sexta-feira, 4 de março de 2011

Dimensão Experimental fecha parceria com o Cinebancários e o Jornal Vaia para apresentações do projeto "Música, Cinema e Memória" já em 14/04/2011.



Dimensão Experimental

Filmes Avant-Garde
Ballet Mécanique (1924) de Fernand Léger

Le Retour à La Raison (1923) de Man Ray

Anemic Cinema (1926) de Marcel Duchamp

H2O (1929) de Ralph Steiner

O grupo Dimensão Experimental, agora constituído por Klaus Farina (teclados/guitarras/flauta/programação eletrônica), Álvaro Saboia (teclados e gaita de boca) e Rodrigo Endres (guitarras) fechou uma parceria com o Cinebancários, onde apresentará a partir de 14 abril três exibições do projeto "Música, Cinema e Memória". O projeto "Música, Cinema e Memória" de autoria do grupo Dimensão Experimental foi lançado no ano passado e exibido pela primeira vez na Sala de Cinema Paulo Amorim (CCMQ)em 25/09/2010.

Além do Cinebancários o grupo Dimensão Experimental também conseguiu fechar uma parceria com o Jornal Vaia (que colocará seu equipamento de som a disposição). Mozart Moreira Dutra (integrante do Jornal Vaia) será o operador de som. O Jornal Vaia promove um interessante projeto que tem por objetivo divulgar músicos com trabalhos autorais cuja apresentações ocorrem sempre no teatro de Arena.

As apresentações do projeto "Música, Cinema e Memória" serão realizadas uma vez a cada três meses, começando em 14 de abril sempre ás quintas-feiras ás 21 horas. Também ficou acertado que em cada dia de exibição serão apresentados e performados filmes diferentes de cineastas em sua maioria desconhecidos do grande público.

O caledário das apresentações é o seguinte:

14/04/2011 (quinta feira ás 21 horas)
14/07/2011 (quinta feira ás 21 horas)
13/10/2011 (quinta feira ás 21 horas)
Local: Cinebancários
Entrada Franca

Os filmes escolhidos para a primeira apresentação em 14/04/2011 são os mesmos performados no ano passado na CCMQ (ver sinopse dos filmes abaixo)ou seja “Le Retour à La Raison” (1923) 2 min. – Man Ray, “Ballet Mécanique” (1924) 11 min. – Fernand Léger, “Cockeyed” (1925) – 3 min. – Alvin Knechte,“Anemic Cinema” (1926) 6 min. – Marcel Duchamp e “H 2 O” (1929) – 12 min. – Ralf Steiner. O nome do palestrante (ou palestrantes) será divulgado nos próximos dias.

Para as demais apresentações, o grupo Dimensão Experimental já está trabalhado na escolha dos filmes e criação da trilha sonora. A lista destes outros filmes e cineastas será divulgada em breve, mas já se pode adiantar alguns como: Les Mystéres du Chateu du Dé (1929), Emak Bakia (1926) ambos de Man Ray, Rhytmus 21 (1921) de Hans Richter e Symphone Diagonale (1924) de Viking Eggeling. Outros cineastas como Norman Mclarem, Joris Ivens, Robert Florey e Dwinnel Grant entre outros poderam ter seus filmes performados pelo grupo Dimensão Experimental, que também manifestou interesse em musicar no futuro o filme "Rien que les Heures" (1926) do brasileiro Alberto Cavalcante que foi um dos expoentes do avant-garde do cinema dos anos 20.


O objetivo do Grupo Dimensão Experimental é oferecer ao espectador através de composições contemporâneas próprias a possibilidade do contato com um dos movimentos mais criativos que se produziu na história do cinema em seus primórdios, através de filmes até pouco tempo inéditos ou desconhecidos para o publico, em sua maioria, resgatando um pouco da magia do cinema mudo, musicando alguns dos clássicos do cinema avant-garde dos anos 20.
O projeto tem por característica a ação cultural, através da projeção dos filmes e performance musical ao vivo, e de uma ação educativa com a realização de palestra e debate sobre a importância histórica do cinema avant-garde, com participação do público e de pessoas especializadas em cinema, história do cinema (historiadores, jornalistas, antropólogos, cineastas...) contextualizando-o, tendo como uma das pautas a influência da vanguarda no cinema, contrastando o passado com o presente, em especial as diferenças de paradigma da época em que eclodiu, quando as utopias e a revolução estavam na ordem do dia em contraposição com o momento atual em que estas mesmas utopias parecem esvaziadas com o objetivo de avaliar as perspectivas de um cinema experimental na atualidade por ocasião das novas tecnologias (cinema tridimensional, digital etc.).
A partir das próximas semanas serão publicadas matérias especiais sobre os filmes, cineastas e um pouco da história do movimento Avant-garde no cinema.

