quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Pink Floyd no cinema - Zabriskie Point 1970 - No Clube de Cultura amanhã.



Amanhã dia 1º de dezembro ás 19h.30min. vai acontecer mais uma edição do ciclo de filmes "Pink Floyd no Cinema" no Clube de Cultura de Porto Alegre, rua Ramiro Barcelos, 1853 com a exibição de Zabriskie Point.

Zabriskie Point de Michelangelo Antonioni foi lançado em 1970 apresenta o movimento de contracultural nos EUA na época. A história é centrada em um jovem casal — uma secretária idealista e um militante radical — que passa uma mensagem "anti-establishment". O nome refere-se ao marco natural Zabriskie Point, no Vale da Morte, na Califórnia, EUA, local onde ocorreram algumas filmagens.
O roteiro foi escrito por Antonioni, pelo amigo cineasta Franco Rossetti, pelo escritor de peças teatrais Sam Shepard, Tonino Guerra e Clare Peploe, esposa de Bernardo Bertolucci. O filme foi o segundo de uma série de três em inglês que Antonioni realizou conforme contrato com o produtor Carlo Ponti para ser distribuído pela MGM. Os outros dois filmes foram Blowup (1966) e The Passenger (1975).


No início do filme são mostradas em estilo documental imagens de uma discussão de alunos universitários de Los Angeles que planejam uma greve e a melhor estratégia para enfrentar a previsível repressão policial. Os alunos negros discutem com os brancos sobre o real engajamento na causa de cada um até que Mark, um estudante rebelde que viera pela primeira vez a um encontro do grupo, levado pelo seu companheiro de quarto, deixa a reunião afirmando "disposto a morrer mas não de tédio". Os outros estudantes criticam e ironizam seu "individualismo". Durante a greve, a polícia ataca duramente os estudantes e cerca um grupo de negros, atirando em um aparentemente armado que fugia do gás lacrimogênio. Mark, que chegava ao local, aponta uma arma para um policial que é atingido e morto por um disparo, mas não fica claro quem foi que atirou. O estudante foge do local e rouba um avião do Aeroporto Municipal Hawthorne, e segue voando sobre o deserto. Enquanto isso, a secretária Daria, que trabalha para o poderoso empresário imobiliário (e provável amante) Lee Allen, parte num velho carro Buick da década de 1950 e ruma para Fênix no Arizona, através de uma estrada que cruza o deserto. Mark avista Daria de seu avião e faz manobras arriscadas, jogando-lhe uma peça de roupa. Os dois se encontram logo depois num bar, quando Mark tentava abastecer sem sucesso seu avião. Mark pega uma carona com Daria até um posto de gasolina próximo e os dois fazem uma parada em Zabriskie Point, quando então iniciam uma relação amorosa. Contrariando Daria, todavia, Mark decide voltar para Los Angeles e devolver o avião roubado, mesmo sabendo que corre risco de vida pois a moça ouvira no rádio que ele era suspeito de ter atirado no policial.




Este filme teve como atores principais Mark Frechette e Daria Halprin, ambos sem experiência artística anterior.
Enquanto estava nos Estados Unidos em 1966 para a premiere de Blowup, um surpreendente sucesso de bilheteria, Antonioni leu um artigo de jornal sobre um jovem que roubara um aeroplano e que fora morto ao tentar voltar para Fênix, no Arizona. O diretor achou que esse poderia ser o fio condutor de seu próximo filme. Após escrever muitos esboços, ele contratou o dramaturgo Sam Shepard para preparar um roteiro. Shepard, Antonioni, o cineasta italiano Franco Rossetti, o colaborador frequente do diretor Tonino Guerra e Clare Peploe (mais tarde esposa de Bernardo Bertolucci) colaboraram no trabalho.


A maior parte do elenco era de atores profissionais, como Rod Taylor, e G.D. Spradlin, em um de seus primeiros papeis. Paul Fix, amigo e instrutor de cena de John Wayne que apareceu em muito de seus filmes, interpreta o proprietário do bar no Deserto de Mojave. Kathleen Cleaver, participante dos Panteras Negras e esposa de Eldridge Cleaver, aparece nas cenas semidocumentais do início do filme.
Filmado no começo de julho de 1968 em Los Angeles, muitas das locações ocorreram no centro e sudeste da área central da cidade. Exteriores em art deco de Richfield Tower foram mostrados em algumas cenas antes de serem demolidos em novembro daquele ano. As várias imagens do campus universitário, exceto a da reunião dos estudantes, foram realizadas na Faculdade Comunitária Contra Costa em San Pablo, Califórnia. A produção depois se moveu para Carefree, Arizona, próxima de Fênix e do Vale da Morte e alugou uma mansão na cidade, construindo uma réplica no Southwestern Studio para os efeitos especiais da explosão na sequência final

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Depois de terem feito o filme, Mark Frechette e Daria Halprin mudaram-se para a mesma comuna da Califórnia. Halprin casou-se com Dennis Hopper em 1972. Em 1973, Frechette participou de um assalto a banco no qual um de seus cúmplices, Christopher Thien, foi morto. Ele foi condenado a quinze anos de prisão, e morreu na prisão sob circunstâncias suspeitas.

