altgermanische Bauernkultur (1934)
• Schiff in Not (1936)
• Mannesmann (1937)
• Henkel, ein deutsches Werk em seiner Arbeit (1938)
• Waffenkammern Deutschlands (1940)
• Deutsche Panzer (1940)
• Krebs (1941)

“Opus III” (1924) – 3 min. – Walter Ruttmann

Walter Ruttmann, (que junto com Hans Richter e o pintor sueco Viking Eggeling) foi um dos expoentes do cinema de animação experimental produzido na Alemanha dos anos 1920. Ruttmann produziu entre 1921 e 1925 a série de animação abstrata “Opus” que consistia na manipulação de formas geométricas. Alguns destes filmes foram coloridos à mão.
Opus III de 1924 é um destas seqüências de sonhos animados que serviriam de inspiração para que o próprio Ruttmann fizesse algumas partes do cenário do filme Die Nibelungs (1924) de outro grande cineasta alemão, Fritz Lang.
Em 1927, Walter Ruttmann realizou seu mais importante filme experimental desta fase “Berlin, Symphone of a Great City”, um dia em Berlin (um ano, em 1926, antes Alberto Cavalcanti fez “Rien que les Heures” sobre o cotidiano parisiense) e que influenciaria vários cineastas da época que se depuseram a documentar as grandes metrópoles de seu tempo no que ficou conhecido como “Sinfonias das Cidades”.

Fonte: Wikipédia Inglesa com adaptação, texto e pesquisa de Klaus Farina

VIKING EGGELING

Viking Eggeling(21 de outubro de 1880, Lund - 19 de maio de 1925, Berlim ) foi um artista e cineasta sueco. Sua obra é de importância na área do cinema experimental, e tem sido descrito como o filme absoluta e Música Visual.
Na idade de dezesseis anos, Eggeling mudou para a Alemanha para prosseguir numa carreira artística. Ele estudou história da arte em Milão 1901-1907, sustentando-se trabalhando como contador. Viveu em Paris de 1911-1915, ele estava familiarizado com Amedeo Modigliani , Hans Arp ., e outros artistas da época.
Em Zurique, em 1918, ele foi apresentado a Hans Richter por Tristan Tzara.
Em 1920 eles começaram a experimentar com filmes. Em colaboração com Erna Niemeyer, Eggeling fez um filme chamado Symphonie Diagonale , que foi concluída em 1924 e exibido pela primeira vez mai 1925, pouco antes de sua morte.

“Symphone Diagonale” (1924) 7 min. – Viking Eggeling

Uma obra prima do cinema de animação experimental abstrato é assim que é definido Symphone Diagonale do pintor e cineasta sueco Viking Eggeling.
Eggeling viveu em Paris entre 1911 e 1915, onde desenvolveu a técnica de animação em pinturas. Em 1917, foi para Zurique centro de efervescência do Dadadísmo. Foi lá que conheceu Hans Richter com quem passou a trabalhar. Mantendo-se aferrado no difícil trabalho de animar arabescos, as quais envolviam séries de figuras em seqüência, algo como quadros de um filme de animação, Eggeling, auxiliado por uma namorada, produziu durante o verão de 1923 e concluído no começo de 1924 Symphone Diagonale que só estrearia no ano seguinte.
No entanto, Viking Eggeling não pode estar na premiére, pois adoecera vindo a falecer 16 dias depois da estréia de Symphone Diaggonale.
Alem de deste clássico Eggeling fez outros dois filmes de animação experimental abstrata importante: Parallèle e Horizontale ambos de 1924.

Fonte: Wikipédia Inglesa com adaptação, texto e pesquisa de Klaus Farina

HANS RICHTER (1888 – 1976)

Os primeiros contatos de Richter com arte moderna aconteceram em 1912 através do " Blaue Reiter "e em 1913 através do" Deutsche Erster Herbstsalon "galeria" Der Sturm ", em Berlim. Em 1914 foi influenciado pelo cubismo. Ele contribuiu para a revista Die Aktion, em Berlim. Sua primeira exposição foi em Munique em 1916, e Die Aktion publicada como uma edição especial sobre ele. No mesmo ano ele foi ferido e dispensado do exército indo para Zurique integrando-se no movimento Dadaísta.
Richter acreditava que o dever do artista era para ser ativamente político, contra a guerra e apoiar a revolução. Seus primeiros trabalhos abstratos foram feitos em 1917. Em 1918, ele fez amizade com Viking Eggeling, e os dois experimentaram novas técnicas cinematográficas. Richter foi co-fundador, em 1919, da Associação dos Artistas Revolucionários ("Artistes Radicaux") em Zurique. No mesmo ano, ele criou seu primeiro Prélude (uma orquestração de um tema desenvolvido em onze desenhos). Em 1920 ele era um membro do grupo de Novembro em Berlim e contribuiu para os periódicos holandeses De Stijl .
Ao longo de sua carreira, ele afirmou que seu filme de 1921, Rhythmus 21, foi o primeiro filme abstrato criado. Esta afirmação não é verdade: ele foi precedido pelos italianos futuristas Bruno Corra e Arnaldo Ginna entre 1911 e 1912 (como eles relatam no Manifesto Futurista de Cinema), bem como por seu colega artista alemão Walter Ruttmann, que produzido Lichtspiel Opus 1 em 1920. No entanto, o filme de Richter Rhythmus 21 é considerado um dos primeiros filmes abstratos importantes. Richter se mudou da Suíça para os Estados Unidos em 1940 e tornou-se um cidadão americano. Ele ensinou no Instituto de Técnicas de Cinema no City College de Nova York.
Enquanto vivia em Nova York , Richter dirigiu dois longas-metragens, Sonhos que dinheiro pode comprar (1947) e 8 x 8: Uma Sonata de Xadrez em 8 Movimentos (1957) em colaboração com Max Ernst , Jean Cocteau , Paul Bowles , Fernand Léger , Alexander Calder , Marcel Duchamp , e outros, que foi parcialmente filmado no gramado de sua casa de verão em Southbury, Connecticut .
Em 1957, ele terminou um Dadascope filme intitulado com poemas originais e prosa falada por seus criadores: Hans Arp , Marcel Duchamp , Raoul Hausmann , Richard Huelsenbeck e Kurt Schwitters .
Depois de 1958, Richter passou parte do ano em Ascona e Connecticut e retornou à pintura.
Richter foi também o autor de um relato em primeira mão do movimento Dada intitulado Dada: Art and Anti-Art [6] que também incluiu suas reflexões sobre o emergente Neo-Dada obras de arte.
Filmografia
Dadascope (1961)
8 x 8: A Sonata de Xadrez em 8 Movimentos (1957)
Sonhos que dinheiro pode comprar (1947)
Vom zum Fernsenhbild Blitz (1936)
Keine Zeit für Tränen (1934)
Hallo Todos (1933)
Rádio Europa (1931)
Neues Leben (1930)
Alles dreht sich, alles bewegt sich (1929)
Todos os dias (1929)
Rennsymphonie (1929)
A Tomada da La Sarraz (1929)
Zweigroschenzauber (1929)
Vormittagsspuk ("Ghosts Antes Breakfast", com música de Hindemith ) (1928)
Inflação (1927)
Filmstudie (1926) com música de Darius Milhaud
Rhythmus 25 (1925)
Rhythmus 23 (1923)
Rhythmus 21 (1921)

