segunda-feira, 27 de abril de 2015

Cinema no Arquivo - Curta no Almoço (O Comitê)





Na próxima quarta-feira, 29 de abril, às 12h30min, o APERS (Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul), rua Riachuelo nº. 1031 bairro Centro estreia o Curta no Almoço, espaço para exibição de filmes de curta, média e longa duração, fora do circuito comercial. A entrada é franca.


O filme de estreia, O Comitê, de Peter Sykes, 1968, começa com um texto extenso do economista europeu Joseph Schumpter que serve como introdução e explicação da história: “O que mais me toca e para mim parece ser o núcleo do problema, é que o senso de realidade tenha se perdido por completo…”. Esta frase, desde a perspectiva dos anos 1960, é a chave das transformações sociais que viveu o mundo; e, visto desde a nossa atual perspectiva, percebemos que ainda tem vigência.



Nos primeiros minutos do filme, testemunhamos um assassinato bizarro que desencadeia uma série de tensões e conflitos, tendo a burocracia de um lado e a liberdade individual do outro. Esta é uma parábola fascinante sobre o conformismo e o pensamento livre, influenciados pelos questionamentos filosóficos do psiquiatra R. D. Laing e Harold Pinter. Além das questões existencialistas, a trilha sonora é histórica, com o grupo de rock progressivo Pink Floyd e a performance emblemática de The Crazy World of Arthur Brown. Durante 35 anos, este filme foi considerado perdido, alguns historiadores duvidavam até de sua existência real.



A música de "O Comitê" pode ser considerada como o primeiro trabalho do Pink Floyd sem a participação de Syd Barrett, exceto o compacto "It Would Be So Nice"/Julia Dream" que fazia parte das sessões de gravação do segundo álbum "A Saucerfull of Secrets" no qual ele tinha algumas participações inclusive como compositor . Barrett, vencido pelo abuso de LSD, foi substituído por David Gilmour no inicio de 1968. Rick Wright estava no comando do processo criativo desta trilha sonora. Seus teclados são o grande destaque, muito embora os efeitos especiais da guitarra de Gilmour, a percussão de Nick Mason e o baixo de Roger Waters também contribuem substancialmente na arquitetura sonora da música composta para esta película. Uma versão embrionária de "Careful with That Axe, Eugene" está presente num dos momentos mais filosóficos do filme, quando ocorre o debate entre o diretor do Comitê (Robert Langdon Lloyd) e o personagem central (Paul Jones, membro do grupo de rock psicodélico Manfred Man), representando o confronto entre o poder do Estado e o individuo. A incrível performance de The Crazy World of Arthur Brown, interpretando a canção "Nightmare" é um dos pontos altos deste cult film.
O grupo Dimensão Experimental saúda o APERS por mais essa iniciativa. Este projeto do APERS somado ao do Clube de Cultura são boas opções em Porto Alegre para quem é amante da sétima arte e/ou não teve a oportunidade de ver filmes inéditos e de pouca circulação.



Confira o blog do APERS e o link no youtube:

https://arquivopublicors.wordpress.com/2015/04/22/cinema-no-arquivo-estreia-do-curta-no-almoco/


https://www.youtube.com/watch?v=b5hs3IDETcg

sexta-feira, 24 de abril de 2015

O centenário do Genocídio Armênio.



Os 100 anos do Genocídio Armênio

No ano passado, o grupo Dimensão Experimental, estreou o audiovisual 1914, inspirado em imagens da primeira guerra mundial coletados no youtube feitas por jornalistas, cinegrafistas, fotógrafos entre outros. Quando o trabalho vinha sendo desenvolvido nos pareceu importante reservar uma homenagem ao povo armênio. O resultado é na minha opinião um dos momentos mais tocantes de 1914. A música e as imagens combinam-se de forma comovente, levando-nos a refletir sobre a intolerância e a estupidez humana. A presente postagem pretende respeitosamente solidarizar-se com todos aqueles que de uma forma ou outra tenham sido ou são vitimas desse tipo de violência.



