sexta-feira, 18 de junho de 2010

DIMENSÃO EXPERIMENTAL: show no Teatro Carlos Carvalho dia 06/07/2010.







Fotos: Arthur Castilhos
No dia 06/07/2010 ás 21 horas, o grupo Dimensão Experimental participará do projeto "Musica Instrumental" promovido pela Casa de Cultura Mário Quintana no Teatro Carlos Carvalho, 2º andar da mesma instituição, apresentando o espetáculo "O Mito do Eterno Retorno" baseado no livro do escritor romeno e historiador das religiões Mircea Eliade. O show traz como um atrativo a mais o uso de projeção de filmes (incluindo imagens de Porto Alegre)sobre tela que reforçam a tematica e o conceito não só da obra de Eliade, mas também convida o espectador a uma reflexão sobre o tempo e as emoções humanas contrastando o passado com o presente. Através da performance ao vivo o grupo Dimensão Experimental pretende resgatar um pouco da magia do cinema mudo com a música ecoando como trilha. No roteiro músicas do CD homônimo e alguns temas novos. ENTRADA FRANCA

Como reflexão incluimos um texto de Alexandre Pomar sobre o trabalho do fotógrafo e artista plástico português José M Rodrigues que se aproxima da estética e da propósta do grupo Dimensão Experimental.

"A dimensão experimental pode ser uma evocação ou assimilação das vanguardas históricas (a homenagem a Man Ray, por exemplo), enquanto ruptura com produções conformistas. Não é, no entanto, e felizmente, o neovanguardismo como paródia triste de a reapropriação de uma retórica política (dita vanguardista) que em geral recobre práticas ensimesmadas numa sequência do formalismo mais exangue em versão conceptualmente auto-referencial (a arte sobre a definição do reducionismo estético). O princípio abstracto da indistinção entre a arte e da vida - que é tantas vezes uma petição de princípio vanguardista, ou uma legitimação de objectos indiferentes - é aqui substituído por uma real dimensão autobiográfica: os retratos das mulheres, dos filhos, etc. E em especial por uma dimensão performativa que inclui a acção colectiva, a encenação e a precaridade ou desaparição dos objectos produzidos". Alexandre Pomar

Roteiro:

Bloco I "Caos, Cosmos e Fractais" Suite em 6 movimentos (Farina/Saboia/Schmitt)
1-a- Marcha dos Gladiadores (Farina)
2-b- Orion (Farina)
3-c- Music for Lords (Schmitt)
4-d- Sob o Brilho Solar (Farina/Saboia/Schmitt)
5-e- Sirius (Farina)
6-f- Everest (Farina/Saboia)

Bloco II "O Mito do Eterno Retorno" Suite em 6 movimentos(Farina/Saboia/Schmitt)
7-a- Groaperikie (Farina/Saboia)
8-b- Acho que ainda não to bem da cabeça (Farina/Saboia)
9-c- Naylamp (Farina/Saboia/Schmitt)
10-d- Mercosur (Farina/Saboia)
11-e- Zenith (Farina)
12-f- Forum Social Mundial (Farina)

Bloco III
13- Disco Ate (Schmitt)
14- African Express (Schmitt)
15- For Marley (Farina/Saboia)
16- Los Cabalarianos del Río de la Plata (Farina/Saboia)
17- Fusão Latina (Farina)

Arranjos, produção e direção: Dimensão Experimental

Direção Geral: Klaus Farina

Músicos;
Álvaro Saboia - Teclados/Gaitas de Boca/Apitos/Percussão
Cláudio Schmitt - Teclados/Guitarra/Percussão/Programação Eletrônica
Klaus Farina - Teclados/Guitarra/Flauta/Percussão/Apitos/Programação Eletrônica

