segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Os 70 anos do fim da II Guerra Mundial - Palestra no Clube de Cultura no dia 10/09/2015


O Clube de Cultura de Porto Alegre (rua Ramiro Barcelos, 1853) realizará no próximo dia 10 de setembro a partir das 19 horas uma palestra sobre os 70 anos do maior conflito da história da humanidade. Os palestrantes são os professores da UFRGS Nilo André Piana de Castro e Luiz Dario Teixeira Ribeiro. O grupo Dimensão Experimental apoia a iniciativa do Clube de Cultura. O grupo Dimensão Experimental vem trabalhando com audiovisual "1914" sobre a I guerra mundial, com a intensão de que este trabalho seja o primeiro de uma trilogia denominada "A Era da Catástrofe". As outras duas sequências deverão se chamar: "1929" (entre guerras) e "1945" (II guerra mundial).

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Uma reflexão sobre o neo-fascismo na Grécia, Europa e Mundo e suas consequências é o tema do Cinema Livre do Clube de Cultura de 27/08/2015


Quinta-feira, 27 de agosto, as 19 h. e 30 min. o Cine Clube de Quinta no Clube de Cultura (rua Ramiro Barcelos, 1853), em parceria com o Grupo X exibirá o curta "Brasil um Retorno a Razão!?" (2014) de Klaus Farina (membro do grupo Dimensão Experimental) e depois rolará o longa FASCISM INC.

O grupo Dimensão Experimental apoia mais esta iniciativa do Clube de Cultura, agora em parceria com o Grupo X.


Brasil um retorno a razão!? (2014 – Brasil, 3 min.), de Klaus Farina

“Brasil um retorno a razão!?” é um minidocumentário experimental feito com imagens coletadas no youtube sobre os movimentos de junho de 2013 em contraste com os acontecimentos dos últimos 50 anos ocorridos no Brasil, como o golpe de 1964, a revolta da juventude de 1968, as diretas já de 1984 e o Fora Collor de 1992, mescladas às imagens de filmes experimentais dos anos 1920 como metáforas das engrenagens sociais". A trilha sonora é de autoria de Klaus Farina performada pelo grupo Dimensão Experimental.

FASCISM INC de Infowar Productions (2014, 84 min.)

Este filme apresenta histórias desconhecidas do passado, do presente e do futuro do fascismo e da sua relação com os interesses econômicos em cada época. Da Itália de Mussolini à Grécia sob ocupação Nazi, da Alemanha de Hitler aos modernos fascismos grego e europeu, os autores de “Fascism Inc” demonstram como, em épocas de crise e face à revolta popular, as elites do capitalismo recorrem aos movimentos fascistas como tropa de choque para preservar os seus interesses.


"(...) O cineasta independente grego Aris Chatzistefanou (...) praticamente desenhou para quem se recusa a pesquisar ou pelo menos usar a lógica. A ascensão do nazismo de Adolf Hitler na Alemanha e do fascismo de Benito Mussolini na Itália durante os anos 1920, 1930 e 1940 só foi possível com a colaboração e o suporte financeiro de grandes corporações ainda hoje poderosas: BMW, Fiat, IG Farben (Bayer), Volkswagen, Siemens, IBM, Chase Bank, Allianz… Sem contar, é claro, com os grupos de mídia.


Em Fascismo Inc., o cineasta esmiúça a estreita colaboração de industriais e banqueiros com os nazistas para perseguir e destruir o sindicalismo e os socialistas, a quem chamavam de “terroristas” (qualquer coincidência com o Brasil de hoje será mera semelhança). Detalhe: Hitler extinguiu o Partido Comunista alemão um dia depois de tomar posse". (Socialista Morena).


Dentre os horrores da primeira guerra mundial, uma de suas consequências foi a emersão dos regimes totalitários. O fascismo/nazismo, como no "Ovo da Serpente" de Ingmar Bergman, cuja casca se rompeu encontrando o terreno fértil para sua disseminação. A crise econômica de 1929, pode ser considerada o marco-mor de sua ascensão. As consequências todos sabemos foi a segunda guerra mundial, o holocausto, milhões de mortes, antissemitismo, eugenia, racismo, a homofobia e todo tipo de preconceito estupido fruto das mentes obtusas. Findo o conflito mundial esperava-se que este horror nunca mais prosperasse, entretanto, ele se manisfestou nos regimes ditatoriais mundo a fora, incluindo as ditaduras da latino-americanas.. O pior é que mesmo após a redemocratização, os grupos de extrema direita no mundo parecem estar ganhando terreno seja através fanatismo religioso, ou quais quer formas de manifestações antidemocráticas, associadas aos interesses dos grandes grupos capitalistas neo-liberais. Estamos como que retrocedendo, vendo um pensamento obtuso tomar conta, sem haver algum tipo de reflexão. A intolerância, o desrespeito aos diretos humanos, a xenofobia são apenas alguns exemplos desta maré conservadora mundial.

