terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Festival Charles Chaplin - Monsieur Verdoux (1947)
Hoje no Clube de Cultura, rua Ramiro Barcelos, 1853, ás 19h. vai acontecer a ultima sessão do Festival Charles Chaplin, apresentado o filme "Monsieur Verdoux" feito em 1947. Após terá uma pequena palestra com músico, historiador e produtor cultural Klaus Farina (membro do grupo Dimensão Experimental) falando um pouco sobre a importância da obra de Chaplin.
Sinopse: A história desse filme foi baseada em um personagem real, Henry Landrú (1869-1922), que foi condenado à morte na guilhotina por ter assassinado mais de 10 mulheres e seduzido outras tantas. Neste filme, Henry Verdoux, utiliza-se da sedução à mulheres velhas e ricas, dando o famoso golpe do baú. Depois de casar-se com elas, e apoderar-se de seu dinheiro, Landru assassina-as e parte em busca de outras conquistas.
No início do filme, a família Couvais, preocupada com o sumiço de uma irmã, já idosa, que casou com um tal de Varnay, solicita a ajuda da polícia para encontra-la. A primeira aparição de Chaplin no filme é num jardim, cuidando das plantinhas enquanto sua esposa é assada no incinerador. Varnay, na verdade é um dos tantos nomes adotado pelo Verdoux, que já se empenha a conquistar novas presas. O que recebe, ele aplica na bolsa de valores.
Sua sorte declina quando conhece Annabella Bonheur (belissimamente interpretada por Martha Raye), que de tanta sorte que tem , não consegue ser assassinada por ele. Na verdade, boa parte do filme é dedicada às tentativas de Verdoux em livrar-se dela. Em algumas partes, a dupla é tão imbatível que torna-se um duelo à parte a interpretação dos dois. Empenhado em descobrir novos meios de matar, ele tenta “testar” um novo produto numa moça que encontra na rua, mas desiste ao saber que ela trabalha para sustentar o marido preso.
Talvez o maior contraste da história seja principalmente o fato dos meios justificarem os fins. Na verdade, Verdoux mata para sustentar sua família (pois sua mulher é paralítica e seu filho menor). Em nome do amor que sente por ela, e por não conseguir mais trabalho devido à sua idade, ele parte em busca de conquistas, agindo de modo até certo ponto profissional. Para ele, nada mais é do que uma continuação de seu trabalho. Condenado à morte por seus crimes, o personagem fala, com o cinismo que lhe é característico, que seu erro foi ter matado pouco. E uma por vez. Porque se tivesse matado muitos, como se faz nas guerras, ele estaria sendo gloriado. Nesse ponto nos sentimos tentados a pensar que quem na verdade estava falando era o próprio Chaplin, que na juventude havia sido condenado por não querer participar da guerra.
No final, Verdoux é condenado à morte. E o que vemos no final nada mais é do uma repetição dos velhos filmes de Carlitos: caminhando de costas, ele vai para a guilhotina. Tropeça, e lá ainda vemos o velho Carlitos.
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Festival Charles Chaplin - O grande Ditador
Hoje ás 19 horas no Clube de Cultura, rua Ramiro Barcelos, 1853 acontecerá mais uma edição do Festival Charles Chaplin com a exibição do filme "O Grande Ditador" feito em 1940. Após a apresentação deste filme haverá uma pequena palestra com o historiador Klaus Farina (membro do grupo Dimensão Experimental).
Em 1940 a Segunda Guerra Mundial estava há 5 anos de oficialmente terminar. Nesse ano o cineasta Charlie Chaplin lançava O Grande Ditador (The Great Dictator, USA, 1940), com um dos roteiros mais ousado, engraçado e com forte crítica social sobre esse momento que realmente marcou a história do cinema.
Logo nos créditos iniciais de O Grande Ditador somos avisados que a semelhança entre os personagens do filme com a realidade é uma mera coicidência, o que sabemos não ser verdade. Chaplin apresenta dois personagens fisicamente idênticos, mas em situações opostas. Adenoid Hynkel é o grande ditador da Tomânia, uma nação que afundada numa crise passa a crer em coisas como grandes líderes e raças superiores. Já o outro, o intitulado barbeiro de judeus (Carlitos), é o típico desajeitado que perdeu a memória na guerra e não entende o que está acontecendo em Tomânia e mais precisamente no gueto em que vive.
