domingo, 28 de abril de 2013

A MÚSICA NO CINEMA MUDO

--------------- A MÚSICA NO CINEMA MUDO Ao longo da história, várias formas de arte incorporaram a música como elemento de expressão. Tirando partido de seu poder de sugestão, compositores procuraram, durante séculos, evocar ou simbolizar elementos da natureza ou expressando emoções. Os teatros entre outras expressões artísticas souberam aproveitar este poder de sugestão. De uma forma geral a função da música no cinema é de que, de uma maneira ou de outra, ela existe para “tocar” as pessoas. Isto é, emocionar, arrancar emoções causando lágrimas, tensão, desconforto, incomodar, narrar um acontecimento, morte, perseguição, piada, dialogo, alívio, descrever um movimento, criar um clima, acelerar uma situação, acalma-la entre outras funções. Durante a época do cinema mudo conforme o a sétima arte ia se desenvolvendo, foram surgindo formas apropriadas de acompanhamento musical dos filmes. Ao longo dos anos 1900, 10 e 20 os cinemas foram se equipando de orquestras, grupos musicais ou músicos solo com o objetivo inicial de abrandar o elevado ruído ambiente das salas gerado pelos primitivos projetores e pelos barulhentos expectadores. Aos poucos, porem a música foi adquirindo importância na narrativa dos filmes ao ponto de compositores serem contratados com o objetivo de criar música específica para os filmes. A música desta época ditava o clima que os olhos vêem, guiando as emoções modulando emocionalmente os quadros visuais. Desse momento em diante o papel da música no cinema mudo cresceu adquirindo uma importância vital inclusive social já que muitos músicos passaram a trabalhar diretamente nos cinemas como fonte de renda. A música no cinema pode ser separada em três categorias, segundo a sua relação com o espaço e tempo da narrativa: música diegética, quando é tocada por uma fonte real no filme (rádio tocando enquadrado na cena); música não diegética, aquela que toca "fora' do filme (ex índios atravessando o deserto enquanto a orquestra ou grupo musical toca acordes em quartas e quintas justas); música meta diegética, quando se refere ao que se passa no pensamento de um personagem. A música neste caso está tanto no nível não diegético, pois não há fonte real no filme (um rádio por exemplo), quanto meta diegético pois nos permite "ler" os pensamentos do personagem. Assim, tendo em vista o aspecto histórico e objetivo, é interessante rever esse período do cinema mudo e os filmes então produzidos sob um ponto de vista conceitual, mais elaborado. Tal estratégia nos permitirá iniciar uma incursão na inerência do som no cinema e unindo a performance musical autoral ao vivo resgatando a linguagem do cinema em primeiros tempos. A música cinemática produzida pelo grupo Dimensão Experimental no projeto Música, Cinema e Memória se define tanto,como não diegética quanto meta diegética o que não impede, no entanto, de que em alguma oportunidade possa ser utilizada de forma diegética.