domingo, 24 de abril de 2011
Dimensão Experimental - "Música, Cinema e Memória" no Cinebancários Fotos
O grupo DIMENSÃO EXPERIMENTAL agradece a todos os patrocinadores, apoiadores, amigos e simpatizantes que compareceram no Cinebancários na estréia da temporada 2011 do projeto Música, Cinema e Memória.
Apesar da chuva o público prestigiou mais uma promoção do grupo Dimensão Experimental que apresentou o projeto de sua autoria "Música, Cinema e Memória", no ultimo dia 14/04/2011 no Cinebancários. O projeto Música, Cinema e Memória teve patrocíneo do Sindbancários, Cinebancários, Snoopy Bar, Claus Farina Cia LTDA e apoio de E O Vídeo Levou e do Jornal Vaia. O projeto Música, Cinema e Memória, tem por objetivo oferecer ao público em geral a possibilidade de conhecer um pouco do que foi o cinema experimental de vanguarda dos anos 20 do século passado, através da performance músical do grupo Dimensão Experimental (constituído no momento por: Rodrigo Endres, Klaus Farina e Álvaro Sabóia) que criou toda a trilha sonora interpretada ao vivo, resgatando um pouco da magia do cinema mudo. Após a projeção e performance musical ao vivo ocorreu a palestra com as diretoras de arte Gilka Vargas e Iara Noemi.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Dimensão Experimental - "Música, Cinema e Memória"
Amanhã dia 14/04/2011 ás 21 horas no Cinebancários, rua General Câmara 424, o grupo Dimensão Experimental estréia a temporada 2011 do projeto de sua autoria intitulado Música, Cinema e Memória que tem por característica musicar ao vivo através de composições próprias filmes experimentais dos anos 1920, resgatando um pouco da magia do cinema mudo. Após a performance musical e projeção dos filmes acontece uma palestra com as diretoras de arte Gilka Vargas e Iara Noemi sobre a importancia histórica do cinema experimental e suas influências no presente. O grupo Dimensão Experimental vai performar 5 filmes.
"Le Retour à La Raison” (1923) 2 min. – Man Ray
O pintor e fotógrafo, Man Ray fez seu primeiro filme “Le Retour à La Raison” (1923) em um só dia. O título se refere a um retorno à razão, mas, paradoxalmente, o filme revela-se inteiramente sem razão. Utilizando-se de radiogramas, quadros feitos por objetos colocados diretamente sobre a película, como alfinetes e botões, o filme projetava efeitos metálicos na tela.
O corpo nu de uma mulher foi um dos únicos elementos concretos do filme, que continha cenas comuns em um contexto incomum.
Esta foi uma obra dadaísta, tanto pelos elementos utilizados quanto pelos seus resultados, uma vez que causou uma reação violenta na platéia sendo interrompida a projeção após um minuto.
“Ballet Mécanique” (1924) 11 min. – Fernand Léger
Fernand Léger, (1881-1995) foi um dos mais destacados pintores cubistas. Os seus quadros apresentam formas com volumetrias acentuadas e simplificadas, reduzidas a volumes primários, como cones e cilindros, acentuados por uma vigorosa modelação, denunciando a sua formação inicial em arquitetura e o fascínio pela civilização industrial do séc. XX. Ao contrário de Picasso ou de Braque, que viam na representação da mecânica do movimento apenas um meio para revelarem a mecânica da percepção, Léger devotou toda a sua vida ao estudo das formas das máquinas e dos objetos técnicos, acreditando sempre no poder de transformação da arte e na sua importância para o estabelecimento de uma sociedade mais justa e igualitária, baseada no progresso técnico e científico.
Inspirado pelo estilo tragicômico das primeiras diatribes cinematográficas de Charles Chaplin, Léger decidiu transpor para o cinema os seus princípios estéticos e o seu otimismo ideológico. O resultado foi o curta-metragem experimental Ballet Mécanique (1924), um dos mais antigos e importantes filmes abstratos, que se tornou um exemplo clássico da utilização de objetos quotidianos a serviço da abstração formal.
“Cockeyed” (1925) – 3 min. – Alvin Knechte
Em Cockeyd: Gems fron the memory of a nutty cameraman (1925), Alvin Kenechte, realizou neste filme de apenas três minutos experimentos de sobreposição de imagens através da subdivisão da tela de forma inteligente e divertida criando efeitos surreais como um homem comendo uma lâmpada incandescente, pessoas, edifícios, carros, aviões, trens desaparecendo e reaparecendo, entre as cenas intrigantes que apresentadas pelo autor, evidenciam através do insólito confundir, e questionar a sanidade do expectador.
“Anemic Cinema” (1926) 6 min. – Marcel Duchamp
O primeiro filme de Marcel Duchamp “Anemic Cinema” (1926), cujo título brinca com as letras da palavra cinema, põe em movimento esferas rotatórias ou rotoreliefs (discos em que Duchamp desenhou linhas e círculos concêntricos e excêntricos) que, ao girarem, provocam no espectador uma sensação estranha, como uma nova dimensão. Inscritas nos espirais, as letras vão formando frases indecifráveis, compondo um dos fenômenos visuais mais puros, sensíveis e fascinantes, em uma tentativa de se produzir filmes estereoscópicos.
“H 2 O” (1929) – 12 min. – Ralf Steiner
Ralph Steiner (1899-1986), fotógrafo americano e cineasta. Após sua graduação 1921 do Dartmouth College, onde aprendeu técnicas de fotografia, Steiner se mudou para New York e estudou na Clarence H. White School of Photography. Cada vez mais socialmente engajado, Steiner voltou-se para um estilo de documentário mais realista. A mudança é particularmente evidente em seus filmes: o resumo do estudo inicial de água e luz, H 2 O (1929). Um filme rápido e experimental composto em torno do tema da água em todas as suas formas. Um estudo clássico das amostras de luz e texturas sobre a superfície da água Como um tipo de poema cinematográfico enfatizando o ritmo e alterações através das qualidades visuais das imagens e da estrutura da edição. Quando o cineasta move a câmera mais próxima da superfície reflexiva, as imagens tornam-se mais abstratas e visualmente dramáticas. Esta concentração de padrões de movimento, sombreamento e textura fazem de H 2 O uma obra prima.
ROTEIRO DO PROJETO “MÚSICA, CINEMA E MEMÓRIA”
FILME / APRESENTAÇÃO AUTOR MÚSICAS
1 - Apresentação do filme
2 - Le Retour à La Raison - 2 min. -1923 Man Ray Música: O Retorno da Razão
(Farina/Sabóia)
3 - Apresentação do filme
4 - Cockeyed – 3min. - 1925 Alvin Knechten Música: A Lenda de Naylamp
(Farina/Sabóia)
5 - Apresentação do filme
6 - H2O – 12 min. - 1929 Ralph Steiner Músicas: Akvo
(Farina/Sabóia)e All Wright (Farina)
7 - Apresentação do filme
8 - Ballet Méchanique – 11min - 1924 Fernand Léger Músicas: Imago Mundi (Farina)e
O Sagrado e o Profano (Farina)
9 - Apresentação do filme
10 - Anémic Cinèma – 6 min. - 1926 Marcel Duchamp Música: Fórum Social Mundial (Farina)
11 - Palestra sobre a importância do cinema avant-garde dos anos 20 do séc. XX.
