sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Dimensão Experimental no Fórum Social Mundial Temático











Grupo Dimensão Experimental apresentará no FSMT o projeto Música, Cinema e Memória, com performance musical autoral ao vivo, filmes experimentais de artistas dadaístas e surrealistas.
“Crise do Capitalismo, Justiça Social e Ambiental”
Dia 28/01/2012 – Sábado 22 horas Local: Sala Eduardo Hirtz CCMQ Entrada Franca

O grupo Dimensão Experimental apresentará no Fórum Social Mundial Temático, o projeto “Música, Cinema e Memória”. Serão projetados e performados, com musical contemporâneo próprio e ao vivo, vídeos experimentais de artistas dadaístas e surrealistas como Man Ray, Ralph Steiner, Hans Richter, Mário Peixoto, Marcel Duchamp e Len Lye.

O projeto Música, Cinema e Memória, de autoria do grupo DIMENSÃO EXPERIMENTAL, formado por Klaus Farina (teclados/guitarras/flauta/programação eletrônica), Álvaro Sabóia (teclados harmônica e cromática) e Mozart Dutra (percussão), foi lançado em setembro de 2010 na Sala de Cinema Paulo Amorim da Casa de Cultura Mario Quintana. Em 2011, “Música, Cinema e Memória” aconteceu uma vez a cada três meses, sempre às segundas feiras no CineBancários.

OBJETIVO

A intenção do Grupo Dimensão Experimental é oferecer ao espectador através de composições contemporâneas próprias a possibilidade do contato com um dos movimentos mais criativos que se produziu na história do cinema em seus primórdios, através de filmes até pouco tempo inéditos ou desconhecidos para o publico, em sua maioria, resgatando um pouco da magia do cinema mudo, musicando alguns dos clássicos do cinema avant-garde dos anos 20.
O projeto tem por característica a ação cultural, através da projeção dos filmes e performance musical ao vivo, e de uma ação educativa com a realização de palestra e debate sobre a importância histórica do cinema avant-garde, com participação do público e de pessoas especializadas em cinema, história do cinema (historiadores, jornalistas, antropólogos, cineastas...) contextualizando-o, tendo como uma das pautas a influência da vanguarda no cinema, contrastando o passado com o presente, em especial as diferenças de paradigma da época em que eclodiu, quando as utopias e a revolução estavam na ordem do dia em contraposição com o momento atual em que estas mesmas utopias parecem esvaziadas com o objetivo de avaliar as perspectivas de um cinema experimental na atualidade por ocasião das novas tecnologias (cinema tridimensional, digital etc.).
FILMES QUE SERÃO PERFORMADOS NO FSMT
“Tusalava” (1929) – 10 min. – Len Lye

Tusalava, foi o primeiro filme realizado na Inglaterra do neo-zelandês Len Lye, que construiu com uma técnica chamada «animação tradicional» ou «cel animation», que consiste na animação de desenhos (no caso, cerca de 4400) feitos em celulóide, onde em que cada quadro é desenhado à mão e depois fotografado. Tusalava é uma animação abstrata onde duas formas orgânicas evoluem a partir de uma relação simbiótica e parasitária. Pontos e círculos entram em contato entre si, reagem e interpenetram-se, absorvem ou separam-se das formas opositoras, criando padrões cada vez mais complexos. O filme captura a mutabilidade da existência, a ambigüidade entre a penetração criadora e a agressão destruidora (canibalizante), a absorção e a síntese.
Infelizmente, a partitura original de Ellitt perdeu-se e Tusalava hoje é exibido como um filme mudo.Em virtude de esta trilha sonora original estar perdida o grupo Dimensão Experimental compôs um tema original homônimo: Tusalava.
Música: Tusalava (Farina / Sabóia / Dimensão Experimental)
Arranjos: Dimensão Experimental

“Inflation” (1928) – 3 min. – Hans Richter

O tema da inflação nunca havia sido tratado no cinema da forma como Hans Richter se propôs a demonstrar. De maneira irônica e bem humorada Richter trabalhou uma questão que perturbava a sociedade alemã dos anos 1920 A questão da inflação é um tema sempre atual quando refletimos sobre as falhas do sistema capitalista. Inflation é um filme raro e pouquíssimo conhecido inclusive por muitos cinéfilos.
Hans Richter também trabalhou com cinema de animação experimental com sua famosa série, “Rhythmus” produzida durante a primeira metade da década de 1920.
Música: Inflação (Farina/Sabóia) Arranjos: Dimensão Experimental


