sábado, 22 de junho de 2019

Cine Errante nas Quartas Culturais do Monchito com Easy Rider dia 26/06/2019


Nesta próxima quarta feira dia 26/06/2019, as 19h, vai acontecer mais uma edição do Cine Errante nas Quartas Culturais do Monchito com o filme Easy Rider (Sem Destino). Dás 19h as 21h tem chope duplo. Entrada Franca.


SINOPSE E DETALHES
Wyatt (Peter Fonda) e Billy (Dennis Hopper) são motoqueiros que viajam pelo sul dos Estados Unidos. Após levarem drogas do México até Los Angeles, eles as negociam com um homem em um Rolls-Royce. Com o dinheiro a dupla parte rumo ao leste, na esperança de chegar a Nova Orleans a tempo para o Mardi Grass, um dos Carnavais mais famosos em todo o planeta.



No final da década de 1960, havia um descompasso comportamental e ideológico entre jovens hippies, protagonistas da contracultura, e os personagens de filmes ultrapassados, produzidos por uma Hollywood antiquada. Dennis Hopper, diretor de Sem Destino, diz em livro de Peter Biskind* que naquela época ninguém se via retratado pelo cinema norte-americano. Segundo o artista, o público queimava fumo e tomava LSD em love-ins que ainda exibiam longas com Doris Day e Rock Hudson. Doidão dos mais malucos da Califórnia, Hopper convenceu a nova produtora BBS a bancar o argumento do seu filme que não tinha roteiro, mas sim produtor: Peter Fonda


Enfrentando a poderosa máquina audiovisual do Golden West como somente outsiders poderiam fazer, Hopper e Fonda lançaram o filme que botaria abaixo todo um antigo sistema de estúdios dominado por produtores pouco criativos. Na Nova Hollywood, a figura do cineasta se destaca e o cinema de autor se estabelece, dando atenção a temas do cotidiano e aos anseios das novas gerações, algo visto apenas nos movimentos europeus de vanguarda, como o Neorrealismo italiano e a Nouvelle Vague francesa. A autoria cinematográfica, então, invade Hollywood como expressão de contracultura, como aposta de inconformados – o mesmo tipo de atitude que move os personagens de Sem Destino.


No longa, dois amigos motociclistas muito diferentes entre si, o leather man Wyatt (Fonda) e o riponga roots Billy (Hopper), traficam cocaína em Los Angeles, em 1969, para fazer dinheiro fácil e cair na estrada em direção ao carnavalesco Mardi Gras de New Orleans. No caminho até a base rítmica do rock’n’roll, onde todos os estilos da música popular norte-americana deságuam em um único Delta, o do Mississippi, a dupla encontra diversos pedaços de um país culturalmente fragmentado. De fato, os Estados Unidos são muitas nações dentro de um único território, assim como é o Brasil. Porém, no auge dos anos 1960 deste Sem Destino, as múltiplas diferenças acabam sendo polarizadas entre o idealismo hippie, comunitário e libertário, e seu exato oposto, expresso por segmentos retrógrados, obscuros, segregacionistas, que se alastram pela chamada América profunda.


Dennis Hopper é o diretor, mas só ele não explica o resultado final, um claro exemplo do cinema como arte colaborativa. Afinal, as contribuições de membros-chave da equipe também fizeram de Sem Destino o que ele foi e ainda é: o produtor-executivo Bert Schneider viabilizou a jornada, o diretor de fotografia Laszlo Kovács era basicamente o único com a cabeça “desanuviada” durante as filmagens, e o montador Donn Cambern conseguiu dar forma às viagens de Hopper e companhia, reduzindo as três delirantes horas da versão inicial do diretor para compactos e poderosos 95 minutos. Cambern também fez uso daqueles cortes rápidos, quase como flashes, que causaram impacto na época.


Reflexões sobre liberdade e escolha pessoal que o filme traz não envelheceram, ao contrário de outros segmentos dele, como a sequência na comuna ou a de alucinação no cemitério em Nova Orleans, momentos muito “anos 1960” que imediatamente datam o filme. Felizmente, o saldo de Sem Destino é muito positivo, e o impacto dele acabou sendo muito benéfico e importante para o cinema americano – como um dos primeiros exemplares da Nova Hollywood, o sucesso financeiro do filme foi fundamental para convencer executivos e donos de estúdios a investir em projetos de cineastas jovens e cabeludos. Tire Sem Destino da equação e não existiria Nova Hollywood. Schneider alcançaria voos ainda mais altos produzindo as obras-primas Cada Um Vive Como Quer (1970) e A Última Sessão de Cinema (1971); e Nicholson, bem… Virou Jack! Fonda virou ídolo de motoqueiros por todo o mundo e Hopper se perdeu nas drogas e desperdiçou a carreira de diretor, mas seguiu trabalhando como ator numa carreira duradoura e variada.


Easy Rider – Soundtrack

“The Pusher” (Hoyt Axton) – Steppenwolf – 5:49
“Born To Be Wild” (Mars Bonfire) – Steppenwolf – 3:37
“The Weight” (Robbie Robertson) – Smith – 4:34
“Wasn’t Born to Follow” (Carole King/Gerry Goffin) – The Byrds – 2:03
“If You Want to Be a Bird (Bird Song)” (Antonia Duren) – The Holy Modal Rounders – 2:35
“Don’t Bogart Me” (Elliot Ingber/Larry Wagner) – Fraternity of Man – 3:05
“If 6 Was 9” (Jimi Hendrix) – The Jimi Hendrix Experienced – 5:35
“Kyrie Eleison/Mardi Gras” (When the Saints) – (Tradicional, arranjo de David Axelrod) – The Electric Prunes 4:00
“It’s Alright Ma (I’m Only Bleeding)” (Bob Dylan) – Roger McGuinn – 3:39
“Ballad of Easy Rider” (Roger McGuinn/Bob Dylan) – Roger McGuinn – 2:14

Fonte: sites Adoro Cinema, Papo de Cinema e Cine Set

Local: Monchito Bar, rua Felipe Camarão, 268
Horário: 19h
Chope Duplo das 19h as 21h

Apoio: Grupo Dimensão Experimental, E O Vídeo Levou
Realização: Cine Errante e Monchito Bar



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