Performance musical do grupo Dimensão Experimental constituído por:
• Odair Silva – Teclados e Gaita de Boca
• Rodrigo Endres – Teclados e Guitarra
• Klaus Farina – Teclados, Guitarra, Flauta e Programação Eletrônica.
• Palestrantes: Gilka Vargas e Iara Noemi (diretoras de arte)
• Fotografia do grupo Dimensão Experimental: Arthur Castilhos
• Câmeras: Yuri Hendrick e Diego Abreu
• Projeto de autoria do grupo Dimensão Experimental
• Músicas compostas e arranjadas pelo grupo Dimensão Experimental
• Produção e Direção: Dimensão Experimental
• Produção Executiva: Klaus Farina
• Edição de imagem: Mauro Amaral, Érico Moraes e Klaus Farina
• Pesquisa Histórica e Direção Geral: Klaus Farina
• Patrocíneo e Apoio: Sindbancários, Snoopy Bar, E O Vídeio Levou, Jornal Vaia e Claus Farina Cia LTDA
• Contatos:
• www.dimensaoexperimental.blogspot.com
• E-mail: clausfarina@yahoo.com.br
• Fones: 51 84294457 ou 51 33325412
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Dimensão Experimental Música, Cinema e Memória 2ª parte - Marcel Duchamp e Fernand Léger
Cartaz/Folder
Dimensão Experimental foto: Arthur Castilhos
Anemic Cinema de Marcel Duchamp
Balet Mechanique de Fernand Léger
O grupo Dimensão Experimental com o patrocíneo do Sindbancários, Cinebancários e Snoopy Bar mais o apoio do Jornal Vaia e de E O Vídeo Levou vai estreiar nesta quinta feira (dia 14/04/2011) ás 21 horas no Cinebacários (Rua General Cãmara nº 424)a nova temporada do projeto "Música, Cinema e Memória.
O projeto "Música, Cinema e Memória" de autoria do grupo Dimensão Experimental, pretende átravés de uma ação cultural que combina a projeção de filmes experimentais das décadas de 1920/30 e da performance músical ao vivo com composições próprias, resgatar um pouco da magia do cinema mudo. Estes filmes faziam parte do movimento artístico/cultural conhecido principalmente na França como "avant-garde". Integra o projeto "Música, Cinema e Memória" como ação educativa, a realização de palestras e debates com o público sobre a importância histórica deste quase centenário movimento vanguardista e sua influencia na atual vídeo-arte. Vão palestrar na primeira apresentação com entrada franca as professoras Gilka Vargas e Iara Noemy.
Finalizando a matéria sobre os filmes e cineastas desta primeira mostra hoje reproduziremos matérias sobre Marcel Duchamp e Fernand Léger.
MARCEL DUCHAMP
“Anemic Cinema” (1926) 6 min. – Marcel Duchamp
O primeiro filme de Marcel Duchamp “Anemic Cinema” (1926), cujo título brinca com as letras da palavra cinema, põe em movimento esferas rotatórias ou rotoreliefs (discos em que Duchamp desenhou linhas e círculos concêntricos e excêntricos) que, ao girarem, provocam no espectador uma sensação estranha, como uma nova dimensão. Inscritas nos espirais, as letras vão formando frases indecifráveis, compondo um dos fenômenos visuais mais puros, sensíveis e fascinantes, em uma tentativa de se produzir filmes estereoscópicos. Por Klaus Farina - Músico, Historiador e Produtor Cultural.
O historiador, crítico de cinema e coordenador do blog "Cinebulição" Luiz Santiago tem uma análise interessnte sobre este filme.
"O multiartista Marcel Duchamp procurou usar suas concepções dadaístas para criar realidades de dimensões no cinema. Em seu curta-metragem Anémic Cinéma (1926?), o artista criou diferentes mundos a cada pequena sequência.
Embora a única coisa real do curta sejam os discos com frases dadaístas, como por exemplo, “Entre nossos artigos de quinquilharia preguiçosa, recomendamos a torneira que deixa de escoar quando não escutamos mais”, o espectador é hipnotizado pelos círculos desenhados em discos, que giram, dando uma estranha sensação de outra dimensão.
A cada “disco-figura”, Duchamp inseriu um fotograma com um “disco-palavra”, e na alternância de uma para outro, aumentam a velocidade do giro, o tamanho das palavras e dos discos.
Na dimensão da linguagem, ficamos intrigados ou encantados com o que (não) significam as frases que aparecem. Na dimensão das imagens, observamos que a capacidade de observação de Duchamp era incrível, para criar, em 1929?, uma sensação que viraria formato de cinema no século vinte e um. Anémic Cinéma é uma sessão de hipnose que dura seis minutos, e pela qual todo cinéfilo deve passar".
Por Luiz Santiago
CINEMA ANÊMICO (Anémic cinéma, França, 1926)
Direção: Marcel Duchamp.
Marcel Duchamp
28 de julho de 1887, Blainville (França)
2 de outubro de 1968, Nova York (EUA)
Biografia:
Artista francês, Marcel Duchamp nasceu em Blainville, França, a 28 de julho de 1887, e morreu em Nova York, EUA, em 2 de outubro de 1968. Irmão do pintor Jacques Villon (Gastón Duchamp) e do escultor Raymond Duchamp-Villon. Freqüentou em Paris a Academie Julian, onde pinta quadros impressionistas, segundo ele, "só para ver como eles faziam isso".
Em 1911-1912 suas obras "O rei e a rainha cercados de nus" e "Nu descendo uma escada" estão na confluência entre o Cubismo e o Futurismo. São quadros simultaneistas, análises do espaço e do movimento. Mas já se destacam pelos títulos, que Duchamp pretende incorporar ao espaço mental da obra.
Entre 1913-1915 elabora os "ready-made", isto é, objetos encontrados já prontos, às vezes acrescentando detalhes, outras vezes atribuindo-lhes títulos arbitrários. O caso mais célebre é o de "Fonte", urinol de louça enviado a uma exposição em Nova York e recusado pelo comitê de seleção. Os títulos são sugestivos ou irônicos, como "Um ruído secreto" ou "Farmácia". Detalhe acrescentado em um "ready-made" célebre: uma reprodução da Gioconda, de Leonardo da Vinci, com barbicha e bigodes.
Segndo o crítico e historiador de arte Giulio Carlo Argan, os "'ready-mades' podem ser lidos como gesto gratuito, como ato de protesto dessacralizante contra o conceito 'sacro' da 'obra de arte', mas também como vontade de aceitar na esfera da arte qualquer objeto 'finito', desde que seja designado como 'arte' pelo artista".
