domingo, 25 de maio de 2014
Dimensão Experimental no aniversário do Clube de Cultura dia 30/05/2014 ás 22 horas.
Na próxima sexta feira, dia 30/05/2014, ás 22 horas o Dimensão Experimental vai participar aniversário do Clube de Cultura, rua Ramiro Barcelos 1853, performando três filmes: Os Óculos do Vovô de Francisco Santos (1913), Tusalava de Len Lye (1929)e uma compilação de 25 minutos do filme Vento Norte de Salomão Scliar (1951.
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Os Óculos do Vovô - 1913 (Brasil) de Francisco Santos
Conforme o pesquisador Antonio Jesus Pfeil, Os Óculos do Vovô é o mais antigo filme de ficção feito no Brasil.Na virada do século XX, o português Francisco Dias Ferreira dos Santos(1873-1937) chegou ao Brasil numa turnê de teatro e apresentou-se ao longo do país durante anos. Em 1909 chegou ao extremo sul, e aqui concebeu uma pioneira empresa de cinema.
O empreendimento já era ousado para a época, e mais ainda por situar-se longe dos grandes centros urbanos. Os estúdios da Guarany Fábrica de Fitas Cinematográficas (ou Guarany Filmes) ficavam numa casa da Rua Marechal Deodoro, em Pelotas.
No primeiro filme da produtora Guarany, um menino pinta os óculos de seu avô, que ao acordar pensa estar cego, dando lugar a cenas cômicas.
Música; Os Óculos do Vovô (Farina)
Arranjos; Dimensão Experimental
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Tusalava - 1929 (Nova Zelândia)de Len Lye
Tusalava, o primeiro filme realizado em Inglaterra pelo neo-zelandês Len Lye, foi construído com uma técnica chamada «animação tradicional» ou «cel animation», que consiste na animação de desenhos (no caso, cerca de 4400) feitos em celulóide, em que cada quadro é desenhado à mão e depois fotografado.
Tusalava é uma animação abstrata onde duas formas orgânicas evoluem a partir de uma relação a um tempo simbiótica e parasitária. Pontos e círculos entram em contacto entre si, reagem e interpenetram-se, absorvem ou separam-se das formas opositoras, criando padrões cada vez mais complexos. O filme captura a mutabilidade da existência, a ambiguidade entre a penetração criadora e a agressão destruidora, a absorção e a síntese. Podemos encontrar algumas semelhanças entre Tusalava e alguns dos filmes abstractos realizados na década de 20, por nomes como Oskar Fischinger e Hans Richter. No entanto, Tusalava distancia-se daqueles pelo facto de Lye ter sido muito influenciado pela arte dos aborígenes australianos e do Pacífico Sul. Assim, ao combinar a arte tribal com a arte moderna, Tusalava apresenta formas mais orgânicas que os filmes de Fischinger e Richter, que eram dominados por formas mais geométricas e angulares. As formas e os
padrões de Tusalava movimentam-se como se fossem entidades vivas em constante mutação, o que levou a crítica a ver no filme uma narrativa acerca das formas primitivas de vida. A despeito destas interpretações, Tusalava pode ser visto como um ensaio sobre a natureza do movimento. Lye procurou criar um conjunto de imagens em permanente interacção que encerrassem um sentido mágico da vida e que envolvessem fisicamente os espectadores.
Música: Tusalava (Farina/Saboia/Dutra)
Arranjos: Dimensão Experimental
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Vento Norte - 1951 de Salomão Scliar
Vento Norte é o primeiro longa-metragem feito no Rio Grande do Sul, filmado na região de Torres. A história mostra a luta cotidiana de pescadores no litoral gaúcho. A vida fica mais difícil quando uma ventania atinge a região, trazendo a miséria. A chegada de um desconhecido abala ainda mais a comunidade e leva os homens a reagirem de forma violenta. As belas imagens do filme de Salomão Scliar ganharam uma homenagem do grupo Dimensão Experimental que criou uma trilha sonora autoral para acompanhar uma sequência de 25 minutos da película original.
Música: Suíte Vento Norte (Farina/Saboia/Dutra) - suíte instrumental em seis movimentos:
I Movimento (Farina/Saboia/Dutra)
II Movimento (Farina)
III Movimento (Farina/Saboia/Dutra)
IV Movimento (Farina/Saboia/Dutra)
V Movimento (Farina)
VI Movimento (Farina/Saboia/Dutra)
Arranjos: Dimensão experimental
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Dimensão Experimental
Klaus Farina - Teclados, Guitarra, Flauta e Programação
Alvaro Saboia - Teclados e Gaita de Boca
Mozart Dutra - Percussão Acústica
domingo, 18 de maio de 2014
Dimensão Experimental na 12º Semana Nacional dos Museus - Canoas
Dimensão Experimental - Música, Cinema e Memória em Canoas.