“H 2 O” (1929) – 12 min. – Ralf Steiner

Ralph Steiner (1899-1986), fotógrafo americano e cineasta. Após sua graduação 1921 do Dartmouth College, onde aprendeu técnicas de fotografia, Steiner se mudou para New York e estudou na Clarence H. White School of Photography. Cada vez mais socialmente engajado, Steiner voltou-se para um estilo de documentário mais realista. A mudança é particularmente evidente em seus filmes: o resumo do estudo inicial de água e luz, H 2 O (1929). Um filme rápido e experimental composto em torno do tema da água em todas as suas formas. Um estudo clássico das amostras de luz e texturas sobre a superfície da água Como um tipo de poema cinematográfico enfatizando o ritmo e alterações através das qualidades visuais das imagens e da estrutura da edição. Quando o cineasta move a câmera mais próxima da superfície reflexiva, as imagens tornam-se mais abstratas e visualmente dramáticas. Esta concentração de padrões de movimento, sombreamento e textura fazem de H 2 O uma obra prima.
Música: Akvo (Farina/Sabóia) e All Wright (Farina)
Arranjos: Dimensão Experimental

“Anemic Cinema” (1926) 6 min. – Marcel Duchamp

O primeiro filme de Marcel Duchamp “Anemic Cinema” (1926), cujo título brinca com as letras da palavra cinema, põe em movimento esferas rotatórias ou rotoreliefs (discos em que Duchamp desenhou linhas e círculos concêntricos e excêntricos) que, ao girarem, provocam no espectador uma sensação estranha, como uma nova dimensão. Inscritas nos espirais, as letras vão formando frases indecifráveis, compondo um dos fenômenos visuais mais puros, sensíveis e fascinantes, em uma tentativa de se produzir filmes estereoscópicos.
Música: Fórum Social Mundial (Farina)
Arranjos: Dimensão Experimental

“Limite” (1931) Fragmento de 8 min. Mário Peixoto
Limite se destaca por grandes inovações em fotografia e montagem e também por uma narração não linear. Com planos longos e incômodos e enquadramentos precisos, o filme conta a história de um homem e duas mulheres em um barco perdido no mar. Cansados eles param de remar e se conformam com a morte inevitável. Por meio de flashbacks, eles relembram seu passado em uma mistura de sentimentos que vão do desespero inútil à fuga. A partir deste roteiro, o diretor traça uma bela história sobre a passagem do tempo e a condição humana.
Música: Limite (Farina) Arranjos Dimensão Experimental

“Les Mystères du Château de Dé” (1929) – 19 min. – Man Ray

Les Mystères de Château de Dé é um filme surrealista, um jogo pitoresco improvisado de Man Ray num período em que esteve como convidado no Castelo do Conde de Noailles. O filme retrata dois viajantes partindo de Paris para a Villa Nailles, em Hyères. Les Myteres du Château de Dé foi o filme mais longo que Man Ray dirigiu em sua carreira.

Música: Os Mistérios do Castelo de Dados - suíte em seis movimentos (concepção original de autoria de Klaus Farina com colaboração adicional de Álvaro Sabóia no sexto movimento)
I – Os Viajantes: Um jogar de dadas jamais anulará a sorte. (Farina)
II – Viajando a um estranho destino um castelo. (Farina)
III – Personne, Personne: Lês Secrets de la Peinture. (Farina)
IV – Piscinéma: Um jogar de dados jamais anulará a sorte. (Farina)
V – Minerve Casque. (Farina)
VI – Dois passageiros que permanecerão. (Farina / Sabóia)
Arranjos: Dimensão Experimental

“Swing the Lambeth Walk (1939) – 4 min. – Len Lye

Swing the Lambeth Walk (1939), foi um filme de Len Lye de quatro minutos pintado à mão com acompanhamentos de cores, que simulam jogos, motivos visuais para instrumentos musicais. Linhas diagonais aparecem para introduzir frases de piano, expressar círculos, batidas rítmicas de percussão, utilizando-se de listras, ondulações horizontais que podem representar sons de guitarras, linhas verticais pintadas em vermelho, azul profundo, campos de cor verde são apresentados como formas ascendentes em cascata, alem de listras luminosas cônicas como testes visuais que fazem de Swing the Lambeth Walk uma obra de arte em movimento. Para este filme, o grupo Dimensão Experimental adaptou “Fusão Latina”, uma música do álbum “O Mito do Eterno Retorno” por se tratar de um tema onde tudo o que foi dito acima sobre os jogos e motivos visuais do filme se encaixa perfeitamente, um digno casamento entre som e imagem.
Música: Fusão Latina (Farina) Arranjos: Dimensão Experimental
Fonte: www.dimensaoexperimental.blogspot.com

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