O projeto Música, Cinema e Memória do grupo Dimensão Experimental, que tem como objetivo, o resgate e uma releitura da linguagem do cinema silencioso, vem performando filmes que denunciam estas praticas antidemocráticas, muitos com temáticas sociais.

Em 2011 e 2012 performamos Inflation (1927) de Hans Richiter sobre os males da inflação e em 2014/15 temos performando o documentário autoral "1914" de Klaus Farina (membro do Dimensão) sobre a primeira guerra mundial.
Parabenizamos o Clube de Cultura e o Grupo X por mais esta iniciativa.


Dimensão Experimental performando o filme inflation (1927) de Hans Richiter na sala Eduardo Hirtz CCMQ durante o Fórum Social Mundial Temático de 2012.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Crise na Grécia


O Clube de Cultura de Porto Alegre (rua Ramiro Barcelos, 1853) realizará hoje uma palestra/debate, com o professor doutor em Ciência Política da UFRGS, José Miguel Martins, sobre a crise da Grécia e quais suas consequências para a economia mundial.
A palestra se inicia a partir dás 19 horas.
O grupo Dimensão Experimental apoia esta iniciativa do Clube de Cultura.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Limite de Mário Peixoto amanhã no Clube de Cultura

Amanhã, dia 13/08/2015, ás 19 horas o Clube de Cultura (rua Ramiro Barcelos, 1853) vai apresentar mais uma edição do projeto Cinema Livre com o filme Limite (Brasil, 1931) de Mário Peixoto.

O grupo Dimensão Experimental apoia esta iniciativa do Clube de Cultura que tem por objetivo oportunizar aos amantes da sétima arte filmes de alta qualidade artística, passando longe das "películas digitais" dos sem graça, comerciais e neo-liberais shopping centers de Porto Alegre.


Em 2012, o Dimensão Experimental criou uma música original para ser utilizada em um fragmento 10 minutos do filme Limite de Mário Peixoto. Este fragmento de 10 minutos foi performado ao vivo em várias ocasiões inclusive como parte do repertório de filmes musicados ao vivo pelo Dimensão Experimental no Fórum Social Temático de 2012. O projeto Música, Cinema e Memória do Dimensão Experimental, tem por objetivo, o resgate e uma releitura da linguagem do cinema silencioso.
Abaixo transcrevemos a excelente matéria sobre o filme Limite, de Mário Peixoto que foi publicada no blog Clássicos do Cinema Mudo.


Limite, de Mario Peixoto

O cinema mudo brasileiro atinge sua expressão máxima quando, em 1931, Mario Peixoto (então um jovem com pouco mais que vinte anos) lança sua obra-prima, o longa-metragem Limite, que acabaria sendo seu único filme concluído. Trata-se de uma vigorosa obra de vanguarda que apresenta ricas alternativas de narração, ritmo, fotografia e montagem. Uma verdadeira aula de cinema feito com conceitos radicalmente novos e apaixonados.

Desde a apresentação de suas imagens iniciais, Limite revela-se um filme incomum, em desacordo com os padrões adotados pelo cinema em seu molde burguês-comercial. Suas imagens vêm carregadas de estranheza e desajuste, resultado de uma depuração que busca do real aquilo que nem sempre é o que se convencionou como fotogênico e que, portanto, nem sempre corresponde às expectativas estéticas do grande público, acostumado, em parte, aos espetáculos que fazem apelo ao teatro filmado e ao folhetim previsível.


Limite é um rompimento com o fazer artístico nos moldes aristotélicos. Sua graça e sua força expressiva nascem do vigor de seu experimentalismo, da poesia catártica de suas imagens-conceito, de sua narrativa intimista que valoriza o tempo psicológico e subjetivado de seus personagens. É um filme rico em abordagens não-usuais do desamparo humano, uma exposição crua e realista de seres desesperançados que vêem-se no mesmo barco perdido, resignados à um estado de coisas que mostra-se inalterável e do qual não parece haver fuga.
Interessante notar o seguinte : Em 1930, data de lançamento do filme, o cinema já se enamorara com a ideia de sonorizar-se. Num sentido contrario, esse filme de Mario Peixoto ergue-se como um monumento ao cinema silencioso. Um filme ‘mais mudo’ que os demais filmes mudos. Pensemos da seguinte forma : um filme mudo, ao apresentar letreiros entre as imagens, de certa forma perde sua mudez (pelo menos a mudez verbal) dentro do espectador (pois, como aprendemos a ler verbalizando, então, mesmo que leiamos em silêncio, ainda precisamos repetir mentalmente a palavra). Ou seja, a palavra como símbolo que representa e substitui um conceito continua presente no filme. Já em Limite, aparecem apenas dois letreiros (na cena do cemitério, quando o marido traído diz ao homem 1 que sua falecida esposa era ‘morphética’). Ou seja, o filme quase rompe definitivamente como o discurso verbal, prevalecendo a narrativa visual (e, portanto, o símbolo visual), com suas múltiplas associações sígnicas e possibilidades mais ricas de interpretação.