Dia 19/05/2014, a partir dás 19 horas em Canoas, rua Ipiranga, número 105, o grupo Dimensão Experimental vai participar da 12º Semana Nacional de Museus apresentado mais uma edição do projeto cultural Música, Cinema e Memória que visa o resgate e uma releitura da linguagem do cinema mudo, performando os filmes: "Os Óculos do Vovô" (BRA - 1913) de Francisco Santos e Tusalava de Len Lye (Nova Zelândia - 1929).
Os Óculos do Vovô - 1913 (Brasil) de Francisco Santos
Conforme o pesquisador Antonio Jesus Pfeil, Os Óculos do Vovô é o mais antigo filme de ficção feito no Brasil.Na virada do século XX, o português Francisco Dias Ferreira dos Santos(1873-1937) chegou ao Brasil numa turnê de teatro e apresentou-se ao longo do país durante anos. Em 1909 chegou ao extremo sul, e aqui concebeu uma pioneira empresa de cinema.
O empreendimento já era ousado para a época, e mais ainda por situar-se longe dos grandes centros urbanos. Os estúdios da Guarany Fábrica de Fitas Cinematográficas (ou Guarany Filmes) ficavam numa casa da Rua Marechal Deodoro, em Pelotas.
No primeiro filme da produtora Guarany, um menino pinta os óculos de seu avô, que ao acordar pensa estar cego, dando lugar a cenas cômicas.
Música; Os Óculos do Vovô (Farina)
Arranjos; Dimensão Experimental
Tusalava - 1929 (Nova Zelândia)de Len Lye
Tusalava, o primeiro filme realizado em Inglaterra pelo neo-zelandês Len Lye, foi construído com uma técnica chamada «animação tradicional» ou «cel animation», que consiste na animação de desenhos (no caso, cerca de 4400) feitos em celulóide, em que cada quadro é desenhado à mão e depois fotografado.
Tusalava é uma animação abstrata onde duas formas orgânicas evoluem a partir de uma relação a um tempo simbiótica e parasitária. Pontos e círculos entram em contacto entre si, reagem e interpenetram-se, absorvem ou separam-se das formas opositoras, criando padrões cada vez mais complexos. O filme captura a mutabilidade da existência, a ambiguidade entre a penetração criadora e a agressão destruidora, a absorção e a síntese. Podemos encontrar algumas semelhanças entre Tusalava e alguns dos filmes abstractos realizados na década de 20, por nomes como Oskar Fischinger e Hans Richter. No entanto, Tusalava distancia-se daqueles pelo facto de Lye ter sido muito influenciado pela arte dos aborígenes australianos e do Pacífico Sul. Assim, ao combinar a arte tribal com a arte moderna, Tusalava apresenta formas mais orgânicas que os filmes de Fischinger e Richter, que eram dominados por formas mais geométricas e angulares. As formas e os
padrões de Tusalava movimentam-se como se fossem entidades vivas em constante mutação, o que levou a crítica a ver no filme uma narrativa acerca das formas primitivas de vida. A despeito destas interpretações, Tusalava pode ser visto como um ensaio sobre a natureza do movimento. Lye procurou criar um conjunto de imagens em permanente interacção que encerrassem um sentido mágico da vida e que envolvessem fisicamente os espectadores.
Música: Tusalava (Farina/Saboia/Dutra)
Arranjos: Dimensão Experimental
Dimensão Experimental
Klaus Farina - Teclados, Guitarra, Flauta e Programação
Alvaro Sabóia - Teclados e Gaita de Boca
Mozart Dutra - Percussão Acústica
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Dimensão Experimental em Canoas
Dia 19/05/2014, a partir dás 19 horas em Canoas, rua Ipiranga, número 105, o grupo Dimensão Experimental vai participar da 12º Semana Nacional de Museus apresentado mais uma edição do projeto cultural Música, Cinema e Memória que visa o resgate e uma releitura da linguagem do cinema mudo, performando os filmes: "Os Óculos do Vovô" (BRA - 1913)de Francisco Santos e Tusalava de Len Lye (Nova Zelândia - 1929).
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Os Óculos do Vovô - 1913 (Brasil) de Francisco Santos
Conforme o pesquisador Antonio Jesus Pfeil, Os Óculos do Vovô é o mais antigo filme de ficção feito no Brasil. O texto abaixo é dele.
