sábado, 9 de abril de 2011

Dimensão Experimental Música, Cinema e Memória 1ª parte - Man Ray, Alvin Kenechten e Ralph Steiner


H2O de Ralph Steiner

Le Retour a lá Raison de Man Ray


Alvin Knechten

No próxima quinta dia 14 de abril no Cinebancários ás 21 horas com entrada franca, o grupo Dimensão Experimental estréia a nova temporada do projeto Música, Cinema e Memória. Este projeto com o patrocíneo do Sindbacários, Cinebáncários e Snoopy Bar e apoio da locadora E O Vído Levou e do Joprnal Vaia, tem por objetivo apresentar para o público em geral alguns filmes experimentais do movimento artístico-cultural dos anos 1920 conhecido por muitos como avant-garde. Embora a expressão francesa avant-garde que significa, vanguarda está mais vinculada aos filmes experimentais daquele pais, este movimento foi internacional. O grupo Dimensão Experimental vai performar ao vivo com músicas próprias alguns destes clássicos filmes mudo experimentais. Após a performance e projeção vai acontecer uma palestra e debate com o público com as diretoras de arte Gilka Vargas e Iara Noemi falando sobre a importância deste movimento para o cinema e sua influência na atualidade. O projeto Música, Cinemma e Memória estreiou ano passado em 25/09/2011 na sala de cinema Paulo Amorim na Casa de Cultura Mário Quintana. Este projeto de autoria do grupo Dimensão Experimental terá proseguimento no Cinebancários uma vez a cada três meses sendo a próxima pra 14 de júlho. Hoje será apresentada a primeira parte das matérias publicadas no ano passado sobre os filmes e diretores que terão seus trabalhos musicados pelo grupo Dimensão Experimental.

MAN RAY

“Le Retour à La Raison” (1923) 2 min. – Man Ray

O pintor e fotógrafo, Man Ray fez seu primeiro filme “Le Retour à La Raison” (1923) em um só dia. O título se refere a um retorno à razão, mas, paradoxalmente, o filme revela-se inteiramente sem razão. Utilizando-se de radiogramas, quadros feitos por objetos colocados diretamente sobre a película, como alfinetes e botões, o filme projetava efeitos metálicos na tela.
O corpo nu de uma mulher foi um dos únicos elementos concretos do filme, que continha cenas comuns em um contexto incomum.
Esta foi uma obra dadaísta, tanto pelos elementos utilizados quanto pelos seus resultados, uma vez que causou uma reação violenta na platéia sendo interrompida a projeção após um minuto.

Man Ray (Emanuel Rabinovitch, Filadélfia, 27 de Agosto de 1890 - Paris, 18 de Novembro de 1976) foi um fotógrafo e pintor norte-americano.
Foi um dos nomes mais importantes do movimento vanguardista da década de 1920, responsável por inovações artísticas na fotografia. Muda-se na infância para Nova Iorque. Estudante de arquitectura, engenharia e artes plásticas, inicia-se na pintura ainda jovem.
Em 1915 conhece o pintor francês Marcel Duchamp, com quem funda o grupo dadá nova-iorquino. Em 1921 contacta com o movimento surrealista na pintura. Trabalha como fotógrafo para financiar a pintura e, com a nova actividade, desenvolve a sua arte, a raiografia, ou fotograma, criando imagens abstratas (obtidas sem o auxílio da câmara) mas com a exposição à luz de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico.
Como cineasta, produz filmes surrealistas, como L'Étoile de Mer (1928), com o auxílio de uma técnica chamada solarização, pela qual inverte parcialmente os tons da fotografia. Muda-se para a Califórnia em 1940, para explorar as possibilidades expressivas da fotografia. Aí dá aulas sobre o tema. Seis anos depois, retorna a França. Em biografia Auto-Retrato.
Em 1915 fez o primeiro one-man-show, com o que se fez famoso seu nome por toda América, como um dos primeiros pintores abstratos.
Adquire sua primeira câmera para fazer reproduções de seus quadros.
Com Duchamp participa em experimentos fotográficos e cinematográficos e na publicação do único número do New York Dadá. Impulsionado por Duchamp, Man Ray se mudou para Paris em 1921, com a única exceção de 10 anos (entre 1940 e 1951) que viveu em Hollywood durante a Segunda Guerra Mundial, passou o resto de sua vida ali.
Captou o atendimento com suas primeiras fotos abstratas, às que batizou como rayogramas. Errôneamente se considerou inventor da técnica aplicada para isso, que já a tinham experimentado outros artistas anteriormente, entre outros Talbot (para 1840) e - Schad (1918). Publicou 12 de seus rayogramas sob o título "Champs delicieux".
Possuidor de uma grande imaginação, e sempre à frente das vanguardas, trabalhou com todos os meios possíveis: pintura, escultura, fotografia e filmes.
Man Ray falece na França em 1976 e é enterrado no cemitério de Montparnasse.