A Música de Zabriskie Point

Inicialmente a trilha sonora de Zabriskie Point era para ter sido exclusividade do Pink Floyd. Em novembro de 1969 Rick Wright, Roger Waters, Nick Mason e David Gilmour viajaram para a Roma com o intuito de compor e gravar a música do filme. O Pink Floyd vinha de uma bem sucedida sequência de trilhas sonoras de filmes como O Comitê (1969) e More (1969). Antonioni conhecera o Pink Floyd em 1966 e em fins de 1968 ouvira "Careful with That Axe, Eugene" e ficara maravilha a ponto de contrata-los para fazer a trilha sonora de Zabriskie Point.


Contudo, o processo foi nas palavras de Roger Waters um inferno. Segundo o baixista Antonioni nunca ficava satisfeito. No final apenas três músicas do material gravado foram aproveitadas. Das músicas não aproveitadas, Richard Wright escreveu uma canção chamada "The Violent Sequence" para o filme . Antonioni a rejeitou por considerá-la inapropriada e preferiu sincronizar com o final violento uma regravação de outra música do grupo, chamada "Careful with That Axe, Eugene" e renomeada para "Come in Number 51, Your Time Is Up". Roger Waters afirmou em Classic Albums - Pink Floyd - Making The Dark Side Of The Moon que, enquanto Antonioni amava a canção, ela a fazia se "sentir doente". Posteriormente a música rejeitada foi retrabalhada dentro da nova composição "Us and Them", faixa do álbum The Dark Side of the Moon de 1973 . "The Violent Sequence" permaneceu inédita até ser incluída em 2011 num pacote de Dark Side of the Moon, sendo chamada de "Us and them (Richard Wright Demo)". Ouvindo o material rejeitado ficamos com a impressão de Antonioni tinha pouca percepção musical. Havia muita coisa boa naquelas composições não utilizadas e o exemplo claro é justamente essa composição de Rick Wright.


Outras canções do Pink Floyd descartadas pelo filme foram lançadas como "bônus" no lançamento em CD de 1997 da trilha sonora do filme, inclusive composições de Jerry Garcia.
John Fahey que voara de Roma para gravar algumas músicas para o filme, não foi aproveitado. As versões de Fahey e outros divergem. Contudo, um trecho de The Dance of Death & Other Plantation Favorites ou simplesmente Dance of Death foi aproveitado no filme. Antonioni visitou a banda The Doors enquanto gravavam o álbum L.A. Woman e quis incluí-los na trilha sonora. The Doors gravaram "L'America" para Zabriskie Point mas também não foi aproveitada.


Por conta da crítica social ao consumismo capitalista e por causa das cenas sexuais no deserto Zabriskie Point foi censurado em vários países inclusive no Brasil.


Trilha sonora original de 1970

Pink Floyd – "Heart Beat, Pig Meat" (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 3:11
Kaleidoscope – "Brother Mary" (David Lindley) – 2:39
Grateful Dead – "Dark Star" (amostra) (Jerry Garcia/Mickey Hart/Robert Hunter/Bill Kreutzmann/Phil Lesh/Ron "Pigpen" McKernan/Bob Weir) – 2:30
Pink Floyd – "Crumbling Land" (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 4:13
Patti Page – "Tennessee Waltz" (Pee Wee King/Redd Stewart) – 3:01
The Youngbloods – "Sugar Babe" (Jesse Colin Young) – 2:12
Jerry Garcia – "Love Scene" (Jerry Garcia) – 7:02
Roscoe Holcomb – "I Wish I Was a Single Girl Again" (Roscoe Holcomb/Traditional) – 1:54
Kaleidoscope – "Mickey's Tune" (David Lindley) – 1:40
John Fahey – "Dance of Death" (John Fahey) – 2:42
Pink Floyd – "Come in #51, Your Time Is Up" (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 5:01