Esses "ready-mades" escondem, na verdade, uma crítica agressiva contra a noção comum de obra de arte. Com os títulos literários, Duchamp rebelou-se contra a "arte da retina", cujos significados eram só, segundo ele, impressões visuais. Duchamp declarou preferir ser influenciado pelos escritores (Mallarmé, Laforgue, Raymond Roussel) - e não pretendia criar objetos belos ou interessantes. A crítica da obra de arte se estendia à antítese bom gosto-mau gosto.
Entre 1915 e 1923 o artista dedicou-se à sua obra principal, "O grande vidro", pintura a óleo sobre uma placa de vidro duplo dividido em duas seções. A parte superior chamou de "A noiva desnudada pelos seus celibatários, mesmo"; e a inferior, "Moinho de chocolate". Toda a obra é um pseudomaquinismo: a "noiva" é um aparato mecânico, assim como os "celibatários". Contendo vários níveis de significação, várias hipóteses foram formuladas pela crítica para descobrir o sentido de sua complicada mitologia.
Para Giulio Carlo Argan, "O grande vidro" foi desenvolvido "em torno de significados erótico-místicos, joga com a transparência do espaço, com o significado alquímico e simbólico, com o conceito de 'andrógino', inato em todos os indivíduos".
Coincidir arte e vida
Após "O grande vidro", Duchamp dedicou-se aos mecanismos ópticos - que chamou de "rotorrelevos". Em 1941 executa uma "caixa-maleta", contendo modelos reduzidos de suas obras, e, em 1943, a "Caixa verde", contendo fotos, desenhos, cálculos e notas.
A partir de 1957 vive em Nova York, dedicando-se à sua paixão pelo jogo de xadrez. Seu silêncio parece uma redução da capacidade inventiva, mas após sua morte descobre-se que o artista estivera trabalhando secretamente na construção de um "ambiente": um quarto fechado onde repousa uma figura em cera, cercada de vegetações. O ambiente só pode ser visto, por determinação do artista, por um orifício da porta.
A obra de Duchamp, reduzidíssima, foi menos obra do que uma atitude, um gesto crítico radical, mas em muitas declarações o artista recusou-se a ser visto como um destruidor. A atitude crítica de Duchamp ainda repercute, tantos anos depois de suas criações radicais.
Na opinião de Giulio Carlo Argan, "talvez a obra de Duchamp alquímica por excelência seja toda a sua vida, que serve de modelo para todas as novas vanguardas do segundo pós-guerra, do 'New Dada' às experiências de recuperação do corpo como expressão artística, na intenção de fazer coincidir arte e vida".
Fontes:
- Enciclopédia Mirador Internacional
- "Arte moderna", Giulio Carlo Argan, Editora Cia. das Letras.
- site uol - Educação
FERNAND LÉGER
"Jules-Fernand-Henri Léger (Argentan, Orne, 4 de fevereiro de 1881 — Gif-sur-Yvette, 17 de agosto de 1955) foi um pintor francês que se distinguiu como pintor e desenhador cubista, autor de muitas litografias.
Nascido na Baixa-Normandia, iniciou a sua formação artística aos catorze anos, sendo aprendiz de um arquitecto em Caen. Em 1900 rumou para Paris, onde ingressou na Escola de Artes Decorativas, após uma tentativa frustrada de ingressar na Escola das Belas-Artes.
Em 1908, e na mesma cidade, instalou-se num edifício conhecido como "Ruche" (colmeia, em português), onde conviveu com outros artistas como Jacques Lipchitz, Robert Delaunay e até Marc Chagall, tendo-se tornado um dos melhores amigos deste último.
Entre 1909 e 1910, realizou a sua primeira grande obra Nus no bosque, uma pintura onde são notáveis as aspirações impressionistas.
A partir do ano de 1911, conheceu Pablo Picasso e Georges Braque, os quais lhe transmitiram influências cubistas, nas quais se aplicou e trabalhou durante a maior parte da sua carreira artística.
Em 1914, com o início da Primeira Grande Guerra, Léger foi recrutado para as trincheiras. Após esta etapa da sua vida, a sua pintura passou a representar a sua admiração pelos objectos mecânicos, tendo especial interesse pelos tanques de guerra.
A partir de 1920, predomina em sua obra a figura humana enquadrada por elementos industriais. Ainda na segunda década do século, numa nova fase da sua vida, produz e dirige o filme O ballet mecânico.
Devido à Segunda Grande Guerra, exilou-se nos Estados Unidos da América, onde foi professor na Universidade de Yale e no Mills College, tendo voltado para França em 1945.
De volta à sua terra natal, concebeu os vitrais da Igreja do Sacré-Coeur de Audincourt e um painel para o Palácio das Nações Unidas de Nova Iorque.
Em 1945 filiou-se no Partido Comunista e a sua obra passa a focar o trabalhador e o proletariado.
Pintou, em 1954, o seu mais conhecido quadro: A grande parada.
Em 1955, ano do seu falecimento, foi homenageado com o prémio da Bienal de São Paulo.
O trabalho de Léger exerceu uma influência importante no construtivismo soviético. Os modernos pôsteres comerciais, e outros tipos de arte aplicada, também se vieram influenciar por seus desenhos. Em seus últimos trabalhos, realizou uma separação entre a cor e o desenho, de tal maneira que suas figuras mantêm seus formulários robóticos definidos por linhas pretas." (Wikipédia)
“Ballet Mécanique” (1924) 11 min. – Fernand Léger
Fernand Léger, (1881-1995) foi um dos mais destacados pintores cubistas. Os seus quadros apresentam formas com volumetrias acentuadas e simplificadas, reduzidas a volumes primários, como cones e cilindros, acentuados por uma vigorosa modelação, denunciando a sua formação inicial em arquitetura e o fascínio pela civilização industrial do séc. XX. Ao contrário de Picasso ou de Braque, que viam na representação da mecânica do movimento apenas um meio para revelarem a mecânica da percepção, Léger devotou toda a sua vida ao estudo das formas das máquinas e dos objetos técnicos, acreditando sempre no poder de transformação da arte e na sua importância para o estabelecimento de uma sociedade mais justa e igualitária, baseada no progresso técnico e científico.
Inspirado pelo estilo tragicômico das primeiras diatribes cinematográficas de Charles Chaplin, Léger decidiu transpor para o cinema os seus princípios estéticos e o seu otimismo ideológico. O resultado foi o curta-metragem experimental Ballet Mécanique (1924), um dos mais antigos e importantes filmes abstratos, que se tornou um exemplo clássico da utilização de objetos quotidianos a serviço da abstração formal.
