sexta-feira, 10 de maio de 2013

A Revolução de 1923

Este ano comemora-se os 90 anos da Revolução de 1923, os 110 anos da morte de Júlio de Castilhos e os 120 anos da Revolução Federalista. O que estes fatos tem em comum para a história do Rio Grande do Sul? O Castilhismo. Republicano e positivista, mas nada simpático à democracia, Júlio Prates de Castilhos, o Patriarca, como era chamado, governou o Rio Grande do Sul com mão de ferro de 1891 até sua morte prematura, em 1903. Para se manter no poder, tomou duas providências: redigiu praticamente sozinho e fez aprovar uma Constituição autoritária e montou uma poderosa máquina política no Partido Republicano Riograndense (PRR), com seus incontáveis chefes locais e seu séquito de agregados, presentes em mais de cem municípios riograndenses. Ao morrer, ficou claro que se fora o ditador, mas a ditadura republicana continuava viva. A consequência foi que um segmento da elite gaúcha que estava fora do poder buscou mudar a relação de forças através de "Revolução de 1923, colocando antagonicamente Borgistas, seguidores de Borges de Medeiros e Assisistas, seguidores de Assis Brasil. Baseado nesta história o grupo Dimensão Experimental vem compondo um peça musical de aproximadamente 45 minutos tendo como tema a Revolução de 1923 para um filme sobre o assunto. Abaixo reproduzimos o texto da professora Cristiane Delphino, um resumo do que foi o evento de 1923. ------------------------------------------------------------ Revolução de 1923 Por Cristine Delphino Um dos levantes mais importantes da história do Rio Grande do Sul foi a Revolução de 1923, conhecido como um movimento armado. No ano de 1893, assumiu o cargo de governador do Rio Grande, Júlio de Castilhos, que conta com a Revolução Federalista que desenvolveu-se durante o seu mandato. Em 1898, é eleito então Borges de Medeiros, que ocupou o poder por quase 20 anos, sendo que foi reeleito em 1903 e ficou até 1908, quando decidiu não mais se candidatar. Escolheu então uma pessoa de sua confiança, Carlos Barbosa, que contava com a influência por trás de Borges que praticamente continuava a governar. Este foi reeleito em 1913 e ocupou o cargo até 1923, sendo reeleito mais uma vez. Finalmente, em 1920, Borges de Medeiros anuncia a sua candidatura apoiado pelo Partido Republicano Riograndense (PRR). Do outro lado, uma aliança formada pelos opositores do governo, a Aliança Libertadora, lança Assis Brasil para concorrer com Borges. As campanhas eleitorais foram bem quentes, com violência entre os simpatizantes do PRP contra a Aliança. O jornal “A Federação”, do PRP, anuncia a vitória de Borges, sendo que a reeleição era válida se o candidato recebe votos que superassem 75%. A revolta foi geral, acreditavam em fraudes nas votações e então, deu-se início a Revolução. A Aliança, acreditava que se lutassem armados, eles chamariam a atenção do presidente Arthur Bernardes que teria que intervir na ocupação do cargo de Borges. Foram criados os “Corpos Provisórios”, que tinham como objetivo combater os revoltosos e contavam com o apoio da Brigada Militar. Já os revoltosos não contavam com a organização e estratégia dos corpos provisórios e saqueavam vilas e cidades distantes de Porto Alegre. Em outubro, revoltosos tentaram tomar posse de Pelotas,importante cidade, até conseguiram, mas logo foram expulsos diante de ameaças de que as forças governistas atacariam. Cansados e diante da evidência de que não existiria apoio do presidente, os revoltosos levantaram a bandeira branca no dia 6 de novembro. Foi assinado no outro dia, um armistício que não foi muito respeitado. Um mês depois, o Pacto de Pedras Altas foi criado para acalmar a Revolução. Assim, Borges permaneceu ocupando seu cargo até 1928, e não pode ser reeleito diante da reforma da Constituição de 1891. Seu sucessor foi nada menos que Getúlio Vargas.

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