quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Acronon - Música, Cinema e Memória no Clube de Cultura sábado dia 17/12/2016


Acronon é o projeto de cinema musicado de Klaus Farina e Mozart Dutra. Na mesma linha do projeto Dimensão Experimental. Acronon tem como proposta criativa a musicalização e sonorização experimental ao vivo, de clássicos do cinema mudo e outros filmes antigos.

O nome Acronon significa "ser independente, livre do tempo médio, do tempo do relógio, do metrônomo e, portanto, em termos musicais, da métrica, da duração definida, do compasso" (Ronaldo Miranda, setembro de 1984).

Esta obra, homônima do músico, maestro, compositor e professor Koellreutter, foi a inspiração para o nome deste novo projeto.

Esta atividade conta com o apoio da "E O Vídeo Levou".
A entrada é franca.

Filmes:
Anemic Cinema (1926) 6 min. Direção Marcel Duchamp
Tusalava (1929) 10 min. Direção Len Lye
Regen (1929) 14 min. Direção Joris Ivens
Cristaux Liquides (1978) 4 min. Direção de Jean Painlevè
Lot in Sodom (1933) 25 min. Direção James Sibley Watson

O grupo Dimensão Experimental apoia essa iniciativa .

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Pink Floyd Live at Pompeii 1972 Quinta dia 15/12/2016 no Clube de Cultura as 19h30min. com entrada franca


Nesta próxima quinta feira dia 15 de dezembro, as 19h. e 30 min.no Clube Cultura de Porto Alegre, rua Ramiro Barcelos, 1853, com entrada franca, vai acontecer a ultima sessão do ciclo "Pink Floyd no Cinema" com o filme clássico da banda "Pink Floyd Live at Pompeii" de 1972.




Em 1971, o Pink Floyd passava por um momento de transição. Após a saída de Syd Barrett, o quarteto foi aos poucos abandonando a veia psicodélica e caminhando em direção ao progressivo, gênero que se tornaria popular em 1973 graças ao clássico The Dark Side of The Moon. Entre esse meio tempo – o surgimento da banda, marcada pela psicodelia e a popularização do progressivo – se encontra o show do quarteto gravado em Pompéia e que pode ser visto no filme “Live at Pompeii.


Gravado nas ruínas da cidade de Pompéia, cidade localizada no sul da Itália e destruída pela erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 D. C. – o show sintetiza bem o som praticado pela banda no início dos anos 70. Além da qualidade musical é importante destacar o cenário escolhido. A cidade deserta e cheia de paisagens naturais cria combinação que torna o filme mais que um show, tratando-se de um verdadeiro documento do rock progressivo. O concerto gravado traz ainda outro mérito, a idéia do diretor Adrian Maben de produzir um filme Anti-Woodstock – explicada por ele em uma entrevista extra que aparece como bônus – com a banda executando as músicas sem qualquer tipo de platéia, contando apenas com o apoio da equipe técnica. Em uma época marcada por shows com grandes platéias, o Pink Floyd inovou mais uma vez.



A apresentação começa com a primeira parte da belíssima “Echoes” (do álbum Meddle de 1971), marcada pelo dueto de vocais de Richard Wright e David Gilmour, e pela atmosfera espacial que toma conta da música. Em seguida vem “Careful With That Axe Eugene” (lançada inicialmente como single e que também aparece na parte ao vivo do álbum Ummagumma, 1969). A terceira canção é “A Saucerful Of Secrets” (do álbum homônimo, lançado em 1968). A música – uma das mais surpreendentes e enigmáticas da banda – é reproduzida criando uma atmosfera que exprime bem a intenção do progressivo: muita experimentação – criando uma viagem musical sem se importar com o tempo ou lugar onde se pode parar, mudanças de ritmo – que vão tornando o destino da música incerto, mas também muita riqueza melódica, principalmente em sua última fase. A respeito dessa música ainda, é interessante notar o vigor do baterista Nick Mason. A música seguinte é “One Of These Days” (também de Meddle). Mais uma vez o baterista é destaque em um som que se caracteriza por ser “pesado” e “viajante” ao mesmo tempo.