Os movimentos de câmera de Limite são impressionantes pela liberdade que assumem com relação à narrativa, ao cenário e mesmo aos personagens. Há um plano-sequência em que a mulher 1 está caminhando numa estrada (de costas para a lente). A câmera a segue até que ela para. Aí a câmera aproxima-se e faz um giro de trezentos e sessenta graus em torno da personagem (sem mostrar-lhe o rosto) voltando a parar atrás dela. A mulher torna a andar e a câmera a segui-la. Aí vem o inusitado : à certa altura a mulher sai da estrada (e do enquadramento), porém a câmera segue em frente enquadrando somente a estrada. Depois de alguns metros ela faz um giro de noventa graus e passa a focalizar a cerca que beira a estrada (e a mata de fundo), prosseguindo em deslocamento pra frente. Não bastasse, pouco depois a câmera inverte o sentido de movimento e passa a andar pra trás até enquadrar novamente a mulher, que agora está prostrada contra a cerca. Estranhíssimo. Belíssimo.


Prevalecem enquadramentos minimalistas e antinaturais. O diretor de fotografia, Edgar Brazil, usa com absoluta elegância ângulos altos, baixos, tortos, deformados. Foca detalhes e valoriza-os : um carretel de fio de costura, uma fita métrica, um peixe morrendo na areia da praia, dois pedacinhos de madeira que boiam sob a água no fundo do barco, árvores flagradas em solidão tristíssima. Também o enquadramento do corpo humano poucas vezes havia sido feito de maneira tão original no cinema : detalhes de pés, pernas, mãos, olhos, cabelos, sempre estilizados.

Se no Expressionismo Alemão o recurso visual que transcreve o estado psicológico das personagens é o uso de cenários com geometrias inusitadas, no Realismo Expressionista de Limite é a manipulação das angulações da câmera que repetem processo semelhante.
Outro ponto : há uma tendência nítida em apresentar sempre o movimento de afastamento das personagens. Em geral elas são vistas entrando no quadro vindas de trás da câmera e seguindo no sentido de se distanciar.

https://areslibertarios.wordpress.com/2008/01/01/classicos-do-cinema-mudo-limite-de-mario-peixoto-brasil-1931/

Fonte:Blog Clássicos do Cinema Mudo https://areslibertarios.wordpress.com/2008/01/01/classicos-do-cinema-mudo-limite-de-mario-peixoto-brasil-1931/

Sinopse

Em um barco à deriva, três pessoas em estado de absoluta desolação (um homem e duas mulheres, que os caracteres iniciais apresentam como homem 1, mulher 1 e mulher 2). O filme narrará as estórias de desamor e desamparo destes três personagens.
Estória da mulher um : após um rompimento amoroso, ela parte, em um trem, para uma outra cidade onde irá trabalhar como costureira. O desenrolar da narrativa sugere, por meio de um recorte de jornal, que a moça fugira da cadeia com a ajuda de um carcereiro. Por este motivo, tornará a ir embora.
Estória da mulher dois : Ao chegar em casa encontra o marido (um pianista que toca no cinema acompanhando a exibição dos filmes), dormindo alcoolizado no alto da escada. Abandona a cesta de peixes que trouxera da vila de pescadores e sai para a rua, onde encontra um homem (seu amante ?) com o qual troca algumas palavras (não há letreiros nessa parte) e segue para beira-mar onde, do alto de um monte rochoso lhe ocorrerá a ideia de suicídio.
História do homem 1 : Casado, o jovem mantém um caso extraconjugal com uma mulher também casada. Após a morte desta, vem a saber, da boca do marido traído, no cemitério onde ela está enterrada, que a mulher era ‘morphética’, ou seja, leprosa. Temendo a castração, o jovem mergulha num sentimento de culpa, medo e desespero.