terça-feira, 15 de junho de 2010

A Capela Positivista de Porto Alegre


Em 2007, o jornalista e arquivista Yuri Victorino teve aprovado pelo FUMPROARTE um projeto que contemplava a realização de um documentário sobre a "Capela Positivista de Porto Alegre". Trata-se de um dos três unicos templos ligados as filosofia de August Conte (os outros dois são: a Capela Positivista do Rio de Janeiro e a casa de Clotilde de Vaux - musa do positivismo), que também criou uma religião da humanidade. Isto é uma religião onde deus é "substituido" pela humanidade. O Positivismo como filosofia politica teve forte influência no Rio Grande do Sul em especial nos governos de Julio de Castlhos e Borges de Medeiros (fins do século XIX e inícios do XX). Para que este projeto pudesse ser levado a cabo foi foi então feita uma parceria com a ong Arqvive Memória e Informação. O projeto rendeu um DVD com 500 cópias distribuidas a várias instituições de memória como arquivos, museus, centros culturais e inclusive escolas e universidades. Neste projeto trabalhei tanto como historiador como músico e compositor. Junto com Mauro Amaral (diretor musical) e Cuca Medina (pianista) que interpretou brilhantemente a partritura "O Patriarca" de Pedro Borges Correa, trabalhamos na trilha sonora que conseguiu o resgatar dos arquivos da Capela Positivista de Porto Alegre esta obra deste maestro bageense. Este trabalho rendeu um CD que está a disposição dos interessados atraves do e-mail: clausfarina@yahoo.com.br ou contatando o blog www.dimensaoexperimental.blogspot.com.

TRILHA SONORA DO DOCUMENTÁRIO

“A CAPELA POSITIVISTA DE PORTO ALEGRE”

FICHA TÉCNICA:

PROJETO FINANCIADO PELO FUMPROARTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE
PRODUÇÃO: ARQVIVE MEMÓRIA E INFORMAÇÃO
DIREÇÃO, ROTEIRO E COORDENAÇÂO: YURI VICTORINO INÁCIO DA SILVA.
DIREÇÃO DE PRODUÇÂO: GLÓRIA ATHANÁZIO
EDIÇÃO: MARCOS ORTIZ
ASSISTENTE DE DIREÇÃO, FOTOGRAFIA E DESING: JOSÉ CLÁUDIO TEIXEIRA JR.
PESQUISA HISTÓRICA: DANIELA AMARAL
DIREÇÃO MUSICAL: MAURO AMARAL
PESQUISA HISTÓRICA E MÚSICA ORIGINAL COMPOSTA POR:
KLAUS FARINA (PIANO, TECLADOS E PROGRAMAÇÃO).
TEMA MÚSICAL “JÚLIO DE CASTILHOS – O PATRIARCA” PARTITURA COMPOSTA PARA DOIS PIANOS POR PEDRO BORGES CORRÊA, INTERPRETADO POR:
CUCA MEDINA (PIANO).
TÉCNICO DE GRAVAÇÃO: HILTON VACCARI
FOTOGRAFIA E AFRADECIMENTOS: LUIZ CARLOS HENRIQUE DE VARGAS
TODAS AS MÚSICAS FORAM GRAVADAS NO ESTUDIO “DA CAPO” EM PORTO ALEGRE EM 28/11/2007

MÚSICAS:
1- A IDADE TEOLÓGICA/MARCHA DOS GLADIADORES (1:39) (KLAUS FARINA)
2- A IDADE METAFÍSICA*** (TEMA DO PORÃO)(2:00) (KLAUS FARINA)
3- A IDADE POSITIVA*** (TEMA DA CAPELA POSITIVISTA DO RIO) (3:09) (KLAUS FARINA)
4- AUGUSTE E CLOTILDE (NOUVELLE VAGUE) (3:23) (KLAUS FARINA)
5- A CAPELA POSITIVISTA (1:25) (KLAUS FARINA)
6- AUGUSTE CONTE*** (TEMA DE ABERTURA DO DOCUMENTÁRIO) (3:38) (KLAUS FARINA)
7- CLOTILDE DE VAUX*** (3:15) (KLAUS FARINA)
8- FORCE VITAL (1:24) (KLAUS FARINA)
9- A CAPELA POSITIVISTA II (2:06) (KLAUS FARINA)
10- JÚLIO DE CASTILHOS - O PATRIARCA (VERSÃO I) (5:34) (PEDRO BORGES CORRÊA)
11- JÚLIO DE CASTILHOS - O PATRIARCA (VERSÃO II) (5:34) (PEDRO BORGES CORRÊA)
12- JÚLIO DE CASTILHOS - O PATRIARCA*** (VERSÃO OFICIAL) (5:34) (PEDRO BORGES CORRÊA)

*** MÚSICAS QUE APARECEM NO DOCUMENTÁRIO

TODAS AS MÚSICAS de 1 a 9 SÃO DE AUTORIA DE KLAUS FARINA
TODAS AS MÚSICAS de 10 a 12 SÃO DE AUTORIA DE PEDRO BORGES CORRÊA