(Fernand Léger (1881-1995) foi um dos mais destacados pintores cubistas. Os seus quadros apresentam formas com volumetrias acentuadas e simplificadas, reduzidas a volumes primários, como cones e cilindros, acentuados por uma vigorosa modelação, denunciando a sua formação inicial em arquitectura e o fascínio pela civilização industrial do séc. XX. Ao contrário de Picasso ou de Braque, que viam na representação da mecânica do movimento apenas um meio para revelarem a mecânica da percepção, Léger devotou toda a sua vida ao estudo das formas das máquinas e dos objectos técnicos, acreditando sempre no poder de transformação da arte e na sua importância para o estabelecimento de uma sociedade mais justa e igualitária, baseada no progresso técnico e científico.
No ensaio «A New Realism: the Object (its Plastic and Cinematic Graphic Value)», publicado em 1926, Léger manifestou com clareza a intenção de trazer à tona os valores do objecto. Relegando para segundo plano as noções tradicionais da narrativa cinematográfica (os melodramas românticos, os épicos históricos, o suspense…), Léger centrou a sua atenção nos objectos do quotidiano, como um cachimbo, uma cadeira, uma máquina de escrever ou um chapéu. Ao descobrir e mostrar as afinidades entre o movimento e a dinâmica das formas, Ballet Mécanique divorcia o aspecto visual dos objectos da função subjacente à sua criação. Esta separação proporcionou a Léger a liberdade para explorar e desenvolver inovações abstractas em torno das possibilidades plásticas dos objectos comuns.
Ballet Mécanique é um filme difícil de descrever. Trata-se de uma curta invectiva não-narrativa, constituída por mais de trezentas cenas onde a ideia de ballet surge associada à fluidez da performance humana. Uma sucessão estonteante de imagens fugidias desfila perante os nossos olhos em sincronia com a música criada por George Antheil: garrafas, chapéus, triângulos, círculos, reflexos da câmara numa esfera suspensa, números, o sorriso de uma mulher, engrenagens mecânicas, as pernas de um manequim de loja, e muitas outras formas e composições em constante movimento e transformação, criam uma complexa metáfora cinematográfica onde homem e máquina se fundem.
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Nos seus múltiplos segmentos e quadros fixos deparamos com inúmeras imagens caleidoscópicas em movimento e formas geométricas planas que remetem para o conceito gestáltico de figura e de fundo. Recorrentes, também, são os segmentos com séries de movimentos que se repetem, como aquele em que uma mulher sobe uma escada com um saco ao ombro, que é um dos primeiros exemplos de loop-printing, uma técnica que se veio a tornar comum no cinema experimental dos anos 60.
Filmografia:
Ballet Mécanique - 1924
Pesquisa e texto Klaus Farina - Músico, Historiador e Produtor Cultural
Dimensão Experimental foto: Arthur Castilhos
Anemic Cinema de Marcel Duchamp
Balet Mechanique de Fernand Léger
O grupo Dimensão Experimental com o patrocíneo do Sindbancários, Cinebancários e Snoopy Bar mais o apoio do Jornal Vaia e de E O Vídeo Levou vai estreiar nesta quinta feira (dia 14/04/2011) ás 21 horas no Cinebacários (Rua General Cãmara nº 424)a nova temporada do projeto "Música, Cinema e Memória.
O projeto "Música, Cinema e Memória" de autoria do grupo Dimensão Experimental, pretende átravés de uma ação cultural que combina a projeção de filmes experimentais das décadas de 1920/30 e da performance músical ao vivo com composições próprias, resgatar um pouco da magia do cinema mudo. Estes filmes faziam parte do movimento artístico/cultural conhecido principalmente na França como "avant-garde". Integra o projeto "Música, Cinema e Memória" como ação educativa, a realização de palestras e debates com o público sobre a importância histórica deste quase centenário movimento vanguardista e sua influencia na atual vídeo-arte. Vão palestrar na primeira apresentação com entrada franca as professoras Gilka Vargas e Iara Noemy.
Finalizando a matéria sobre os filmes e cineastas desta primeira mostra hoje reproduziremos matérias sobre Marcel Duchamp e Fernand Léger.
MARCEL DUCHAMP
“Anemic Cinema” (1926) 6 min. – Marcel Duchamp
O primeiro filme de Marcel Duchamp “Anemic Cinema” (1926), cujo título brinca com as letras da palavra cinema, põe em movimento esferas rotatórias ou rotoreliefs (discos em que Duchamp desenhou linhas e círculos concêntricos e excêntricos) que, ao girarem, provocam no espectador uma sensação estranha, como uma nova dimensão. Inscritas nos espirais, as letras vão formando frases indecifráveis, compondo um dos fenômenos visuais mais puros, sensíveis e fascinantes, em uma tentativa de se produzir filmes estereoscópicos. Por Klaus Farina - Músico, Historiador e Produtor Cultural.
O historiador, crítico de cinema e coordenador do blog "Cinebulição" Luiz Santiago tem uma análise interessnte sobre este filme.
"O multiartista Marcel Duchamp procurou usar suas concepções dadaístas para criar realidades de dimensões no cinema. Em seu curta-metragem Anémic Cinéma (1926?), o artista criou diferentes mundos a cada pequena sequência.
Embora a única coisa real do curta sejam os discos com frases dadaístas, como por exemplo, “Entre nossos artigos de quinquilharia preguiçosa, recomendamos a torneira que deixa de escoar quando não escutamos mais”, o espectador é hipnotizado pelos círculos desenhados em discos, que giram, dando uma estranha sensação de outra dimensão.
A cada “disco-figura”, Duchamp inseriu um fotograma com um “disco-palavra”, e na alternância de uma para outro, aumentam a velocidade do giro, o tamanho das palavras e dos discos.
Na dimensão da linguagem, ficamos intrigados ou encantados com o que (não) significam as frases que aparecem. Na dimensão das imagens, observamos que a capacidade de observação de Duchamp era incrível, para criar, em 1929?, uma sensação que viraria formato de cinema no século vinte e um. Anémic Cinéma é uma sessão de hipnose que dura seis minutos, e pela qual todo cinéfilo deve passar".
Por Luiz Santiago
CINEMA ANÊMICO (Anémic cinéma, França, 1926)
Direção: Marcel Duchamp.
Marcel Duchamp
28 de julho de 1887, Blainville (França)
2 de outubro de 1968, Nova York (EUA)
Biografia:
Artista francês, Marcel Duchamp nasceu em Blainville, França, a 28 de julho de 1887, e morreu em Nova York, EUA, em 2 de outubro de 1968. Irmão do pintor Jacques Villon (Gastón Duchamp) e do escultor Raymond Duchamp-Villon. Freqüentou em Paris a Academie Julian, onde pinta quadros impressionistas, segundo ele, "só para ver como eles faziam isso".
Em 1911-1912 suas obras "O rei e a rainha cercados de nus" e "Nu descendo uma escada" estão na confluência entre o Cubismo e o Futurismo. São quadros simultaneistas, análises do espaço e do movimento. Mas já se destacam pelos títulos, que Duchamp pretende incorporar ao espaço mental da obra.