Disco bônus, edição de 1997

Jerry Garcia – "Love Scene Improvations" (Version 1) (Jerry Garcia) – 6:18
Jerry Garcia – "Love Scene Improvations" (Version 2) (Jerry Garcia) – 8:00
Jerry Garcia – "Love Scene Improvations" (Version 3) (Jerry Garcia) – 7:52
Jerry Garcia – "Love Scene Improvations" (Version 4) (Jerry Garcia) – 8:04
Pink Floyd – "Country Song" (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 4:37
Pink Floyd – "Unknown Song" (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 6:01
Pink Floyd – "Love Scene" (Version 6) (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 7:26
Pink Floyd – "Love Scene" (Version 4) (David Gilmour/Roger Waters/Rick Wright/Nick Mason) – 6:45

O grupo Dimensão Experimental apoia mais essa iniciativa do Clube de Cultura de Porto Alegre.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Netto e o Domador de Cavalos na CCMQ, dia 29/11/2016


"Netto e o Domador de Cavalos" é o quarto e ultimo filme do Ciclo de Cinema Tabajara Ruas a ser exibido pelo Musecom em parceria com a Casa de Cultura Mario Quintana, como parte da programação cultural do mês em que se comemora a semana da consciência negra. O evento acontecerá no dia 29 de novembro, terça feira, às 18h30min, no Teatro Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana. Entrada Franca.
Sinopse:
"Netto e o Domador de Cavalos" reconta, sob um novo prisma, a mais popular lenda rio-grandense - "O Negrinho do Pastoreio".
No início da Guerra dos Farrapos, o general Antonio de Souza Netto descobre que um antigo parceiro, Índio Torres, está preso. Para libertá-lo, envolve-se com escravos rebelados. Entre eles, o Negrinho, o melhor ginete da fronteira. A luta pela república, pela libertação dos escravos contra a tirania e a opressão, amor, humor e um amplo painel do século 19 estão neste terceiro longa-metragem de Tabajara Ruas. O filme é uma sequência de "Netto Perde sua Alma"


Fonte: Juliana Feltrin
"Netto e o Domador de Cavalos" – Produção de 2010

Duração: 1h 35min
Direção: Tabajara Ruas
Elenco: Werner Schünemann, Nelson Diniz, João França
Gêneros Aventura, Drama, Histórico
Nacionalidade Brasil


O grupo Dimensão Experimental apoia esta iniciativa do Musecom/CCMQ

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Pink Floyd no Cinema - More 1969 no Clube de Cultura - Quinta dia 24/11/2016


Amanhã, quinta feira dia 24/11/2016, no Clube de Cultura de Porto Alegre, rua Ramiro Barcelos, 1853, acontecerá a segunda exibição do ciclo "Pink Floyd no Cinema" com o filme More de 1969.


O diretor Barbet Schroeder, nascido no Irã, naturalizado francês, começou no cinema participando ativamente em alguns filmes da nouvelle vague, como produtor e ator. Sua estreia na atuação foi no curta La boulangère de Monceau (idem, 1963), de Eric Rohmer, e mais tarde já estava em filmes de Jean-Luc Godard do início da década de 60, como Tempo de Guerra (Les Carabiniers, 1963) e no coletivo Paris Visto Por... (Paris vu par..., 1965). Portanto, foi grande o envolvimento e a influência que o então jovem Schroeder recebeu de nomes tais como Claude Chabrol, Jean Douchet, Eric Rohmer e Jacques Rivette.

Alguns anos mais tarde, sua carreira se solidificaria mesmo na cadeira de direção. Mas, apesar de toda a influência de seus contemporâneos, seria errado classificar Barbet Schroeder como um autor da nouvelle vague – ainda que seus filmes apresentem diversas características temáticas e estilísticas em comum, por assim dizer. O ano de 1969 marca a sua estreia como diretor, com o clássico cult More (1969), um curiosíssimo filme rodado em diversos países, que versa sobre juventude, liberdade, drogas e psicodelia – um retrato cultural bastante denso e simbólico do final daquela década.

Sinopse

Recém formado em matemática, o jovem alemão Stefan Brückner (Klaus Grünberg) está com o pé na estrada, à beira do acostamento, pedindo carona rumo ao novo, ao incerto, ao inesperado. O tempo está nebuloso, a chuva é intensa, a música tema de abertura do filme é não diegética experimental, quando o som é ouvido apenas pelo público e não pelos personagens. Uma busca desesperada por redenção, para um sentido para a vida, ou pela própria vida – ecos do argumento do então sucesso recente A Primeira Noite de Um Homem (The Graduate, 1967) já nas primeiras cenas. Chegará a Paris, sem lenço e sem documento, onde em uma festa conhece e se apaixona por Estelle Miller (Mimsy Farmer), não por acaso justamente uma norte-americana, loira de emblemáticos cabelos curtos, libertária, usuária de heroína. Uma resposta a busca de Stefan.