Outro detalhe curioso é a edição feita por Maben dividindo a tela em pequenos quadros. Depois surge a surreal Mademoiselle Nobs (nunca lançada em um disco oficial da banda). Com um cão uivando no microfone, Gilmour na gaita e Waters no violão, a música mostra que o potencial criativo do quarteto não tinha limite. Com “Set The Controls For the Heart Of The Sun” (de A Saucerful Of Secrets, 1968) a banda dá amostras de seu experimentalismo ao produzir uma música com fortes influências orientais. Aqui mais uma vez aparece a mão do diretor ao alternar a exibição da música com imagens de pinturas espalhadas pela cidade. O filme se encerra com a segunda parte de “Echoes”. O show é enriquecido por mais uma “sacada” de Maben, ao ilustrar a música na versão do diretor produzida nos anos 2000 com uma animação computadorizada de como a erupção do vulcão acabou com Pompéia, traçando uma relação entre o fim do show e a destruição da cidade.




Além da idéia original de realizar um concerto sem público, utilizar um cenário singular e recheado de belas paisagens naturais, a nova versão conta com outro triunfo: a utilização de imagens inéditas e animações em 3D que não entraram no vídeo original. O filme traz imagens do trabalho produtivo de algumas músicas de The Dark Side Of The Moon. É possível ver, por exemplo, Roger Waters manipulando o sintetizador dando forma a “On The Run”, Rick Wright executando um trecho de “Us And Them” em seu piano ou ainda David Gilmour gravando takes de “Brain Damage”. A versão também se destaca por trazer entrevistas e imagens dos bastidores da gravação. É interessante observar a passagem em que o baterista Nick Mason destaca que o que os unia era a busca por dinheiro e fama, sem dúvida um dos combustíveis da banda e que também provocaria o rompimento entre Waters e os outros integrantes. Além disso, o DVD ainda apresenta novas animações que contribuem para aumentar a atmosfera espacial do vídeo.


Pink Floyd Live at the Pompeii - 1972
Direção de Adrian Maben 90 min.

Músicas do filme
1 - Pompeii (Wright/Waters/Gilmour/Mason)
2 - Echoes parte 1 (Wright/Waters/Gilmour/Mason)
3 - Careful With That Axe Eugene (Wright/Waters/Gilmour/Mason)
4 - A Saucerful of Secrets (Wright/Waters/Gilmour/Mason)
5 - On the Run (Gilmour/Waters)
6 - Us and Them (Wright/Waters)
7 - One of These Days (Wright/Waters/Gilmour/Mason)
8 - Mademoiselle Nobs (Wright/Waters/Gilmour/Mason)
9 - Brain Damege (Waters)
10 - Set the Controls for The Heart of the Sun (Waters)
11 - Echoes parte 2 (Wright/Waters/Gilmour/Mason)

Pink Floyd
Rick Wright Teclados e Vocais
David Gilmour Guitarras e Vocais
Roger Waters Baixo e Vocais
Nick Mason Percussão e Bateria

O grupo Dimensão Experimental apoia essa iniciativa do Clube de Cultura de Porto Alegre.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Pink Floyd no Cinema - Obscured By Clouds (La Vallè) 1972 - Amanhã no Clube de Cultura dia 08/12/2016 entrada franca


Amanhã, 08/12/2016, às 19h30min, no Clube de Cultura de Porto Alegre, rua Ramiro Barcelos, 1853, vai acontecer mais uma edição do ciclo "Pink Floyd no Cinema", com o filme La Vallè, de 1972. A entrada é franca.





La Vallée, também conhecido como Obscured By Clouds, é um filme francês de 1972, escrito e dirigido por Barbet Schroeder. O filme é estrelado por Bulle Ogier, no papel de Viviane, uma mulher que vai a uma viagem estranha e acidental de autodescoberta através da Nova Guiné.

O crédito à atriz "Monique Giraudy" é, na verdade um apelido para Miquette Giraudy , vocalista e tecladista que integrou o grupo de rock progressivo Gong com seu parceiro Steve Hillage , e mais tarde formou o grupo eletrônico System 7 com Hillage .



Sinopse

Viviane (Ogier) é esposa do cônsul Francês em Melbourne. Ela se junta a um grupo de exploradores em busca de um vale escondido misterioso nas selvas de Nova Guiné, onde ela espera encontrar as penas de um pássaro exótico extremamente raro. Ao longo do caminho, através das densas florestas de Papua Nova Guiné e no pico do Monte Giluwe , ela e o pequeno grupo de exploradores fazem contato com a tribo Mapuga, um dos grupos mais isolados de seres humanos na terra, que os inspiram para explorar sua própria humanidade, livre de suas próprias ideias subjetivas de "civilização". A busca se torna uma busca por um paraíso que se diz existir dentro de um vale marcado como "obscurecido pelas nuvens" no único mapa da área disponível, datado como pesquisado em 1969.