O enredo de O Grande Ditador é incrível, trazendo o paralelismo da vida dos dois personagens, ambos interpretados por Chaplin, que funcionam como caricatos cômicos das figuras centrais da época. Hynkel e o Barbeiro nunca se encontram, mas suas vidas estão interligadas, pois a vida de um sempre acaba estando em jogo com as decisões do outro.
Nas primeiras cenas vemos o personagem de Carlitos em meio a guerra, sempre perdido com cenas cômicas do front. Chaplin deixa claro a banalização com a seriedade da guerra e o mal uso das supostos poderes bélicos. Logo isso fica ainda mais nítido com as cenas de discussão, sobre acordos de “paz”, entre Hynkel e o narcisista Benzino Napaloni, ditador de Bactéria, uma clara referência entre a relação de Hitler com Benito Mussolini da Itália.
O Grande Ditador é cheio de cenas que remetem às situações de tensão que a Segunda Guerra Mundial causava e, Chaplin fez disso uma película em que tudo parece mais cômico se visto desse ângulo inocente que a comédia traz. Para reforçar os gestos caricatos dos dois personagens principais o diretor abusa das cenas longas, e um pouco exageradas, como os discursos fervorosos de Hynkel numa língua incompreesível. O filme foi o primeiro do diretor usando o som das vozes. Chaplin acreditava que o som iria mudar o expressionimo do cinema, o tornando mais banal.
Na filmografia do diretor havia o clássico Tempos Modernos, de 1936, que já o mostrava como pai das sátiras sociais. Dizendo que a vida era uma comédia se vista de perto, fez de seus filmes obras de arte, sem nenhum tipo de gratuidade, e muito representantivas sobre os fatos que estavam mudando o curso da humanidade. E mesmo com toda essa “leveza” Chaplin foi exilado dos EUA, por conta desse filme.
O Grande Ditador é um clássico pela criatividade e ousadia do diretor. Em um período em que as artes pisavam em ovos e o cinema era limitado pelo cinema-propaganda-totalitário, ele produziu/dirigiu/atuou em um filme que até hoje parece ousado demais, porém com a subjetividade suficientemente sensível para a época.
Enquanto, nesta época, muitos filmes, livros e obras americanos preferiam visar apenas o entretenimento, O Grande Ditador é marcado pela crítica social e falta de sentido do futuro. A arte da época foi marcada pelas caricaturas do que poderia vir a ser o futuro, como fica claro em outras obras do diretor e em obras literárias visionárias que retratam o totalitarismo como 1984, de George Orwell.
O Grande Ditador - 1940 124 min.
Direção, Roteiro e Música: Charles Chaplin
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Amanhã Dimensão Experimental no Clube de Cultura apresentando 1914 ao vivo.
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Amanhã dia 06/12/2014, ás 21 horas, o grupo Dimensão Experimental, vai realizar mais uma apresentação de "1914". Esta performance do grupo Dimensão Experimental faz parte da programação do Festival Cultural de fim de ano promovido pelo Clube de Cultura, Rua Ramiro Barcelos 1853. Esta apresentação terá seu audio gravado, para futara edição e lançamento em DVD do audio-visual '1914". Neste mesmo dia vai estreiar o curta "Brasil um Retorno a Razão!?" produzido, editado, roteirizado e dirgido pelo músico e historiador Klaus Farina, membro do grupo Dimensão Experimental.
"Filas de rostos pálidos murmurando, máscaras de medo,
Eles deixam as trincheiras, subindo pela borda,
Enquanto o tempo bate vazio e apressado nos pulsos,
E a esperança, de olhos furtivos e punhos cerrados,
Naufraga na lama.
Ó Jesus , fazei com que isso acabe".
Siegfried Sassoon
"1914", é o mais novo trabalho do projeto cultural Música, Cinema e Memória de autoria do grupo Dimensão Experimental. Este projeto tem como objetivo o resgate e uma re-leitura da linguagem do cinema silencioso. "1914", é inspirado em imagens de filmes antigos feitos por cinegrafistas, jornalistas e outros que cobriram a Primeira Guerra Mundial. As imagens dos filmes que formam o audiovisual "1914" foram coletadas no youtube. Este conflito mudou os rumos da história da humanidade, inaugurando uma era de violência extrema que conforme o historiador Eric Hobsbawm marcou a característica do século XX.
"1914" foi roteirizado e editado sob a forma de um documentário mudo musicado ao vivo. A trilha sonora é de autoria do grupo Dimensão Experimental (Álvaro Sabóia, Mozart Dutra e Klaus Farina) que também assinam os arranjos.