“Inflation” (1928) – 3 min. – Hans Richter

O tema da inflação nunca havia sido tratado no cinema da forma como Hans Richter se propôs a demonstrar. De maneira irônica e bem humorada Richter trabalhou uma questão que perturbava a sociedade alemã dos anos 1920. É incrível como Richter, em Inflation, um curta-metragem experimental, que através do ritmo em aceleração (do lento ao rápido e deste para o muito rápido) mostra o processo de desvalorização do poder aquisitivo do povo alemão. No filme, os rostos das pessoas expressam perplexidade diante da situação caótica em vivem. Usando a sobreposição de imagens, Richiter foi implacável ao inserir a figura de um banqueiro fumando um charuto bem tranqüilo e satisfeito com seus lucros cada vez maiores indiferente ao que se passa ao seu redor. Em tom de humor mórbido, Richter incluiu o personagem do trabalhador que se espanta ao ler no jornal a cotação do marco, tirando em seguida seu chapéu da cabeça estendendo o braço, vindo a pedir esmola.
A questão da inflação é um tema sempre atual quando refletimos sobre as falhas do sistema capitalista. Inflation é um filme raro e pouquíssimo conhecido inclusive por muitos cinéfilos.
Hans Richter também trabalhou com cinema de animação experimental com sua famosa série, “Rhythmus” produzida durante a primeira metade da década de 1920.

Fonte: Wikipédia Inglesa com adaptação, texto e pesquisa de Klaus Farina

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dimensão Experimental no Boletim do Minc

caricaturas de autoria de Marcus Schulten

Cartaz


Les Mystères du Chateau du Dé (1929) de Man Ray


Dimensão Experimental (Álvaro Sabóia, Klaus Farina e José Altamirio)

Dimensão Experimental foto: Arthur Castilhos

O projeto Música, Cinema e Memória de autoria do grupo Dimensão Experimental foi um dos destaques do Boletim Informativo nº 242 da Regional Sul do Ministério da Cultura publicado na quinta feira da semana passada. Ver reprodução da matéria abaixo:

Projeto Música, Cinema e Memória no Cinebancários em Porto Alegre

O grupo Dimensão Experimental apresenta, no dia 18 de julho, às 19h, o projeto “Música, Cinema e Memória” no Cinebancários, Rua General Câmara, 424, Porto Alegre. Serão projetados e performados, com musical contemporâneo próprio e ao vivo, vídeos experimentais de artistas dadaístas e surrealistas como Man Ray, Walter Ruttmann, Hans Richter e Viking Eggeling. Também haverá um debate com as diretoras de arte Gilka Vargas e Iara Noemi, ambas atuantes do mercado audiovisual de Porto Alegre desde 1996. O encontro tem como tema a importância histórica do cinema de vanguarda e a influência estética dos vídeos experimentais no cinema atual. O grupo é formado por Klaus Farina (teclados/guitarras/flauta/programação eletrônica), Álvaro Sabóia (teclados harmônica e cromática) e José Altamirio (percussão, escaleta e lira metálica). Este ano, “Música, Cinema e Memória” acontece uma vez a cada três meses, sempre às segundas feiras no CineBancários. A última edição deste ano está prevista para o dia 17 de outubro. A intenção é oferecer ao espectador através de composições contemporâneas próprias a possibilidade do contato com um dos movimentos mais criativos que se produziu na história do cinema em seus primórdios, através de filmes até pouco tempo inéditos ou desconhecidos para o publico, em sua maioria, resgatando um pouco da magia do cinema mudo, musicando alguns dos clássicos do cinema avant-garde dos anos 20. O evento tem o patrocínio do Sindbancários e Snoop Bar e apoio do IECINE, IEM, MUSECOM, CineBancários, E O Vídeo Levou e Jornal Vaia. Entrada franca.
link do Boletim Informativo do Minc
http://tablados.com.br/site/?p=1323

Alem da publicação no Boletim do Minc o Dimensão Experimental está publicando uma cariactura do grupo feita pelo nosso amigo Marcus Schulten que é músico, professor de artes e artista plático e autor do blog do Pica pina.