Schroeder realizou neste trabalho mais do que um filme de ficção. De fato, ele conseguiu realizar também um belo documentário antropológico. As cenas dos rituais dos aborígenes da Nova Guiné são tanto belos quanto exóticos, de difícil compreensão para o pensamento consumista ocidental.

Vale a pena ver esse filme também por causa da trilha sonora composta pelo Pink Floyd.



Após o sucesso de More, Schroeder encomendou uma outra trilha sonora ao Floyd para seu novo filme: La Vallée – O Vale. O Pink Floyd gostou muito do resultado final de Obscured By Clouds, que tornou-se um dos álbuns preferidos da Banda. Os atores ouviam a música do Pink Floyd, o que pesou na escolha da banda, além do fato de Barbet curtir um bocado o Pink Floyd. Schroeder pediu à banda que compusesse músicas variadas, com diferentes humores, o que foi feito em duas semanas de trabalho: de 23 a 29 de fevereiro e de 23 a 27 de março de 1972, em Paris. Tudo foi feito em Paris para reduzir os custos burocráticos do trabalho – taxas e impostos. Segundo David Gilmour: “Foi a primeira vez que usamos qualquer tipo de sintetizador – em Obscured By Clouds”. O Pink Floyd acabara de adquirir o primeiro sintetizador inventado no mundo, o EMS SYNTHI. O equipamento só podia tocar uma nota programada após um toque no botão. Obscured By Clouds também reflete o ótimo clima de relacionamento interpessoal pelo qual a banda passava, afinal, foi criado enquanto o Pink Floyd estava esboçando The Dark Side Of The Moon em suas apresentações ao vivo pelo mundo. Obscured by Clouds atingiu o primeiro lugar na França, 6º no Reino Unido e 46º nos Estados Unidos.


Obscured by clouds

1. Obscured by Clouds [Instrumental] (Waters/Gilmour)
2. When You're In (Waters/Wright/Gilmour/Mason)
3. Burning Bridges (Wright/Waters)
4. The Gold It's in The... (Gilmour/Waters)
5. Wot's...Uh the Deal (Gilmour/Waters)
6. Mudmen [Instrumental] (Wright/Gilmour)
7. Childhood's End (Gilmour)
8. Free Four (Waters)
9. Stay (Wright/Waters)
10. Absolutely Curtains [Instrumental] (Wright/Mason/Gilmour/Waters)

Pink Floyd

Rick Wright - Teclados, Piano e Vocais
David Gilmour - Guitarras e Vocais
Roger Waters - Baixo e Vocais
Nick Mason - Percussão e Bateria

O grupo Dimensão Experimental apoia essa iniciativa do Clube de Cultura de Porto Alegre.


quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Pink Floyd no cinema - Zabriskie Point 1970 - No Clube de Cultura amanhã.



Amanhã dia 1º de dezembro ás 19h.30min. vai acontecer mais uma edição do ciclo de filmes "Pink Floyd no Cinema" no Clube de Cultura de Porto Alegre, rua Ramiro Barcelos, 1853 com a exibição de Zabriskie Point.

Zabriskie Point de Michelangelo Antonioni foi lançado em 1970 apresenta o movimento de contracultural nos EUA na época. A história é centrada em um jovem casal — uma secretária idealista e um militante radical — que passa uma mensagem "anti-establishment". O nome refere-se ao marco natural Zabriskie Point, no Vale da Morte, na Califórnia, EUA, local onde ocorreram algumas filmagens.
O roteiro foi escrito por Antonioni, pelo amigo cineasta Franco Rossetti, pelo escritor de peças teatrais Sam Shepard, Tonino Guerra e Clare Peploe, esposa de Bernardo Bertolucci. O filme foi o segundo de uma série de três em inglês que Antonioni realizou conforme contrato com o produtor Carlo Ponti para ser distribuído pela MGM. Os outros dois filmes foram Blowup (1966) e The Passenger (1975).