Entre 1913-1915 elabora os "ready-made", isto é, objetos encontrados já prontos, às vezes acrescentando detalhes, outras vezes atribuindo-lhes títulos arbitrários. O caso mais célebre é o de "Fonte", urinol de louça enviado a uma exposição em Nova York e recusado pelo comitê de seleção. Os títulos são sugestivos ou irônicos, como "Um ruído secreto" ou "Farmácia". Detalhe acrescentado em um "ready-made" célebre: uma reprodução da Gioconda, de Leonardo da Vinci, com barbicha e bigodes.
Segndo o crítico e historiador de arte Giulio Carlo Argan, os "'ready-mades' podem ser lidos como gesto gratuito, como ato de protesto dessacralizante contra o conceito 'sacro' da 'obra de arte', mas também como vontade de aceitar na esfera da arte qualquer objeto 'finito', desde que seja designado como 'arte' pelo artista".
Esses "ready-mades" escondem, na verdade, uma crítica agressiva contra a noção comum de obra de arte. Com os títulos literários, Duchamp rebelou-se contra a "arte da retina", cujos significados eram só, segundo ele, impressões visuais. Duchamp declarou preferir ser influenciado pelos escritores (Mallarmé, Laforgue, Raymond Roussel) - e não pretendia criar objetos belos ou interessantes. A crítica da obra de arte se estendia à antítese bom gosto-mau gosto.
Entre 1915 e 1923 o artista dedicou-se à sua obra principal, "O grande vidro", pintura a óleo sobre uma placa de vidro duplo dividido em duas seções. A parte superior chamou de "A noiva desnudada pelos seus celibatários, mesmo"; e a inferior, "Moinho de chocolate". Toda a obra é um pseudomaquinismo: a "noiva" é um aparato mecânico, assim como os "celibatários". Contendo vários níveis de significação, várias hipóteses foram formuladas pela crítica para descobrir o sentido de sua complicada mitologia.
Para Giulio Carlo Argan, "O grande vidro" foi desenvolvido "em torno de significados erótico-místicos, joga com a transparência do espaço, com o significado alquímico e simbólico, com o conceito de 'andrógino', inato em todos os indivíduos".
Coincidir arte e vida
Após "O grande vidro", Duchamp dedicou-se aos mecanismos ópticos - que chamou de "rotorrelevos". Em 1941 executa uma "caixa-maleta", contendo modelos reduzidos de suas obras, e, em 1943, a "Caixa verde", contendo fotos, desenhos, cálculos e notas.
A partir de 1957 vive em Nova York, dedicando-se à sua paixão pelo jogo de xadrez. Seu silêncio parece uma redução da capacidade inventiva, mas após sua morte descobre-se que o artista estivera trabalhando secretamente na construção de um "ambiente": um quarto fechado onde repousa uma figura em cera, cercada de vegetações. O ambiente só pode ser visto, por determinação do artista, por um orifício da porta.
A obra de Duchamp, reduzidíssima, foi menos obra do que uma atitude, um gesto crítico radical, mas em muitas declarações o artista recusou-se a ser visto como um destruidor. A atitude crítica de Duchamp ainda repercute, tantos anos depois de suas criações radicais.
Na opinião de Giulio Carlo Argan, "talvez a obra de Duchamp alquímica por excelência seja toda a sua vida, que serve de modelo para todas as novas vanguardas do segundo pós-guerra, do 'New Dada' às experiências de recuperação do corpo como expressão artística, na intenção de fazer coincidir arte e vida".
Fontes:
- Enciclopédia Mirador Internacional
- "Arte moderna", Giulio Carlo Argan, Editora Cia. das Letras.
- site uol - Educação
FERNAND LÉGER
"Jules-Fernand-Henri Léger (Argentan, Orne, 4 de fevereiro de 1881 — Gif-sur-Yvette, 17 de agosto de 1955) foi um pintor francês que se distinguiu como pintor e desenhador cubista, autor de muitas litografias.
Nascido na Baixa-Normandia, iniciou a sua formação artística aos catorze anos, sendo aprendiz de um arquitecto em Caen. Em 1900 rumou para Paris, onde ingressou na Escola de Artes Decorativas, após uma tentativa frustrada de ingressar na Escola das Belas-Artes.
Em 1908, e na mesma cidade, instalou-se num edifício conhecido como "Ruche" (colmeia, em português), onde conviveu com outros artistas como Jacques Lipchitz, Robert Delaunay e até Marc Chagall, tendo-se tornado um dos melhores amigos deste último.
Entre 1909 e 1910, realizou a sua primeira grande obra Nus no bosque, uma pintura onde são notáveis as aspirações impressionistas.
A partir do ano de 1911, conheceu Pablo Picasso e Georges Braque, os quais lhe transmitiram influências cubistas, nas quais se aplicou e trabalhou durante a maior parte da sua carreira artística.
Em 1914, com o início da Primeira Grande Guerra, Léger foi recrutado para as trincheiras. Após esta etapa da sua vida, a sua pintura passou a representar a sua admiração pelos objectos mecânicos, tendo especial interesse pelos tanques de guerra.
A partir de 1920, predomina em sua obra a figura humana enquadrada por elementos industriais. Ainda na segunda década do século, numa nova fase da sua vida, produz e dirige o filme O ballet mecânico.
Devido à Segunda Grande Guerra, exilou-se nos Estados Unidos da América, onde foi professor na Universidade de Yale e no Mills College, tendo voltado para França em 1945.
De volta à sua terra natal, concebeu os vitrais da Igreja do Sacré-Coeur de Audincourt e um painel para o Palácio das Nações Unidas de Nova Iorque.
Em 1945 filiou-se no Partido Comunista e a sua obra passa a focar o trabalhador e o proletariado.
Pintou, em 1954, o seu mais conhecido quadro: A grande parada.
Em 1955, ano do seu falecimento, foi homenageado com o prémio da Bienal de São Paulo.
O trabalho de Léger exerceu uma influência importante no construtivismo soviético. Os modernos pôsteres comerciais, e outros tipos de arte aplicada, também se vieram influenciar por seus desenhos. Em seus últimos trabalhos, realizou uma separação entre a cor e o desenho, de tal maneira que suas figuras mantêm seus formulários robóticos definidos por linhas pretas." (Wikipédia)
“Ballet Mécanique” (1924) 11 min. – Fernand Léger
Fernand Léger, (1881-1995) foi um dos mais destacados pintores cubistas. Os seus quadros apresentam formas com volumetrias acentuadas e simplificadas, reduzidas a volumes primários, como cones e cilindros, acentuados por uma vigorosa modelação, denunciando a sua formação inicial em arquitetura e o fascínio pela civilização industrial do séc. XX. Ao contrário de Picasso ou de Braque, que viam na representação da mecânica do movimento apenas um meio para revelarem a mecânica da percepção, Léger devotou toda a sua vida ao estudo das formas das máquinas e dos objetos técnicos, acreditando sempre no poder de transformação da arte e na sua importância para o estabelecimento de uma sociedade mais justa e igualitária, baseada no progresso técnico e científico.