Ficha técnica
Direção, roteiro e montagem: Mario Peixoto.
Fotografia: Edgar Brasil.
Música: Erik Satie, Claude Debussy,
Alexander Borodin, Maurice Ravel, Igor Stravinsky, César
Frank, Sergei Prokofiev.
Elenco: Olga Breno, Taciana Rei, Raul
Schnoor, D.G. Pedrera, Carmem Santos, Mário Peixoto, Iolanda
Bernardes.
Duração: 120 minutos.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Dimensão Experimental - "1914" e "Brasil um Retorno a Razão!?" no APERS - Cinema no Arquivo/ Curta no Almoço



Na próxima quarta-feira, 12 de agosto, a partir das 12h, o Arquivo Público do RS (rua Riachuelo, 1031) apresentará duas produções audiovisuais de média e curta-metragem criadas a partir de imagens selecionadas do youtube com música autoral do grupo Dimensão Experimental.

O grupo Dimensão Experimental vem apoiando este projeto do APERS, que tem apresentado filmes de qualidade fora do circuíto comercial e neo-liberal dos Shopping Centers.

Nessa semana, o Dimensão Experimental vai colaborar com este projeto com a apresentação de dois trabalhos dirigidos e roteirizados por Klaus Farina (membro do Dimensão Experimental): "Brasil um Retorno a Razão!?" e "1914". Esta será a estreia de "1914" no formato DVD, já que este trabalho normalmente é apresentado com performance musical ao vivo. A trilha sonora desta versão foi gravada em dezembro do ano passado no Clube de Cultura. Já "Brasil um Retorno a Razão!?" fará sua segunda exibição (a primeira aconteceu no ano passado no Clube de Cultura).

Confira as sinopses abaixo.





1914 (2015 – Brasil), de Klaus Farina

“Filas de rostos pálidos murmurando, máscaras de medo, Eles deixam as trincheiras, subindo pela borda, Enquanto o tempo bate vazio e apressado nos pulsos, E a esperança, de olhos furtivos e punhos cerrados, Naufraga na lama. Ó Jesus , fazei com que isso acabe”.

A poesia de Siegfried Sassoon abre o documentário musical “1914” sobre a Primeira Guerra Mundial. Este é o mais recente trabalho do projeto cultural Música, Cinema e Memória de autoria do grupo Dimensão Experimental. Este projeto tem como objetivo o resgate e uma releitura da linguagem do cinema silencioso. “1914” é inspirado em imagens coletadas no youtube de filmes antigos feitos por cinegrafistas, jornalistas e outros que cobriram a Primeira Guerra Mundial. Este conflito mudou os rumos da história da humanidade, inaugurando uma era de violência extrema que, conforme o historiador Eric Hobsbawm, marcou a característica do século XX.

“1914” foi roteirizado e editado sob a forma de um documentário mudo musicado ao vivo. A trilha sonora é de autoria do grupo Dimensão Experimental (Álvaro Sabóia, Mozart Dutra e Klaus Farina) que também assinam os arranjos.

"1914" 43 minutos PB silencioso
Direção, roteiro, edição, texto e pesquisa histórica: Klaus Farina
Produção: Dimensão Experimental
Produção Executiva: Klaus Farina
Música composta arranjada e interpretada por Dimensão Experimental:
Álvaro Sabóia - Teclados / Gaita de Boca
Mozart Dutra - Percussão Acústica / Efeitos Eletrônicos
Klaus Farina - Teclados / Guitarra / Flauta / Programação Eletrônica
Apoio: Clube de Cultura, E O Vídeo Levou, Rádio da Universidade - Programa Sonoridades.

Música: "1914" - suíte em de onze movimentos de Álvaro Sabóia / Mozart Dutra / Klaus Farina.

I - O Ultimo Verão da Belle Époque (Farina)
II - A Dança de Marte e o Rufar dos Tambores (Farina/Sabóia)
III - Guerra de Movimento (Farina/Sabóia)
IV - Guerra de Trincheiras (Farina)
V - A Batalha de Gallipoli (Farina)
VI - Genocídio Armênio (Farina)
VII - Guerra submarina (Farina)
VIII - Gás (Farina/Dutra)
IX - O Deus da Carnificina (Farina)
X - O Armistício, uma paz duradora? (Farina)
XI - Subsídios para outra guerra (Farina/Sabóia/Dutra)



Brasil um retorno a razão!? (2014 – Brasil), de Klaus Farina

“Brasil um retorno a razão!?” é um minidocumentário experimental feito com imagens coletadas no youtube sobre os movimentos de junho de 2013 em contraste com os acontecimentos dos últimos 50 anos ocorridos no Brasil, como o golpe de 1964, a revolta da juventude de 1968, as diretas já de 1984 e o “Fora Collor” de 1992, mescladas às imagens de filmes experimentais dos anos 1920 como metáforas das engrenagens sociais.

Música: O Retorno da Razão (Farina)
Arranjos: Dimensão Experimental

A entrada é franca e não precisa de agendamento prévio.

Participe!