No início do filme são mostradas em estilo documental imagens de uma discussão de alunos universitários de Los Angeles que planejam uma greve e a melhor estratégia para enfrentar a previsível repressão policial. Os alunos negros discutem com os brancos sobre o real engajamento na causa de cada um até que Mark, um estudante rebelde que viera pela primeira vez a um encontro do grupo, levado pelo seu companheiro de quarto, deixa a reunião afirmando "disposto a morrer mas não de tédio". Os outros estudantes criticam e ironizam seu "individualismo". Durante a greve, a polícia ataca duramente os estudantes e cerca um grupo de negros, atirando em um aparentemente armado que fugia do gás lacrimogênio. Mark, que chegava ao local, aponta uma arma para um policial que é atingido e morto por um disparo, mas não fica claro quem foi que atirou. O estudante foge do local e rouba um avião do Aeroporto Municipal Hawthorne, e segue voando sobre o deserto. Enquanto isso, a secretária Daria, que trabalha para o poderoso empresário imobiliário (e provável amante) Lee Allen, parte num velho carro Buick da década de 1950 e ruma para Fênix no Arizona, através de uma estrada que cruza o deserto. Mark avista Daria de seu avião e faz manobras arriscadas, jogando-lhe uma peça de roupa. Os dois se encontram logo depois num bar, quando Mark tentava abastecer sem sucesso seu avião. Mark pega uma carona com Daria até um posto de gasolina próximo e os dois fazem uma parada em Zabriskie Point, quando então iniciam uma relação amorosa. Contrariando Daria, todavia, Mark decide voltar para Los Angeles e devolver o avião roubado, mesmo sabendo que corre risco de vida pois a moça ouvira no rádio que ele era suspeito de ter atirado no policial.




Este filme teve como atores principais Mark Frechette e Daria Halprin, ambos sem experiência artística anterior.
Enquanto estava nos Estados Unidos em 1966 para a premiere de Blowup, um surpreendente sucesso de bilheteria, Antonioni leu um artigo de jornal sobre um jovem que roubara um aeroplano e que fora morto ao tentar voltar para Fênix, no Arizona. O diretor achou que esse poderia ser o fio condutor de seu próximo filme. Após escrever muitos esboços, ele contratou o dramaturgo Sam Shepard para preparar um roteiro. Shepard, Antonioni, o cineasta italiano Franco Rossetti, o colaborador frequente do diretor Tonino Guerra e Clare Peploe (mais tarde esposa de Bernardo Bertolucci) colaboraram no trabalho.


A maior parte do elenco era de atores profissionais, como Rod Taylor, e G.D. Spradlin, em um de seus primeiros papeis. Paul Fix, amigo e instrutor de cena de John Wayne que apareceu em muito de seus filmes, interpreta o proprietário do bar no Deserto de Mojave. Kathleen Cleaver, participante dos Panteras Negras e esposa de Eldridge Cleaver, aparece nas cenas semidocumentais do início do filme.
Filmado no começo de julho de 1968 em Los Angeles, muitas das locações ocorreram no centro e sudeste da área central da cidade. Exteriores em art deco de Richfield Tower foram mostrados em algumas cenas antes de serem demolidos em novembro daquele ano. As várias imagens do campus universitário, exceto a da reunião dos estudantes, foram realizadas na Faculdade Comunitária Contra Costa em San Pablo, Califórnia. A produção depois se moveu para Carefree, Arizona, próxima de Fênix e do Vale da Morte e alugou uma mansão na cidade, construindo uma réplica no Southwestern Studio para os efeitos especiais da explosão na sequência final

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Depois de terem feito o filme, Mark Frechette e Daria Halprin mudaram-se para a mesma comuna da Califórnia. Halprin casou-se com Dennis Hopper em 1972. Em 1973, Frechette participou de um assalto a banco no qual um de seus cúmplices, Christopher Thien, foi morto. Ele foi condenado a quinze anos de prisão, e morreu na prisão sob circunstâncias suspeitas.

A Música de Zabriskie Point

Inicialmente a trilha sonora de Zabriskie Point era para ter sido exclusividade do Pink Floyd. Em novembro de 1969 Rick Wright, Roger Waters, Nick Mason e David Gilmour viajaram para a Roma com o intuito de compor e gravar a música do filme. O Pink Floyd vinha de uma bem sucedida sequência de trilhas sonoras de filmes como O Comitê (1969) e More (1969). Antonioni conhecera o Pink Floyd em 1966 e em fins de 1968 ouvira "Careful with That Axe, Eugene" e ficara maravilha a ponto de contrata-los para fazer a trilha sonora de Zabriskie Point.