Inspirado pelo estilo tragicômico das primeiras diatribes cinematográficas de Charles Chaplin, Léger decidiu transpor para o cinema os seus princípios estéticos e o seu otimismo ideológico. O resultado foi o curta-metragem experimental Ballet Mécanique (1924), um dos mais antigos e importantes filmes abstratos, que se tornou um exemplo clássico da utilização de objetos quotidianos a serviço da abstração formal.
(Fernand Léger (1881-1995) foi um dos mais destacados pintores cubistas. Os seus quadros apresentam formas com volumetrias acentuadas e simplificadas, reduzidas a volumes primários, como cones e cilindros, acentuados por uma vigorosa modelação, denunciando a sua formação inicial em arquitectura e o fascínio pela civilização industrial do séc. XX. Ao contrário de Picasso ou de Braque, que viam na representação da mecânica do movimento apenas um meio para revelarem a mecânica da percepção, Léger devotou toda a sua vida ao estudo das formas das máquinas e dos objectos técnicos, acreditando sempre no poder de transformação da arte e na sua importância para o estabelecimento de uma sociedade mais justa e igualitária, baseada no progresso técnico e científico.
No ensaio «A New Realism: the Object (its Plastic and Cinematic Graphic Value)», publicado em 1926, Léger manifestou com clareza a intenção de trazer à tona os valores do objecto. Relegando para segundo plano as noções tradicionais da narrativa cinematográfica (os melodramas românticos, os épicos históricos, o suspense…), Léger centrou a sua atenção nos objectos do quotidiano, como um cachimbo, uma cadeira, uma máquina de escrever ou um chapéu. Ao descobrir e mostrar as afinidades entre o movimento e a dinâmica das formas, Ballet Mécanique divorcia o aspecto visual dos objectos da função subjacente à sua criação. Esta separação proporcionou a Léger a liberdade para explorar e desenvolver inovações abstractas em torno das possibilidades plásticas dos objectos comuns.
Ballet Mécanique é um filme difícil de descrever. Trata-se de uma curta invectiva não-narrativa, constituída por mais de trezentas cenas onde a ideia de ballet surge associada à fluidez da performance humana. Uma sucessão estonteante de imagens fugidias desfila perante os nossos olhos em sincronia com a música criada por George Antheil: garrafas, chapéus, triângulos, círculos, reflexos da câmara numa esfera suspensa, números, o sorriso de uma mulher, engrenagens mecânicas, as pernas de um manequim de loja, e muitas outras formas e composições em constante movimento e transformação, criam uma complexa metáfora cinematográfica onde homem e máquina se fundem.
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Nos seus múltiplos segmentos e quadros fixos deparamos com inúmeras imagens caleidoscópicas em movimento e formas geométricas planas que remetem para o conceito gestáltico de figura e de fundo. Recorrentes, também, são os segmentos com séries de movimentos que se repetem, como aquele em que uma mulher sobe uma escada com um saco ao ombro, que é um dos primeiros exemplos de loop-printing, uma técnica que se veio a tornar comum no cinema experimental dos anos 60.
Filmografia:
Ballet Mécanique - 1924
Pesquisa e texto Klaus Farina - Músico, Historiador e Produtor Cultural
sábado, 9 de abril de 2011
Dimensão Experimental Música, Cinema e Memória 1ª parte - Man Ray, Alvin Kenechten e Ralph Steiner
H2O de Ralph Steiner
Le Retour a lá Raison de Man Ray
Alvin Knechten
No próxima quinta dia 14 de abril no Cinebancários ás 21 horas com entrada franca, o grupo Dimensão Experimental estréia a nova temporada do projeto Música, Cinema e Memória. Este projeto com o patrocíneo do Sindbacários, Cinebáncários e Snoopy Bar e apoio da locadora E O Vído Levou e do Joprnal Vaia, tem por objetivo apresentar para o público em geral alguns filmes experimentais do movimento artístico-cultural dos anos 1920 conhecido por muitos como avant-garde. Embora a expressão francesa avant-garde que significa, vanguarda está mais vinculada aos filmes experimentais daquele pais, este movimento foi internacional. O grupo Dimensão Experimental vai performar ao vivo com músicas próprias alguns destes clássicos filmes mudo experimentais. Após a performance e projeção vai acontecer uma palestra e debate com o público com as diretoras de arte Gilka Vargas e Iara Noemi falando sobre a importância deste movimento para o cinema e sua influência na atualidade. O projeto Música, Cinemma e Memória estreiou ano passado em 25/09/2011 na sala de cinema Paulo Amorim na Casa de Cultura Mário Quintana. Este projeto de autoria do grupo Dimensão Experimental terá proseguimento no Cinebancários uma vez a cada três meses sendo a próxima pra 14 de júlho. Hoje será apresentada a primeira parte das matérias publicadas no ano passado sobre os filmes e diretores que terão seus trabalhos musicados pelo grupo Dimensão Experimental.
MAN RAY
“Le Retour à La Raison” (1923) 2 min. – Man Ray
O pintor e fotógrafo, Man Ray fez seu primeiro filme “Le Retour à La Raison” (1923) em um só dia. O título se refere a um retorno à razão, mas, paradoxalmente, o filme revela-se inteiramente sem razão. Utilizando-se de radiogramas, quadros feitos por objetos colocados diretamente sobre a película, como alfinetes e botões, o filme projetava efeitos metálicos na tela.
O corpo nu de uma mulher foi um dos únicos elementos concretos do filme, que continha cenas comuns em um contexto incomum.
Esta foi uma obra dadaísta, tanto pelos elementos utilizados quanto pelos seus resultados, uma vez que causou uma reação violenta na platéia sendo interrompida a projeção após um minuto.
Man Ray (Emanuel Rabinovitch, Filadélfia, 27 de Agosto de 1890 - Paris, 18 de Novembro de 1976) foi um fotógrafo e pintor norte-americano.
Foi um dos nomes mais importantes do movimento vanguardista da década de 1920, responsável por inovações artísticas na fotografia. Muda-se na infância para Nova Iorque. Estudante de arquitectura, engenharia e artes plásticas, inicia-se na pintura ainda jovem.
Em 1915 conhece o pintor francês Marcel Duchamp, com quem funda o grupo dadá nova-iorquino. Em 1921 contacta com o movimento surrealista na pintura. Trabalha como fotógrafo para financiar a pintura e, com a nova actividade, desenvolve a sua arte, a raiografia, ou fotograma, criando imagens abstratas (obtidas sem o auxílio da câmara) mas com a exposição à luz de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico.
Como cineasta, produz filmes surrealistas, como L'Étoile de Mer (1928), com o auxílio de uma técnica chamada solarização, pela qual inverte parcialmente os tons da fotografia. Muda-se para a Califórnia em 1940, para explorar as possibilidades expressivas da fotografia. Aí dá aulas sobre o tema. Seis anos depois, retorna a França. Em biografia Auto-Retrato.