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"1914" 43 minutos PB silencioso
Direção, roteiro, edição, texto e pesquisa histórica: Klaus Farina
Produção: Dimensão Experimental
Produção Executiva: Klaus Farina
Música composta arranjada e interpretada por Dimensão Experimental:
Álvaro Sabóia - Teclados / Gaita de Boca
Mozart Dutra - Percussão Acústica / Efeitos Eletrônicos
Klaus Farina - Teclados / Guitarra / Flauta / Programação Eletrônica
Apoio: Clube de Cultura, E O Vídeo Levou, Rádio da Universidade - Programa Sonoridades.
Música: "1914" - suíte em de onze movimentos de Álvaro Sabóia / Mozart Dutra / Klaus Farina.
I - O Ultimo Verão da Belle Époque (Farina)
II - A Dança de Marte e o Rufar dos Tambores (Farina/Sabóia)
III - Guerra de Movimento (Farina/Sabóia)
IV - Guerra de Trincheiras (Farina)
V - A Batalha de Gallipoli (Farina)
VI - Genocídio Armênio (Farina)
VII - Guerra submarina (Farina)
VIII - Gás (Farina/Dutra)
IX - O Deus da Carnificina (Farina)
X - O Armistício, uma paz duradora? (Farina)
XI - Subsídios para outra guerra (Farina/Sabóia/Dutra)
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
CINEMA NO ARQUIVO
No ano passado, o grupo Dimensão Experimental musicou o filme "A Revolução no Rio Grande" de Benjamin Camozatto, feito em 1923 sobre esse conflito. Esse filme pertencente ao acervo do MUSECOM foi performado ao vivo pelo Dimensão Experimental em três oportunidades que resultaram na gravação da trilha sonora provisória, quando das comemorações dos 90 anos desse evento.
Neste ano, o APERS (Arquivo Publico do Estado do Rio Grande do Sul) apresentou a versão musicada e gravada ao vivo pelo grupo Dimensão Experimental deste filme.
o grupo Dimensão Experimental tem apoiado todas as iniciativas que tenham por objetivo ampliar os espaços culturais audio-visuais. Neste sentido apoiamos a iniciativa do APERS em seu novo projeto "CINEMA NO ARQUIVO" e seus organizadores: Angelita Silva, Giglioli Rodrigues, Claus Farina, Roberta Valença e Caroline Baseggio.
Abaixo transcrevemos o texto do APERS convidando a todos amanhã a a partir das 18 horas e 30 min.
O cinema é considerado uma grande paixão nacional. A área se torna ainda mais importante quando as produções audiovisuais incentivam discussões que envolvem literatura, filosofia, arte ou música. Pensando nisso, o Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS), vinculado à Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos (SARH), organiza o Cinema no Arquivo.
Trata-se de um projeto-piloto, cujo objetivo é promover debates inter e transdisciplinar em torno de temáticas de cunho histórico. A primeira sessão traz o longa "Os Senhores da Guerra", de Tabajara Ruas. O evento ocorre no dia 4 de dezembro, às 18h30min, no APERS (Rua Riachuelo, 1031).
Os Senhores da Guerra é uma adaptação do romance homônimo de José Antônio Severo. Conta a história dos irmãos Julio e Carlos. Cultos, vêm de uma família rica e acabam separados pela Revolução de 1923, a qual divide o Rio Grande do Sul entre chimangos e maragatos. Um torna-se prefeito, enquanto o outro revolucionário. A produção, de 2014, enquadra-se no gênero drama.
A entrada para o Cinema no Arquivo é franca. Após a exibição do longa, acontecerá um debate com a presença do diretor Tabaraja Ruas. A iniciativa conta com o apoio da Casa de Cultura Maio Quintana e do Centro de Entretenimento E o Vídeo Levou.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Festival Charles Chaplin - Tempos Modernos no Clube de Cultura
Hoje no Clube de Cultura rua Ramiro Barcelos, 1853 com entrada franca tem mais uma edição do Festival Charles Chaplin com o filme Tempos Modernos de 1936.
TEMPOS MODERNOS - 1936 83 min. pb.
Um operário de uma linha de montagem, que testou uma "máquina revolucionária" para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela "monotonia frenética" do seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não tem mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue escapar.
TEMPOS MODERNOS - 1936 83 min. pb.
Um operário de uma linha de montagem, que testou uma "máquina revolucionária" para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela "monotonia frenética" do seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não tem mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue escapar.
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