Contudo, o processo foi nas palavras de Roger Waters um inferno. Segundo o baixista Antonioni nunca ficava satisfeito. No final apenas três músicas do material gravado foram aproveitadas. Das músicas não aproveitadas, Richard Wright escreveu uma canção chamada "The Violent Sequence" para o filme . Antonioni a rejeitou por considerá-la inapropriada e preferiu sincronizar com o final violento uma regravação de outra música do grupo, chamada "Careful with That Axe, Eugene" e renomeada para "Come in Number 51, Your Time Is Up". Roger Waters afirmou em Classic Albums - Pink Floyd - Making The Dark Side Of The Moon que, enquanto Antonioni amava a canção, ela a fazia se "sentir doente". Posteriormente a música rejeitada foi retrabalhada dentro da nova composição "Us and Them", faixa do álbum The Dark Side of the Moon de 1973 . "The Violent Sequence" permaneceu inédita até ser incluída em 2011 num pacote de Dark Side of the Moon, sendo chamada de "Us and them (Richard Wright Demo)". Ouvindo o material rejeitado ficamos com a impressão de Antonioni tinha pouca percepção musical. Havia muita coisa boa naquelas composições não utilizadas e o exemplo claro é justamente essa composição de Rick Wright.


Outras canções do Pink Floyd descartadas pelo filme foram lançadas como "bônus" no lançamento em CD de 1997 da trilha sonora do filme, inclusive composições de Jerry Garcia.
John Fahey que voara de Roma para gravar algumas músicas para o filme, não foi aproveitado. As versões de Fahey e outros divergem. Contudo, um trecho de The Dance of Death & Other Plantation Favorites ou simplesmente Dance of Death foi aproveitado no filme. Antonioni visitou a banda The Doors enquanto gravavam o álbum L.A. Woman e quis incluí-los na trilha sonora. The Doors gravaram "L'America" para Zabriskie Point mas também não foi aproveitada.


Por conta da crítica social ao consumismo capitalista e por causa das cenas sexuais no deserto Zabriskie Point foi censurado em vários países inclusive no Brasil.


Trilha sonora original de 1970

Pink Floyd – "Heart Beat, Pig Meat" (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 3:11
Kaleidoscope – "Brother Mary" (David Lindley) – 2:39
Grateful Dead – "Dark Star" (amostra) (Jerry Garcia/Mickey Hart/Robert Hunter/Bill Kreutzmann/Phil Lesh/Ron "Pigpen" McKernan/Bob Weir) – 2:30
Pink Floyd – "Crumbling Land" (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 4:13
Patti Page – "Tennessee Waltz" (Pee Wee King/Redd Stewart) – 3:01
The Youngbloods – "Sugar Babe" (Jesse Colin Young) – 2:12
Jerry Garcia – "Love Scene" (Jerry Garcia) – 7:02
Roscoe Holcomb – "I Wish I Was a Single Girl Again" (Roscoe Holcomb/Traditional) – 1:54
Kaleidoscope – "Mickey's Tune" (David Lindley) – 1:40
John Fahey – "Dance of Death" (John Fahey) – 2:42
Pink Floyd – "Come in #51, Your Time Is Up" (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 5:01

Disco bônus, edição de 1997

Jerry Garcia – "Love Scene Improvations" (Version 1) (Jerry Garcia) – 6:18
Jerry Garcia – "Love Scene Improvations" (Version 2) (Jerry Garcia) – 8:00
Jerry Garcia – "Love Scene Improvations" (Version 3) (Jerry Garcia) – 7:52
Jerry Garcia – "Love Scene Improvations" (Version 4) (Jerry Garcia) – 8:04
Pink Floyd – "Country Song" (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 4:37
Pink Floyd – "Unknown Song" (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 6:01
Pink Floyd – "Love Scene" (Version 6) (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 7:26
Pink Floyd – "Love Scene" (Version 4) (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 6:45

O grupo Dimensão Experimental apoia mais essa iniciativa do Clube de Cultura de Porto Alegre.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Netto e o Domador de Cavalos na CCMQ, dia 29/11/2016