Em 1915 fez o primeiro one-man-show, com o que se fez famoso seu nome por toda América, como um dos primeiros pintores abstratos.
Adquire sua primeira câmera para fazer reproduções de seus quadros.
Com Duchamp participa em experimentos fotográficos e cinematográficos e na publicação do único número do New York Dadá. Impulsionado por Duchamp, Man Ray se mudou para Paris em 1921, com a única exceção de 10 anos (entre 1940 e 1951) que viveu em Hollywood durante a Segunda Guerra Mundial, passou o resto de sua vida ali.
Captou o atendimento com suas primeiras fotos abstratas, às que batizou como rayogramas. Errôneamente se considerou inventor da técnica aplicada para isso, que já a tinham experimentado outros artistas anteriormente, entre outros Talbot (para 1840) e - Schad (1918). Publicou 12 de seus rayogramas sob o título "Champs delicieux".
Possuidor de uma grande imaginação, e sempre à frente das vanguardas, trabalhou com todos os meios possíveis: pintura, escultura, fotografia e filmes.
Man Ray falece na França em 1976 e é enterrado no cemitério de Montparnasse.
Filmografia:
Le Retour à la Raison - 1923
Emak-Bakia - 1926
L Ètoile de Mer - 1928
Les Mystères du Châteu de Dé - 1929
ALVIN KENECHTEN
“Cockeyed” (1925) – 3 min. – Alvin Knechte
Em Cockeyd: Gems fron the memory of a nutty cameraman (1925), Alvin Kenechte, realizou neste filme de apenas três minutos experimentos de sobreposição de imagens através da subdivisão da tela de forma inteligente e divertida criando efeitos surreais como um homem comendo uma lâmpada incandescente, pessoas, edifícios, carros, aviões, trens desaparecendo e reaparecendo, entre as cenas intrigantes que apresentadas pelo autor, evidenciam através do insólito confundir, e questionar a sanidade do expectador. Para dar uma visão mais completa sobre este trabalho recorremos a critica do historiador, critico de cinema e coordenador Luiz Santiago dop blog Cinebulição www.cinebuli.blogspot.com.
"Cockeyed: Gems from the memory of a nutty cameraman (1925), foi o primeiro curta-metragem de Alvin Knechten, que inicia a carreira em meio às manifestações revolucionárias no mundo das artes, na década de 1920.
Sem preocupação com a narrativa ou com a linearidade, Knechten organizou fotogramas aleatórios de situações surrealistas ou que fogem totalmente ao habitual.
As alterações imagéticas do que é captado pela câmera foram feitas na edição, usando-se perfeitas fusões de imagem. O efeito produzido é dos mais impressionantes.
Na sequência de abertura vemos o mar, e por trás dele, aos poucos, emerge a cidade de Nova York. Quando o fotograma se “encaixa”, percebemos que aquele “pedaço” que não estava ali completava a imagem da cidade, como um quebra-cabeça. A intenção do diretor é fazer valer o título, jogando para o “acaso” (a lente) ou para o espectador a louca perspectiva das coisas: a lente estrábica.
A segunda sequência mostra um homem de perfil, em primeiro plano, comendo uma lâmpada. A sequência seguinte “divide” o mar embaixo da Ponte do Brooklin: um navio passa a poucos metros de uma cascata.
Na quarta sequência, um navio se aproxima pelo lado direito da tela e um avião sobrevoa o mesmo plano. De repente o avião começa a se multiplicar, ao passo que o navio “empurra” o “plano vazio” do lado esquerdo da tela. O efeito preenche de modo dinâmico todo o espaço, um criativo uso do espaço cênico feito apenas pela montagem. Nas duas sequências seguintes observamos partes da cidade emergirem (tal como na primeira) e se encaixarem no restante estático do fotograma.
Antes da sétima sequência há um intertítulo: “Quem é maluco agora?”. Segue-se a cena mais criativa do curta: o diretor filmou momentos de diferente intensidade de tráfego em uma rua. Usando uma árvore como uma espécie de ponto-de-fuga ele contrapõe o que vem antes, com o que se segue. “Atrás” da árvore os carros avançam a toda velocidade, mas não os vemos completar seu caminho. Ao passar pela árvore os carros ficam extremamente lentos. Certamente, o melhor efeito do filme, e com certeza, um dos melhores do Primeiro Cinema.
O mesmo princípio, porém, em situações diferentes, é usado nas três cenas seguintes, mas nenhuma delas mais inventiva que a da “árvore-vórtice-desaceleradora”.
Como já dissemos, a preocupação com a narrativa não existe, fato que justifica a “incompatibilidade” das sequências. O curta tem apenas três minutos, mas revela uma incrível preocupação com a provocação das percepções mais básicas do espectador, e consegue isso de modo fenomenal e muito criativo".
Por Luiz Santiago.
Filmografia:
The Leech - 1921
The frist Woman - 1922
Is Money Everything? - 1923
Cockeyed - 1925
Shootin' Injuns - 1925
The Polent Leather kid - 1927
The Drop Kicck - 1927
The Great Divide - 1929
The Careless Age - 1929.
RALPH STEINER
Ralph Steiner (08 de fevereiro de 1899 - 13 de Julho de 1986) foi um americano fotógrafo , documentarista pioneiro e uma figura-chave entre os cineastas de vanguarda nas décadas de 1920 e 30. Nascido em Cleveland , Steiner estudou química em Dartmouth , mas em 1921 entrou no Clarence H. White School of Modern Photography. White Steiner ajudou a encontrar um emprego na Empresa Fotogravura Manhattan, e Steiner trabalhando em tornar Fotogravura de placas em cenas de Robert Flaherty Nanook do Norte . Pouco tempo depois, o trabalho de Steiner como um fotógrafo freelance em Nova York começou, trabalhando principalmente em publicidade e para publicações como "Ladies Home Journal . Através do incentivo do colega fotógrafo Paul Strand , Steiner se juntou à Liga de centro-esquerde Fotografica por volta de 1927.
Em 1929, Steiner fez seu primeiro filme, H2O , uma evocação poética da água que capturou a padrões abstratos gerados por ondas. Embora não tenha sido o único filme do gênero na época - Joris Ivens fez Regen (Chuva) no mesmo ano, e Henwar Rodekiewicz trabalhou no retrato filme de água de um Jovem (1931) através de todo este período, ele fez uma impressão significativas no seu dia e desde que passou a ser reconhecida como um clássico: H2O foi adicionado ao National Film Registry em dezembro de 2005. Entre outros de Steiner primeiros filmes, Surf e Algas (1931) amplia o conceito de H2O como Steiner transforma sua câmera para o litoral; Mecânica Principles (1930) era uma abstração baseada em engrenagens e máquinas.