Filmografia:

Le Retour à la Raison - 1923
Emak-Bakia - 1926
L Ètoile de Mer - 1928
Les Mystères du Châteu de Dé - 1929

ALVIN KENECHTEN

“Cockeyed” (1925) – 3 min. – Alvin Knechte

Em Cockeyd: Gems fron the memory of a nutty cameraman (1925), Alvin Kenechte, realizou neste filme de apenas três minutos experimentos de sobreposição de imagens através da subdivisão da tela de forma inteligente e divertida criando efeitos surreais como um homem comendo uma lâmpada incandescente, pessoas, edifícios, carros, aviões, trens desaparecendo e reaparecendo, entre as cenas intrigantes que apresentadas pelo autor, evidenciam através do insólito confundir, e questionar a sanidade do expectador. Para dar uma visão mais completa sobre este trabalho recorremos a critica do historiador, critico de cinema e coordenador Luiz Santiago dop blog Cinebulição www.cinebuli.blogspot.com.

"Cockeyed: Gems from the memory of a nutty cameraman (1925), foi o primeiro curta-metragem de Alvin Knechten, que inicia a carreira em meio às manifestações revolucionárias no mundo das artes, na década de 1920.
Sem preocupação com a narrativa ou com a linearidade, Knechten organizou fotogramas aleatórios de situações surrealistas ou que fogem totalmente ao habitual.
As alterações imagéticas do que é captado pela câmera foram feitas na edição, usando-se perfeitas fusões de imagem. O efeito produzido é dos mais impressionantes.
Na sequência de abertura vemos o mar, e por trás dele, aos poucos, emerge a cidade de Nova York. Quando o fotograma se “encaixa”, percebemos que aquele “pedaço” que não estava ali completava a imagem da cidade, como um quebra-cabeça. A intenção do diretor é fazer valer o título, jogando para o “acaso” (a lente) ou para o espectador a louca perspectiva das coisas: a lente estrábica.
A segunda sequência mostra um homem de perfil, em primeiro plano, comendo uma lâmpada. A sequência seguinte “divide” o mar embaixo da Ponte do Brooklin: um navio passa a poucos metros de uma cascata.
Na quarta sequência, um navio se aproxima pelo lado direito da tela e um avião sobrevoa o mesmo plano. De repente o avião começa a se multiplicar, ao passo que o navio “empurra” o “plano vazio” do lado esquerdo da tela. O efeito preenche de modo dinâmico todo o espaço, um criativo uso do espaço cênico feito apenas pela montagem. Nas duas sequências seguintes observamos partes da cidade emergirem (tal como na primeira) e se encaixarem no restante estático do fotograma.
Antes da sétima sequência há um intertítulo: “Quem é maluco agora?”. Segue-se a cena mais criativa do curta: o diretor filmou momentos de diferente intensidade de tráfego em uma rua. Usando uma árvore como uma espécie de ponto-de-fuga ele contrapõe o que vem antes, com o que se segue. “Atrás” da árvore os carros avançam a toda velocidade, mas não os vemos completar seu caminho. Ao passar pela árvore os carros ficam extremamente lentos. Certamente, o melhor efeito do filme, e com certeza, um dos melhores do Primeiro Cinema.
O mesmo princípio, porém, em situações diferentes, é usado nas três cenas seguintes, mas nenhuma delas mais inventiva que a da “árvore-vórtice-desaceleradora”.
Como já dissemos, a preocupação com a narrativa não existe, fato que justifica a “incompatibilidade” das sequências. O curta tem apenas três minutos, mas revela uma incrível preocupação com a provocação das percepções mais básicas do espectador, e consegue isso de modo fenomenal e muito criativo".

Por Luiz Santiago.

Filmografia:

The Leech - 1921
The frist Woman - 1922
Is Money Everything? - 1923
Cockeyed - 1925
Shootin' Injuns - 1925
The Polent Leather kid - 1927
The Drop Kicck - 1927
The Great Divide - 1929
The Careless Age - 1929.