"Netto e o Domador de Cavalos" é o quarto e ultimo filme do Ciclo de Cinema Tabajara Ruas a ser exibido pelo Musecom em parceria com a Casa de Cultura Mario Quintana, como parte da programação cultural do mês em que se comemora a semana da consciência negra. O evento acontecerá no dia 29 de novembro, terça feira, às 18h30min, no Teatro Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana. Entrada Franca.
Sinopse:
"Netto e o Domador de Cavalos" reconta, sob um novo prisma, a mais popular lenda rio-grandense - "O Negrinho do Pastoreio".
No início da Guerra dos Farrapos, o general Antonio de Souza Netto descobre que um antigo parceiro, Índio Torres, está preso. Para libertá-lo, envolve-se com escravos rebelados. Entre eles, o Negrinho, o melhor ginete da fronteira. A luta pela república, pela libertação dos escravos contra a tirania e a opressão, amor, humor e um amplo painel do século 19 estão neste terceiro longa-metragem de Tabajara Ruas. O filme é uma sequência de "Netto Perde sua Alma"


Fonte: Juliana Feltrin
"Netto e o Domador de Cavalos" – Produção de 2010

Duração: 1h 35min
Direção: Tabajara Ruas
Elenco: Werner Schünemann, Nelson Diniz, João França
Gêneros Aventura, Drama, Histórico
Nacionalidade Brasil


O grupo Dimensão Experimental apoia esta iniciativa do Musecom/CCMQ

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Pink Floyd no Cinema - More 1969 no Clube de Cultura - Quinta dia 24/11/2016


Amanhã, quinta feira dia 24/11/2016, no Clube de Cultura de Porto Alegre, rua Ramiro Barcelos, 1853, acontecerá a segunda exibição do ciclo "Pink Floyd no Cinema" com o filme More de 1969.


O diretor Barbet Schroeder, nascido no Irã, naturalizado francês, começou no cinema participando ativamente em alguns filmes da nouvelle vague, como produtor e ator. Sua estreia na atuação foi no curta La boulangère de Monceau (idem, 1963), de Eric Rohmer, e mais tarde já estava em filmes de Jean-Luc Godard do início da década de 60, como Tempo de Guerra (Les Carabiniers, 1963) e no coletivo Paris Visto Por... (Paris vu par..., 1965). Portanto, foi grande o envolvimento e a influência que o então jovem Schroeder recebeu de nomes tais como Claude Chabrol, Jean Douchet, Eric Rohmer e Jacques Rivette.

Alguns anos mais tarde, sua carreira se solidificaria mesmo na cadeira de direção. Mas, apesar de toda a influência de seus contemporâneos, seria errado classificar Barbet Schroeder como um autor da nouvelle vague – ainda que seus filmes apresentem diversas características temáticas e estilísticas em comum, por assim dizer. O ano de 1969 marca a sua estreia como diretor, com o clássico cult More (1969), um curiosíssimo filme rodado em diversos países, que versa sobre juventude, liberdade, drogas e psicodelia – um retrato cultural bastante denso e simbólico do final daquela década.

Sinopse

Recém formado em matemática, o jovem alemão Stefan Brückner (Klaus Grünberg) está com o pé na estrada, à beira do acostamento, pedindo carona rumo ao novo, ao incerto, ao inesperado. O tempo está nebuloso, a chuva é intensa, a música tema de abertura do filme é não diegética experimental, quando o som é ouvido apenas pelo público e não pelos personagens. Uma busca desesperada por redenção, para um sentido para a vida, ou pela própria vida – ecos do argumento do então sucesso recente A Primeira Noite de Um Homem (The Graduate, 1967) já nas primeiras cenas. Chegará a Paris, sem lenço e sem documento, onde em uma festa conhece e se apaixona por Estelle Miller (Mimsy Farmer), não por acaso justamente uma norte-americana, loira de emblemáticos cabelos curtos, libertária, usuária de heroína. Uma resposta a busca de Stefan.




O que se vê dali em diante é a aventura de um casal que vive os anos 60 como supostamente teriam sido vividos: fuga pelas estradas, viagens lisérgicas, sobretudo o paradoxo que custou a revolução cultural da época: a liberdade e a autodestruição. Enquanto o casal tem seu itinerário insólito, a paisagem de Ibiza, um dos belos destinos, contribui para o clima místico e misterioso que paira sobre a obra. É possível identificar uma forte influência de Godard, principalmente de O Demônio das Onze Horas (Pierrot le fou, 1965) e Acossado (À bout de souffle, 1960), entretanto More jamais teve a relevância desses filmes – é underground por natureza. Talvez seja muito mais conhecido por sua trilha sonora do que por seus méritos cinematográficos.


