segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Cine Clube de Cultura - Ciclo Outubro Vermelho - A Greve de Sergei Eisenstein 1925 - Nesta quinta dia 05/10/2017 ás 19h30min. entrada franca


Ciclo Outubro Vermelho

No ano do centenário da Revolução Russa, o Cine Clube de Cultura exibirá, no mês de outubro, três filmes do cineasta Sergei Eisenstein.

Sergei Mikhailovich Eisenstein (Riga, Letônia, 23 de janeiro de 1898 - Moscou, Rússia, 11 de fevereiro de 1948) foi um professor, pensador, diretor, roteirista e editor russo. Um dos nomes fundamentais na consolidação da linguagem das imagens em movimento, sua obra é até hoje objeto de estudo para todo o admirador e profissional da sétima arte.

Quando jovem, Eisenstein frequentou uma escola estatal de ciências, de forma a preparar-se para a escola de engenharia, seguindo os passos do seu pai. Encontrou tempo, no entanto, para ampliar seu conhecimento lendo várias obras em russo, alemão, inglês e francês, bem como compondo desenhos animados e atuando num grupo de teatro infantil que ele mesmo fundou.


Em 1915, mudou-se para Petrogrado para continuar seus estudos no Instituto de Engenharia Civil, onde seu pai também havia se formado. Por conta própria, ele também estudou arte renascentista e assistiu a produções de vanguarda do teatro de Vsevolod Meyerhold e Nikolai Yevreinov.

O primeiro filme de Eisenstein, o revolucionário "A Greve", foi produzido em 1924, mostrando que arte e política podiam andar juntas. No longa, ele propõe uma nova forma de edição, a "montagem de atrações", em que as imagens são escolhidas arbitrariamente e independente da ação, apresentadas não em seqüência cronológica, mas de qualquer maneira para extrair o máximo de impacto psicológico.


No ano seguinte, com apenas 27 anos, dirige aquele que provavelmente é sua grande obra-prima, "O Encouraçado Potemkin”, filme dos mais importantes da história do cinema. Filmado em apenas dois meses e montado com extraordinário apuro técnico.

Logo depois faz “Outubro”, um filme produzido para as comemorações do décimo aniversário da Revolução de Outubro de 1917, mas lançado apenas em 1928, em virtude de todas as cenas que incluíam a personagem Leon Trotsky, um dos líderes da revolta, terem sido cortadas. Na re-edição do filme as cenas cortadas foram reintroduzidas


Com o sucesso de seus três filmes russos, Eisenstein é convidado pela MGM para trabalhar nos Estados Unidos, onde não se adaptou ao estilo industrial de Hollywood. Resolve então voltar à União Soviética, e é encarregado de filmar Alexander Nevsky, num momento em que os nazistas iniciavam seu projeto de guerra. O filme torna-se mais um clássico do diretor russo, que vai logo depois conceber uma trilogia sobre Ivã IV, "o Terrível". Antes de iniciar a terceira sequência, morre de ataque cardíaco

Fonte: infoescola

Confira a programação e participe.
A entrada é franca.

05 de outubro, às 19h30 – A Greve (1924)

19 de outubro, às 19h30 – Encouraçado Potenkim (1925)

26 de outubro, às 19h30 – Outubro ( 1928)

Local: Clube de Cultura, rua Ramiro Barcelos, 1853.

Apoio:
E o Vídeo Levou

O Grupo Dimensão Experimental é apoiador desse evento do Clube de Cultura.


A GREVE 1925

No filme “A Greve” (1925) do diretor Sergei Mickhailovitch Eisenstein, podemos evidenciar uma temática social quando, logo após a morte de um trabalhador, acusado injustamente de roubo, uma greve é organizada pela classe de trabalhadores de Moscou. Tendo sido filmado entre julho e outubro de 1924, e montado em dezembro do mesmo ano, as primeiras apresentações do filme aconteceram em março de 1925.


O filme analisa de modo peculiar um processo revolucionário e não apenas uma mera descrição de seus lances. Nessa obra, de acordo com Maria Fernanda, jornalista e historiadora, Eisenstein trabalha com a montagem, o paralelismo e a introdução de imagens simbólicas.
“As montagens sugerem o conceito de metáfora”, afirma. Em um jogo de paralelismo, os animais se tornam peças importantes do filme: as primeiras cenas mostram animais saudáveis e no final, um boi aparece no matadouro como forma de comparar com a morte dos grevistas pelo governo, que também não deixa de representar a classe de trabalhadores.


Os empresários e membros do czarismo são representados de formas estereotipadas, se mantendo fiéis à realidade: bebendo uísque e fumando charutos. Mickhailovitch trabalha com montagens audiovisuais e as seqüências das cenas terminam com um plano de efeito sonoro por meio de características exploradas com objetivos visuais.
Fortemente marcado pela luta capital X trabalho, “A Greve” se trata essencialmente da ascensão da classe trabalhadora sobre o capitalismo. O ideário político de Mickhaillovitch é característico neste filme. Os diretores Russos foram os pioneiros da linguagem, da teoria e da estética cinematográfica, sugerindo e definindo padrões que influenciaram realizadores todo o mundo.


Após a Revolução de 1917, com a criação da União Soviética, as produções cinematográficas se tornaram peças estratégicas para propagandas político-ideológicas. Os filmes desse período eram obras que, não por acaso, exaltavam a força e o heroísmo do povo russo. Produções assim foram financiadas, bastante estimuladas, e amplamente distribuídas pelo Estado.
Eisenstein foi coerente com seu princípio, com sua técnica e com seu tempo e em interface com a Vanguarda Russa.
Abaixo, segue a 1ª parte do filme “A Greve” de Sergei Eisenstein de 1925.


Fonte:
• Mnemocine: http://www.mnemocine.com.br/oficina/eisenstein_maria_fernanda.htm

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