SINOPSE DOS FILMES da apresentação de 14/04/2011

“Le Retour à La Raison” (1923) 2 min. – Man Ray

O pintor e fotógrafo, Man Ray fez seu primeiro filme “Le Retour à La Raison” (1923) em um só dia. O título se refere a um retorno à razão, mas, paradoxalmente, o filme revela-se inteiramente sem razão. Utilizando-se de radiogramas, quadros feitos por objetos colocados diretamente sobre a película, como alfinetes e botões, o filme projetava efeitos metálicos na tela.
O corpo nu de uma mulher foi um dos únicos elementos concretos do filme, que continha cenas comuns em um contexto incomum.
Esta foi uma obra dadaísta, tanto pelos elementos utilizados quanto pelos seus resultados, uma vez que causou uma reação violenta na platéia sendo interrompida a projeção após um minuto.

“Ballet Mécanique” (1924) 11 min. – Fernand Léger

Fernand Léger, (1881-1995) foi um dos mais destacados pintores cubistas. Os seus quadros apresentam formas com volumetrias acentuadas e simplificadas, reduzidas a volumes primários, como cones e cilindros, acentuados por uma vigorosa modelação, denunciando a sua formação inicial em arquitetura e o fascínio pela civilização industrial do séc. XX. Ao contrário de Picasso ou de Braque, que viam na representação da mecânica do movimento apenas um meio para revelarem a mecânica da percepção, Léger devotou toda a sua vida ao estudo das formas das máquinas e dos objetos técnicos, acreditando sempre no poder de transformação da arte e na sua importância para o estabelecimento de uma sociedade mais justa e igualitária, baseada no progresso técnico e científico.
Inspirado pelo estilo tragicômico das primeiras diatribes cinematográficas de Charles Chaplin, Léger decidiu transpor para o cinema os seus princípios estéticos e o seu otimismo ideológico. O resultado foi o curta-metragem experimental Ballet Mécanique (1924), um dos mais antigos e importantes filmes abstratos, que se tornou um exemplo clássico da utilização de objetos quotidianos a serviço da abstração formal.

“Cockeyed” (1925) – 3 min. – Alvin Knechte

Em Cockeyd: Gems fron the memory of a nutty cameraman (1925), Alvin Kenechte, realizou neste filme de apenas três minutos experimentos de sobreposição de imagens através da subdivisão da tela de forma inteligente e divertida criando efeitos surreais como um homem comendo uma lâmpada incandescente, pessoas, edifícios, carros, aviões, trens desaparecendo e reaparecendo, entre as cenas intrigantes que apresentadas pelo autor, evidenciam através do insólito confundir, e questionar a sanidade do expectador.

“Anemic Cinema” (1926) 6 min. – Marcel Duchamp

O primeiro filme de Marcel Duchamp “Anemic Cinema” (1926), cujo título brinca com as letras da palavra cinema, põe em movimento esferas rotatórias ou rotoreliefs (discos em que Duchamp desenhou linhas e círculos concêntricos e excêntricos) que, ao girarem, provocam no espectador uma sensação estranha, como uma nova dimensão. Inscritas nos espirais, as letras vão formando frases indecifráveis, compondo um dos fenômenos visuais mais puros, sensíveis e fascinantes, em uma tentativa de se produzir filmes estereoscópicos.

“H 2 O” (1929) – 12 min. – Ralf Steiner

Ralph Steiner (1899-1986), fotógrafo americano e cineasta. Após sua graduação 1921 do Dartmouth College, onde aprendeu técnicas de fotografia, Steiner se mudou para New York e estudou na Clarence H. White School of Photography. Cada vez mais socialmente engajado, Steiner voltou-se para um estilo de documentário mais realista. A mudança é particularmente evidente em seus filmes: o resumo do estudo inicial de água e luz, H 2 O (1929). Um filme rápido e experimental composto em torno do tema da água em todas as suas formas. Um estudo clássico das amostras de luz e texturas sobre a superfície da água Como um tipo de poema cinematográfico enfatizando o ritmo e alterações através das qualidades visuais das imagens e da estrutura da edição. Quando o cineasta move a câmera mais próxima da superfície reflexiva, as imagens tornam-se mais abstratas e visualmente dramáticas. Esta concentração de padrões de movimento, sombreamento e textura fazem de H 2 O uma obra prima.
Pesquisa e texto: Klaus Farina - músico, historiador e produtor cultural.

Um comentário:

Marcus Schulten disse...

Parabéns pela continuação do projeto e sucesso para o novo membro da banda. Um abraço!

Marcus