RALPH STEINER

Ralph Steiner (08 de fevereiro de 1899 - 13 de Julho de 1986) foi um americano fotógrafo , documentarista pioneiro e uma figura-chave entre os cineastas de vanguarda nas décadas de 1920 e 30. Nascido em Cleveland , Steiner estudou química em Dartmouth , mas em 1921 entrou no Clarence H. White School of Modern Photography. White Steiner ajudou a encontrar um emprego na Empresa Fotogravura Manhattan, e Steiner trabalhando em tornar Fotogravura de placas em cenas de Robert Flaherty Nanook do Norte . Pouco tempo depois, o trabalho de Steiner como um fotógrafo freelance em Nova York começou, trabalhando principalmente em publicidade e para publicações como "Ladies Home Journal . Através do incentivo do colega fotógrafo Paul Strand , Steiner se juntou à Liga de centro-esquerde Fotografica por volta de 1927.
Em 1929, Steiner fez seu primeiro filme, H2O , uma evocação poética da água que capturou a padrões abstratos gerados por ondas. Embora não tenha sido o único filme do gênero na época - Joris Ivens fez Regen (Chuva) no mesmo ano, e Henwar Rodekiewicz trabalhou no retrato filme de água de um Jovem (1931) através de todo este período, ele fez uma impressão significativas no seu dia e desde que passou a ser reconhecida como um clássico: H2O foi adicionado ao National Film Registry em dezembro de 2005. Entre outros de Steiner primeiros filmes, Surf e Algas (1931) amplia o conceito de H2O como Steiner transforma sua câmera para o litoral; Mecânica Principles (1930) era uma abstração baseada em engrenagens e máquinas.
Em 1930, Steiner se juntou ao corpo docente do chamado Harry Alan Potamkin Film School, que deixou pouco antes da morte Potamkin em 1933, onde conheceu Leo Hurwitz , e inspirado por "ideias Hurwitz de utilizar o cinema como um meio de ação social, à esquerda através do o filme e e defotografias, juntando-se a Nykino, uma coalizão de Nova York com base em um cinema de esquerda mostrado em noticiários o trabalhador em comícios, convenções e durante as greves. Poucos desses filmes sobreviveram. Durante esse tempo, Steiner também trabalhou em alguns tópicos, "de ficção" sátiras de filmes, incluindo Pie in the Sky (1935), os primeiros filmes a envolver os talentos de Elia Kazan .
Steiner trabalhou, ao lado de Strand, Hurwitz e Paul Ivano como um cineasta de Pare Lorentz " O arado que quebrou o Plains ( 1936 ) e também se juntou Lorentz em The River ( 1938 ), mas não recebe o crédito. Embora Steiner tenha permanecido com Nykino, iniciou a sua transição para a Frontier Films ,onde ele deixou em 1938, as filmagens de A Cidade (1939) com ele. A cidade, que Steiner co-dirigido com Willard Van Dyke e com música original de Aaron Copland , abriu na Feira Mundial de Nova York em 1939 e funcionou por dois anos.
Apesar de seu desdém próprio declarado de Hollywood e os sentimentos compartilhados de seus colegas, na década de 1940 Steiner foi para Hollywood para trabalhar como escritor e produtor, mas retornou a Nova York depois de apenas quatro anos. Então, ele mergulhou de volta ao mundo de freelance e fotografia de moda, trabalhando para a Vogue , entre outros antes de se aposentar em 1962. Steiner, em seguida, estabeleceu-se em Vermont, onde passava os verões em uma ilha do Maine.
As fotografias de Steiner são notáveis por seus ângulos estranhos, abstração e, por vezes abordando assuntos bizarros. Seus filmes experimentais, no entanto, são considerados centrais para a literatura do início de cinema de vanguarda norte-americano, e a influência do estilo visual de Ralph Steiner continua a afirmar-se, por exemplo, contemporâneo e vanguardista cineasta Timoleon Wilkins Steiner cita como uma inspiração. (fonte Wikipédia inglesa)

“H 2 O” (1929) – 12 min. – Ralf Steiner

Ralph Steiner (1899-1986), fotógrafo americano e cineasta. Após sua graduação 1921 do Dartmouth College, onde aprendeu técnicas de fotografia, Steiner se mudou para New York e estudou na Clarence H. White School of Photography. Cada vez mais socialmente engajado, Steiner voltou-se para um estilo de documentário mais realista. A mudança é particularmente evidente em seus filmes: o resumo do estudo inicial de água e luz, H 2 O (1929). Um filme rápido e experimental composto em torno do tema da água em todas as suas formas. Um estudo clássico das amostras de luz e texturas sobre a superfície da água Como um tipo de poema cinematográfico enfatizando o ritmo e alterações através das qualidades visuais das imagens e da estrutura da edição. Quando o cineasta move a câmera mais próxima da superfície reflexiva, as imagens tornam-se mais abstratas e visualmente dramáticas. Esta concentração de padrões de movimento, sombreamento e textura fazem de H 2 O uma obra prima. Filmografia:

H2O (1929; cinematographer/director)
Mechanical Principles (1930; cinematographer/director)
Surf and Seaweed (1931; cinematographer/director)
Panther Woman of the Needle Trades, or The Lovely Life of Little Lisa (1931; cinematographer/director)
Pie in the Sky (1935; cinematographer/co-director)
Cafe Universal (1936; cinematographer/director)
Granite (1936; cinematographer/director)
Harbor Scenes (1936; cinematographer/director)
Hands (1936; cinematographer/co-director)
The World Today: Black Legion (1936; cinematographer/co-director)
The World Today: Sunnyside (1936; cinematographer/co-director)
The Plow That Broke the Plains (1936; cinematographer)
People of the Cumberland (1937; cinematographer)
The River (1938; cinematographer)
The City (1939; cinematographer/co-director)

Por Klaus Farina - Músico, Historiador e Produtor Cultural.

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