"O mais antigo filme de ficção brasileiro é o curta-metragem mudo Os Óculos do Vovô, produzido em Pelotas em 1913. Fragmentos do filme foram resgatados na década de 1970.
Na virada do século XX, o português Francisco Dias Ferreira dos Santos(1873-1937) chegou ao Brasil numa turnê de teatro e apresentou-se ao longo do país durante anos. Em 1909 chegou ao extremo sul, e aqui concebeu uma pioneira empresa de cinema.
O empreendimento já era ousado para a época, e mais ainda por situar-se longe dos grandes centros urbanos. Os estúdios da Guarany Fábrica de Fitas Cinematográficas (ou Guarany Filmes) ficavam numa casa da Rua Marechal Deodoro, em Pelotas.
No primeiro filme da produtora Guarany, um menino pinta os óculos de seu avô, que ao acordar pensa estar cego, dando lugar a cenas cômicas.
Um antigo poema do norte-americano Leroy Freeman Jackson (1881-1958), Vovô perdeu os óculos, relata um caso muito parecido, mas de posterior publicação ao filme pelotense.
Além de produzir a obra, Santos é diretor e roteirista, e atua como o avô; seu próprio filho, Mário Santos, faz o garoto travesso. As cenas externas foram rodadas no Parque Souza Soares, no bairro Fragata. Mais detalhes sobre a história de Santos e as produções da Guarany Filmes no artigo de Liângela Xavier Francisco Santos: um ilustre desconhecido.
Uns sessenta anos depois, restos dos Óculos do Vovô foram achados em São Paulo pelo pesquisador canoense Antônio Jesus Pfeil, em poder de Yolanda L'Huillier, neta de Francisco Santos. O material foi recuperado na Escola de Comunicações e Artes da USP.
Texto: Antônio Jesus Pfeil
Texto: Antônio Jesus Pfeil
Antônio Jesus Pfeil
Música; Os Óculos do Vovô (Farina)
Arranjos; Dimensão Experimental
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Tusalava - 1929 (Nova Zelândia)de Len Lye
Tusalava, o primeiro filme realizado em Inglaterra pelo neo-zelandês Len Lye, foi construído com uma técnica chamada «animação tradicional» ou «cel animation», que consiste na animação de desenhos (no caso, cerca de 4400) feitos em celulóide, em que cada quadro é desenhado à mão e depois fotografado.
Tusalava é uma animação abstracta onde duas formas orgânicas evoluem a partir de uma relação a um tempo simbiótica e parasitária. Pontos e círculos entram em contacto entre si, reagem e interpenetram-se, absorvem ou separam-se das formas opositoras, criando padrões cada vez mais complexos. O filme captura a mutabilidade da existência, a ambiguidade entre a penetração criadora e a agressão destruidora, a absorção e a síntese.
Podemos encontrar algumas semelhanças entre Tusalava e alguns dos filmes abstractos realizados na década de 20, por nomes como Oskar Fischinger e Hans Richter. No entanto, Tusalava distancia-se daqueles pelo facto de Lye ter sido muito influenciado pela arte dos aborígenes australianos e do Pacífico Sul. Assim, ao combinar a arte tribal com a arte moderna, Tusalava apresenta formas mais orgânicas que os filmes de Fischinger e Richter, que eram dominados por formas mais geométricas e angulares. As formas e os padrões de Tusalava movimentam-se como se fossem entidades vivas em constante mutação, o que levou a crítica a ver no filme uma narrativa acerca das formas primitivas de vida. A despeito destas interpretações, Tusalava pode ser visto como um ensaio sobre a natureza do movimento. Lye procurou criar um conjunto de imagens em permanente interacção que encerrassem um sentido mágico da vida e que envolvessem fisicamente os espectadores.
A London Film Society e o escritor Robert Graves financiaram a produção de Tusalava mas as verbas disponíveis não permitiram a realização de uma versão sonorizada, pelo que, na sua estreia, em 1929, Tusalava foi acompanhado por música para piano composta pelo australiano Jack Ellitt. A música, constituída exclusivamente por padrões rítmicos e uma total ausência de melodia, era muito semelhante à que Ellitt escreveu, no ano seguinte, para a curta-metragem Light Rhythms, de Francis Bruguière. Infelizmente, a partitura original de Ellitt perdeu-se e Tusalava hoje é exibido como um filme mudo.
Música: Tusalava (Farina/Saboia/Dutra)
Arranjos: Dimensão Experimental
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