Barbet Schroeder convidou o Pink Floyd, que era a mais pura vanguarda musical da época, para realizar a trilha do filme. As performances genuinamente malucas de início de carreira, que misturavam rock, pop, música erudita contemporânea, sons, ruídos eletroacústicos e música clássica, fantasia e delírio, foram habilmente mescladas com as sequências do filme, que resultam em momentos de pura poética audiovisual. Como se as imagens e toda a narrativa estivessem possuídas, dominadas por uma possessão de natureza esotérica, destinadas a um rumo soturno e sem volta.


Numa das cenas mais interessantes, Stefan, alucinado, corre em direção a um moinho, e luta contra ele. Uma menção direta ao livro Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, e ligeiramente óbvia, se não fosse o teor lisérgico da tomada. Esta imagem acabou por se tornar a capa do disco do Pink Floyd, chamado Original Motion Picture Soundtrack from the film More. O resultado ficou tão interessante que logo em seguida Michelangelo Antonioni escalou o grupo para participar da trilha de Zabriskie Point(idem, 1970). A banda quase acabou se destinando a ser uma especialista em trilha sonora de filmes, visto que até Stanley Kubrick relutou para que participassem de Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971), o que de última hora foi evitado por Roger Waters – a suíte Atom Heart Mother, que abre o disco homônimo, e se estende por todo o lado A, deveria estar no filme – uma polêmica não totalmente esclarecida até hoje. Mais tarde a banda participaria da trilha de diversos outros filmes, e viriam ainda o musical The Wall (idem, 1982), de Alan Parker, e até mesmo a questionável coincidência da combinação entre o disco The Dark Side Of The Moon e O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939).

Este filme é muito, muito famoso entre os fãs de Pink Floyd, principalmente aqueles fãs mais interessados em seus trabalhos experimentais, feitos entre 1966 e 1972. O porquê disso, é : a trilha sonora do filme é, sim , o disco "Music from the film More", popularmente conhecido como "More". Todas as faixas executadas ao longo do filme são de autoria do Pink Floyd, e em grande parte são instrumentais.

Uma das características da trilha sonora de More, a exceção do tema de abertura, é que o diretor Barbet Schroeder queria que a música fosse diegética, isto é, o que os personagens ouvem é o mesmo que o publico esta escutando ao assistir o filme. Isso fica evidente quando em um determinado momento, a musica do filme para, e a câmera foca a fita cassete parada para demonstrar que a trilha ouvida pelos expectadores é a mesma dos personagens, uma novidade na época.


Muitos fãs não conseguem identificar o álbum More como um trabalho normal da banda, pois de longe é um dos que tem as músicas mais experimentais ou instrumentais. Isso envolve o filme de uma maneira extraordinária, o que torna a trilha sonora muito mais do que um complemento.
A interação filme-música é simplesmente fantástica.



More - 1969

Lado A
1. "Cirrus Minor" (Waters) - 5:18
2. "The Nile Song" (Waters) - 3:26
3. "Crying Song" (Waters) - 3:33
4. "Up the Khyber" (Mason, Wright) - 2:12
5. "Green Is the Colour" (Waters) - 2:58
6. "Cymbaline" (Waters) - 4:50
7. "Party Sequence" (Wright, Waters, Mason, Gilmour) - 1:07

Lado B
1. "Main Theme"(Wright, Waters, Mason, Gilmour) - 5:28
2. "Ibiza Bar" (Wright, Waters, Mason, Gilmour)- 3:19
3. "More Blues" (Wright, Waters, Mason, Gilmour)- 2:12
4. "Quicksilver" (Wright, Waters, Mason, Gilmour)- 7:13
5. "A Spanish Piece" (Gilmour) - 1:05
6. "Dramatic Theme" (Wright, Waters, Mason, Gilmour) - 2:15


David Gilmour - guitarra, violão, vocais, efeitos
Roger Waters - baixo, gongo, violão, vocais
Nick Mason - bateria, percussão
Richard Wright - teclados, vibrafone, vocais

O grupo Dimensão Experimental apoia mais essa iniciativa do Clube de Cultura.