Em 1930, Steiner se juntou ao corpo docente do chamado Harry Alan Potamkin Film School, que deixou pouco antes da morte Potamkin em 1933, onde conheceu Leo Hurwitz , e inspirado por "ideias Hurwitz de utilizar o cinema como um meio de ação social, à esquerda através do o filme e e defotografias, juntando-se a Nykino, uma coalizão de Nova York com base em um cinema de esquerda mostrado em noticiários o trabalhador em comícios, convenções e durante as greves. Poucos desses filmes sobreviveram. Durante esse tempo, Steiner também trabalhou em alguns tópicos, "de ficção" sátiras de filmes, incluindo Pie in the Sky (1935), os primeiros filmes a envolver os talentos de Elia Kazan .
Steiner trabalhou, ao lado de Strand, Hurwitz e Paul Ivano como um cineasta de Pare Lorentz " O arado que quebrou o Plains ( 1936 ) e também se juntou Lorentz em The River ( 1938 ), mas não recebe o crédito. Embora Steiner tenha permanecido com Nykino, iniciou a sua transição para a Frontier Films ,onde ele deixou em 1938, as filmagens de A Cidade (1939) com ele. A cidade, que Steiner co-dirigido com Willard Van Dyke e com música original de Aaron Copland , abriu na Feira Mundial de Nova York em 1939 e funcionou por dois anos.
Apesar de seu desdém próprio declarado de Hollywood e os sentimentos compartilhados de seus colegas, na década de 1940 Steiner foi para Hollywood para trabalhar como escritor e produtor, mas retornou a Nova York depois de apenas quatro anos. Então, ele mergulhou de volta ao mundo de freelance e fotografia de moda, trabalhando para a Vogue , entre outros antes de se aposentar em 1962. Steiner, em seguida, estabeleceu-se em Vermont, onde passava os verões em uma ilha do Maine.
As fotografias de Steiner são notáveis por seus ângulos estranhos, abstração e, por vezes abordando assuntos bizarros. Seus filmes experimentais, no entanto, são considerados centrais para a literatura do início de cinema de vanguarda norte-americano, e a influência do estilo visual de Ralph Steiner continua a afirmar-se, por exemplo, contemporâneo e vanguardista cineasta Timoleon Wilkins Steiner cita como uma inspiração. (fonte Wikipédia inglesa)
“H 2 O” (1929) – 12 min. – Ralf Steiner
Ralph Steiner (1899-1986), fotógrafo americano e cineasta. Após sua graduação 1921 do Dartmouth College, onde aprendeu técnicas de fotografia, Steiner se mudou para New York e estudou na Clarence H. White School of Photography. Cada vez mais socialmente engajado, Steiner voltou-se para um estilo de documentário mais realista. A mudança é particularmente evidente em seus filmes: o resumo do estudo inicial de água e luz, H 2 O (1929). Um filme rápido e experimental composto em torno do tema da água em todas as suas formas. Um estudo clássico das amostras de luz e texturas sobre a superfície da água Como um tipo de poema cinematográfico enfatizando o ritmo e alterações através das qualidades visuais das imagens e da estrutura da edição. Quando o cineasta move a câmera mais próxima da superfície reflexiva, as imagens tornam-se mais abstratas e visualmente dramáticas. Esta concentração de padrões de movimento, sombreamento e textura fazem de H 2 O uma obra prima. Filmografia:
H2O (1929; cinematographer/director)
Mechanical Principles (1930; cinematographer/director)
Surf and Seaweed (1931; cinematographer/director)
Panther Woman of the Needle Trades, or The Lovely Life of Little Lisa (1931; cinematographer/director)
Pie in the Sky (1935; cinematographer/co-director)
Cafe Universal (1936; cinematographer/director)
Granite (1936; cinematographer/director)
Harbor Scenes (1936; cinematographer/director)
Hands (1936; cinematographer/co-director)
The World Today: Black Legion (1936; cinematographer/co-director)
The World Today: Sunnyside (1936; cinematographer/co-director)
The Plow That Broke the Plains (1936; cinematographer)
People of the Cumberland (1937; cinematographer)
The River (1938; cinematographer)
The City (1939; cinematographer/co-director)
Por Klaus Farina - Músico, Historiador e Produtor Cultural.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Show de Enio Medina e banda Mercedes na Confraria do Blues. Dia 14 tem o Dimensão Experimental no Cinebancários.
Cartaz do evento
Enio Medina em ação.
Dimensão Experimental "Música, Cinema e Memória"
Enio Medina é um pianista, tecladista e gaiteiro com um estilo único em Porto Alegre. Já trabalhou com várias bandas sendo uma referência no blues e jazz porto alegrense. Atualmente Enio está com a da banda Mercedes que vai tocar amanhã dia 08/04/2011 na Confraria do Blues. Enio é grande amigo nosso de muitos anos e desde já desejamos sorte e sucesso com mais este trabalho. O Enio tá hora de tu gravar o teu disco solo. Um grande abraço dos amigos do grupo Dimensão Experimental. Além da Banda Mercedes se apresenta também amanhã na Confraria do Blues a banda Andy and the Rockets. Dia 14/04/2011 ás 21 horas com entrada franca no Cinebancários o grupo Dimensão Experimental estréia a nova temporada do projeto "Música, Cinema e Memória". A partir deste sábado serão re-publicadas ás matérias do ano passado sobre os filmes e cineastas experimentais dos anos 1920, com performance músical ao vivo. A trilha sonóra é original, criada pelo do próprio grupo Dimensão Experimental.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
dim3nsão experimental "Música, Cinema e Memória" dia 14/04/2011 no Cinebancários entrada franca 21 horas
Cartaz/Folder
No dia 14 de abril próximo vai acontecer no Cinebacários ás 21 com entrada franca a estréia da temporada 2011 do projeto "Música, Cinema e Memória" de autoria do grupo de música intrumental Dimensão Experimental momentaneamente constituído por Klaus Farina, Odair Silva e Rodrigo Endres. Álvaro Sabóia será substituído exepcionalmente nesta ocasião por Odair Silva por motivos de pessoais que o impedem de participar nesta estréia. Todavia, informamos que Álvaro Sabóia continua como membro integrante do grupo Dimensão Experimental e que seu retorno se dará logo após sua recuperação. Quanto a Odair Silva trata-se de um competente músico ligado ao jazz e blues no Paraná que se dispôs a ajudar neste momento. O projeto "Música, Cinema e Memória" apresenta a performance músical de filmes da era vanguardista do cinema mudo dos anos 1920. As músicas são todas de autoria do grupo Dimensão Experimental. Após a sessão haverá uma paelestra com as professoras e diretoras de arte Gilka Vargas e Iara Noemi sobre a importância deste movimento artístico/cultural. O projeto tem apoio do Cinebancários, Jornal Vaia e de E O Vídeo Levou e patrocínio do Snoopy Bar. Nos próximos dias estaremos re-editando as matérias especiais sobre os filmes e diretores publicadas no ano passado para apresentação na sala de cinema Paulo Amorim em 25/09/2010.
Cartaz Promocional
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