terça-feira, 20 de março de 2018

As Sufragistas no Cine Clube de Cultura - Ciclo Mulheres - Nesta Quinta dia 22


O movimento das sufragistas na Inglaterra teve início em 1897 com a criação da National Union of Women’s Suffrage Societies – NUWSS (União Nacional das Sociedades de Mulheres Sufragistas), mas a inquietação das mulheres pela busca por direitos já vinha desde 1792. Naquele ano, a britânica Mary Wollenstonecraft foi pioneira ao lançar um livro sobre direitos femininos, intitulado “Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher”.


Muito tempo se passou até que as mulheres de fato conseguissem articular o movimento, mas a obra de Mary foi de grande influência para as sufragistas britânicas e inspirou mulheres do mundo inteiro. Em 1904, lideranças femininas ao redor do globo já estavam motivadas pela causa e naquele ano foi lançada a International Woman Suffrage Alliance (Aliança Internacional das Mulheres Sufragistas). Essa instituição existe até hoje, mas seu nome passou a ser International Alliance of Women (Aliança Internacional da Mulher).
Tais organizações focavam-se em atos pacíficos e eram anti-rebelião, o que infelizmente não estava surtindo resultados efetivos em favor da causa. Sendo assim, um grupo de mulheres da NUWSS britânica resolveu que era hora de agir mais energicamente. Elas sabiam que as coisas não iriam mudar na base da camaradagem. Decidiram, então, criar a Women’s Social and Political Union – WSPU (União Social e Política das Mulheres). E foi aí que o movimento sufragista começou a fazer barulho de verdade na Inglaterra. Essas mulheres alavancaram a verdadeira revolução e é nelas que o filme se foca, lógico.


Apesar de ser inspirado em personagens reais, o longa vem recebendo duras críticas por não mostrar a participação de imigrantes indianas no movimento britânico. De fato, elas foram figuras importantes dentre as sufragistas daquele país, a começar pela princesa Sophia Duleep Singh. Sophia era filha de um marajá indiano, mas, apesar de ter nascido em uma família rica, resolveu unir-se à luta pelos direitos das mulheres e foi uma ativista expressiva do movimento. Nem ela nem outras personagens indianas são representadas no filme, apesar dos registros que mostram a participação dessas mulheres.


Em “As Sufragistas”, são quatro as personagens de destaque: Maud Watts (interpretada por Carey Mulligan), Emmeline Pankhurst (Meryl Streep), Edith Ellyn (Helena Bonham Carter) e Violet Miller (Anne-Marie Duff). Na vida real, apenas Emmeline existiu de fato. Ela foi uma das fundadoras do movimento na Inglaterra e é a mais notória sufragista da história britânica.


Emmeline nasceu em Manchester, em 1858, e era casada com um advogado que também apoiava a causa das mulheres. Ficou viúva aos 40 anos e sofreu muito pela perda do marido, mas não desistiu da militância. Ela ajudou a fundar, em 1903, a União Social e Política das Mulheres, embrião da revolução sufragista. Foi presa diversa vezes e chegou a fazer greve de fome, como várias outras ativistas. Na época o governo chegava a libertar as prisioneiras para que não morressem por inanição, mas depois ia atrás delas novamente. Emmeline morreu em 1928, poucas semanas após as mulheres terem conseguido o direito ao voto na Inglaterra. Ela tinha 69 anos de idade.

Local: Clube de Cultura, rua Ramiro Barcelos, 1853
Dia: 22/03/2018
Horário: 19h30min.
Entrada Franca
Apoio: E O Vídeo Levou e grupo Dimensão Experimental

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