O Genocídio Armênio foi o período sombrio da história da Armênia. Entre 1915 e 1923 mais de UM MILHÃO E MEIO de armênios foram brutalmente mortos pelo Governo Turco Otomano. - Quem foi? Os principais responsáveis pelo Genocídio foram os integrantes do partido Comitê União e Progresso, entre eles os Jovens Turcos. Entre os nomes mais influentes estão o ministro do interior Talaat Pasha (1915-1918) e Enver Pasha (1920-1923). - Por quê? Armênios, turcos e curdos conviviam no território do Império Otomano na Ásia Menor. A Turquia, com o declínio do Império Otomano, começava a perder territórios invadidos na Europa e, com o início da 1ª Guerra Mundial, temiam perder também o território ocupado historicamente por armênios. Além disso, o território armênio era colocado entre a Rússia e Turquia, o que interessava a ambos pela posição estratégica de guerra.



No dia 24 de Abril de 1915, 250 líderes e intelectuais foram presos em Constantinopla. A partir de então tropas turcas invadiram cidades e obrigaram famílias armênias a deixarem suas casas em caravanas com destino a desertos, principalmente aos da Anatólia e Der-el-Zor. Centenas de milhares de armênios foram deportados de suas casas e suas cidades foram destruídas. Milhares morreram no caminho por assassinatos das tropas, milhares morreram executados em campos de concentração, milhares morreram queimados, milhares morreram enforcados, milhares morreram jogados amarrados ao rio Eufrates, mas muitos milhares morreram de inanição, a morte por total falta de água e alimento. - Por que ninguém fez nada? A estratégia do governo turco era muito bem arquitetada. As mortes longe de casa, em locais de difícil acesso, a inanição e atestados de “mortes por causas naturais” além da censura aos meios de comunicação, dificultaram a exposição internacional do que estava acontecendo. Além disso, as potências européias estavam envolvidas na I Guerra Mundial, com a atenção desviada para este conflito, era o cenário perfeito. - O que diz o governo turco? Até Hoje o governo turco recusa-se a aceitar o acontecimento do Genocídio contra os armênios. Entre diversas desculpas vazias o governo toma medidas autoritárias para sustentar o negacionismo, como o banimento de todos os filmes de Arnold Schwarzenegger da Turquia por este ter declarado que reconhecia o Genocídio Armênio e até a criação do artigo 301, que considera criminoso quem denegrir o governo turco e suas instituições ou ofender publicamente a identidade turca.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Luzes da Cidade - Charles Chaplin




"Hoje dia 23/04/2015 vai acontecer a segunda sessão do Cine Clube de Quinta com o filme LUZES DA CIDADES do CHARLES CHAPLIN. A entrada é GRATUITA, e a exibição é no segundo andar, na sala de cursos do Clube de Cultura, na Rua Ramiro Barcellos, 1853, as 19h. O grupo Dimensão Experimental apoia este iniciativa do Clube de Cultura de Porto Alegre.

Luzes da Cidade - 1931 pb 87 min.

O enredo gira em torno do Vagabundo, novamente sem dinheiro e sem onde morar, e de uma jovem e pobre florista cega pela qual ele se apaixona. A garota o confunde com um milionário e, para não desapontá-la, o vagabundo finge ser rico. Posteriormente, ele impede um milionário bêbado de suicidar-se e, devido ao seu ato heróico, tornam-se grandes amigos, mas sempre quando o milionário fica sóbrio ele não se lembra mais do vagabundo nem do que ocorreu enquanto estava bêbado.

O vagabundo descobre que o aluguel da garota está atrasado e que ela e sua avó correm o risco de serem despejadas de seu apartamento. Com o objetivo de conseguir dinheiro para a moça, ele começa a trabalhar como varredor de ruas e até mesmo como pugilista em uma cômica competição de boxe. Eventualmente, o milionário, novamente bêbado, dá mil dólares ao vagabundo que pagará não só o aluguel, mas também uma operação para os olhos da garota. Infelizmente, o vagabundo é injustamente acusado de roubar o dinheiro quando o milionário ficou sóbrio. O vagabundo consegue fugir com o dinheiro e, ao dá-lo para a garota, ele diz que irá embora e que se ausentará durante alguns meses. Logo depois, ele é capturado e enviado ao presídio.