O projeto do documentário “A Capela Positivista de Porto Alegre”, financiado pelo FUMPROARTE, não contemplava inicialmente a realização de uma trilha sonora original, apesar da possibilidade de se encontrar no acervo da capela alguma partitura de algum compositor que inspirado na filosofia de Auguste Conte, pudesse vir a figurar como novidade. Isto foi possível, graças ao trabalho de pesquisa do diretor musical do documentário, Mauro Amaral, acadêmico de música pela UFRGS e integrante da ong ARQVIVE. Contudo, com o desenvolvimento do projeto ficava claro que uma trilha sonora original se fazia necessária, e esta foi uma sugestão do músico, compositor e historiador Klaus Farina (também membro da ong ARQVIVE) que se encarregou de criá-la.
Foram então, concebidos vários temas (nove músicas) baseados na tentativa de captar através de composições contemporâneas a atmosfera do pensamento de Conte. Nem todas as músicas puderam ser utilizadas, porem o material foi suficiente para a produção deste CD. Alguns temas foram inspirados em personagens do positivismo como o próprio Auguste Conte, Clotilde de Vaux e a relação entre os dois, esta ultima retratada no tema Auguste e Clotilde (a musica não foi utilizada e trata-se uma readaptação de outra música composta por Farina chamada “Nouvelle Vague”), uma ardente paixão platônica, sem jamais ter sido consumada. Outros temas foram inspirados nitidamente no que Conte chamou de desenvolvimento do espírito, baseado nas fases “teológica, metafísica e positiva”. A primeira “A Idade Teológica” (não foi utilizada na trilha) procurou apresentar o chamado desenvolvimento espiritual através de três períodos sucessivos (fetichismo, politeísmo e monoteísmo). Este tema também foi uma readaptação de outro anteriormente composto por Farina “A Batalha dos Gladiadores”, que foi renomeado para “A Marcha dos Gladiadores”, por evocar sociedades imperiais como, por exemplo, o Império Romano. O segundo tema “A Idade Metafísica”, reside no fato de a metafísica colocar o abstrato no lugar do concreto e a argumentação no lugar da imaginação. Esta música figurou no documentário como “Tema do Porão” da capela Positivista. Finalmente o tema “A Idade Positiva”, que ao contrario dos estágios teológico e metafísico, considera impossível a redução dos fenômenos naturais a um só princípio. Para Conte, à unidade que o conhecimento pode alcançar seria, assim, inteiramente subjetiva, radicando no fato de empregar-se um mesmo método, seja qual for o campo em questão: uma idêntica metodologia produz convergência e homogeneidade de teorias. Este tema foi utilizado na seqüência das imagens da “Capela do Rio de Janeiro”. Foram produzidos outros três temas que não aparecem na trilha, as duas versões de “A Capela Positivista” (na ultima aparece um pequeno trecho de “Tocata e Fuga em Ré Menor” de Bach) e a música Force Vital. Desde o lançamento do documentário, houve interesse pela trilha. Agora, a ong ARQVIVE, disponibiliza aos interessados este trabalho que entre outras músicas resgata a obra de Pedro Borges Corrêa “Júlio de Castilhos – O Patriarca”, uma peça musical composta para piano e voz que estava preservada nos arquivos da Capela Positivista de Porto Alegre. Executada pela pianista Cuca Medina, a partitura “Júlio de Castilhos – O Patriarca”, foi gravada em versão instrumental (no original ela apresentava letra de Zeferino Antônio de Souza Brazil). Para o diretor musical Mauro Amaral, a descoberta dessa partitura é um dos grandes méritos do trabalho desenvolvido em função do documentário, visto que resgata do esquecimento a obra do maestro bageense nascido em 1852. A composição revela influências de chorinhos, modinhas e compositores eruditos em voga na época, como Claude Debusssy. Por ter sido escrita originalmente para piano e voz, no documentário foram feitas duas gravações ao piano (uma delas substituindo a voz) que depois reunidas deram origem à versão final que corresponde à partitura de Pedro Borges Corrêa. As músicas deste CD seguem a ordem de gravação, é um retrato fiel do desenvolvimento deste trabalho.
*Klaus Farina, Porto Alegre 25/03/2008.
* Historiador, Músico, Compositor, Produtor Cultural e membro fundador do grupo instrumental Dimensão Experimental.