Vários meses depois, o vagabundo é libertado da prisão e acaba na mesma esquina onde a moça, agora com a visão restaurada, abriu uma floricultura com sua avó; cada vez que um homem rico entra na loja, a menina fica imaginando se ele é o seu misterioso benfeitor. Quando o vagabundo vê uma flor na calçada, ele se abaixa para pegá-la e é chutado por dois garotos jornaleiros. A moça ri da situação e quando o vagabundo olha para ela e fica paralisado, ela fala ironicamente para sua avó: "Eu fiz uma conquista." Vendo a flor se despedaçando na mão do vagabundo, ela lhe oferece uma outra flor e uma moeda, e ao pegar a mão dele, ela percebe algo familiar. "Você?", diz a moça, e ele afirma balançando nervosamente a cabeça. Em seguida, ele pergunta: "Você pode ver agora?" Ela aperta a mão do vagabundo e responde: "Sim, eu posso ver agora", segurando suas lágrimas e aparentando estar confusa sobre como se sente naquele momento.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Cuba e EUA


O grupo Dimensão Experimental convida os amigos e simpatizantes para mais uma iniciativa que o Clube de Cultura de Porto Alegre, em parceria com a Associação José Martí, proporcionará na próxima segunda-feira a palestra do Dr. em Ciências Políticas e professor de relações internacionais da UFRGS, Henrique Carlos de Castro, sobre como as relações de Cuba com EUA afetarão o país caribenho.

Dia: 13/04/2015
Horário: 19h.
Local: Plenarinho da Assembléia Legislativa 3º andar
Entrada franca.

terça-feira, 7 de abril de 2015

O garoto no Clube de Cultura dia 09/04/2015 ás 19h.


O Clube de Cultura de Porto Alegre, rua Ramiro Barcelos 1853, vai estrear uma nova programação de cinema, que se estenderá ao longo deste ano até o mês de dezembro. Serão apresentados 2 filmes nas 2º e 4º quintas de cada mês. A primeira sessão será nesta quinta-feira, dia 9, às 19h, com o filme "O Garoto", de Charles Chaplin. No ano passado, por ocasião do centenário da estreia de Chaplin no cinema, o Clube de Cultura homenageou o artista promovendo o Festival Charles Chaplin. Ainda neste mês será apresentado outro filme de Chaplin, "Luzes da Cidade" (1931). A programação de cinema do Clube de Cultura inclui filmes com temáticas variadas, como História em Quadrinhos, os Monstros da Universal, e filmes ligados a importantes movimentos cinematográficos da história da sétima arte, como o Expressionismo Alemão. A programação homenageará também os diretores George Melies, Buster Keaton, Esenstein, Vertov, Mário Peixoto, Humberto Mauro, Lotte Reinger, Orson Welles e Fritz Lang. O grupo Dimensão Experimental apoia mais esta iniciativa do Clube de Cultura de Porto Alegre.



O Garoto (1921) 60 min. direção: Charles Chaplin.

Uma mãe solteira deixa um hospital de caridade com seu filho recém-nascido. A mãe percebe que ela não pode dar para seu filho todo o cuidado que ele precisa, assim ela prende um bilhete junto a criança, pedindo que quem o achar cuide e ame o seu bebê, e o deixa no banco de trás de um luxuoso carro. Entretanto, o veículo é roubado por dois ladrões, que, quando descobrem o menino, o abandonam no fundo de uma ruela. Sem saber de nada, um vagabundo faz o seu passeio matinal e encontra a criança. Inicialmente, o homem quer se livrar dele, mas diversos fatores sempre o impedem e, gradativamente, ele passa a amá-lo. Enquanto isso, a mãe se arrepende e tenta reencontrar seu filho, mas quando descobre que o carro foi roubado, pensa que nunca mais verá sua criança.

Ingressos R$ 5,00.