O que se vê dali em diante é a aventura de um casal que vive os anos 60 como supostamente teriam sido vividos: fuga pelas estradas, viagens lisérgicas, sobretudo o paradoxo que custou a revolução cultural da época: a liberdade e a autodestruição. Enquanto o casal tem seu itinerário insólito, a paisagem de Ibiza, um dos belos destinos, contribui para o clima místico e misterioso que paira sobre a obra. É possível identificar uma forte influência de Godard, principalmente de O Demônio das Onze Horas (Pierrot le fou, 1965) e Acossado (À bout de souffle, 1960), entretanto More jamais teve a relevância desses filmes – é underground por natureza. Talvez seja muito mais conhecido por sua trilha sonora do que por seus méritos cinematográficos.


Barbet Schroeder convidou o Pink Floyd, que era a mais pura vanguarda musical da época, para realizar a trilha do filme. As performances genuinamente malucas de início de carreira, que misturavam rock, pop, música erudita contemporânea, sons, ruídos eletroacústicos e música clássica, fantasia e delírio, foram habilmente mescladas com as sequências do filme, que resultam em momentos de pura poética audiovisual. Como se as imagens e toda a narrativa estivessem possuídas, dominadas por uma possessão de natureza esotérica, destinadas a um rumo soturno e sem volta.


Numa das cenas mais interessantes, Stefan, alucinado, corre em direção a um moinho, e luta contra ele. Uma menção direta ao livro Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, e ligeiramente óbvia, se não fosse o teor lisérgico da tomada. Esta imagem acabou por se tornar a capa do disco do Pink Floyd, chamado Original Motion Picture Soundtrack from the film More. O resultado ficou tão interessante que logo em seguida Michelangelo Antonioni escalou o grupo para participar da trilha de Zabriskie Point(idem, 1970). A banda quase acabou se destinando a ser uma especialista em trilha sonora de filmes, visto que até Stanley Kubrick relutou para que participassem de Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971), o que de última hora foi evitado por Roger Waters – a suíte Atom Heart Mother, que abre o disco homônimo, e se estende por todo o lado A, deveria estar no filme – uma polêmica não totalmente esclarecida até hoje. Mais tarde a banda participaria da trilha de diversos outros filmes, e viriam ainda o musical The Wall (idem, 1982), de Alan Parker, e até mesmo a questionável coincidência da combinação entre o disco The Dark Side Of The Moon e O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939).

Este filme é muito, muito famoso entre os fãs de Pink Floyd, principalmente aqueles fãs mais interessados em seus trabalhos experimentais, feitos entre 1966 e 1972. O porquê disso, é : a trilha sonora do filme é, sim , o disco "Music from the film More", popularmente conhecido como "More". Todas as faixas executadas ao longo do filme são de autoria do Pink Floyd, e em grande parte são instrumentais.

Uma das características da trilha sonora de More, a exceção do tema de abertura, é que o diretor Barbet Schroeder queria que a música fosse diegética, isto é, o que os personagens ouvem é o mesmo que o publico esta escutando ao assistir o filme. Isso fica evidente quando em um determinado momento, a musica do filme para, e a câmera foca a fita cassete parada para demonstrar que a trilha ouvida pelos expectadores é a mesma dos personagens, uma novidade na época.


Muitos fãs não conseguem identificar o álbum More como um trabalho normal da banda, pois de longe é um dos que tem as músicas mais experimentais ou instrumentais. Isso envolve o filme de uma maneira extraordinária, o que torna a trilha sonora muito mais do que um complemento.
A interação filme-música é simplesmente fantástica.



More - 1969

Lado A
1. "Cirrus Minor" (Waters) - 5:18
2. "The Nile Song" (Waters) - 3:26
3. "Crying Song" (Waters) - 3:33
4. "Up the Khyber" (Mason, Wright) - 2:12
5. "Green Is the Colour" (Waters) - 2:58
6. "Cymbaline" (Waters) - 4:50
7. "Party Sequence" (Wright, Waters, Mason, Gilmour) - 1:07

Lado B
1. "Main Theme"(Wright, Waters, Mason, Gilmour) - 5:28
2. "Ibiza Bar" (Wright, Waters, Mason, Gilmour)- 3:19
3. "More Blues" (Wright, Waters, Mason, Gilmour)- 2:12
4. "Quicksilver" (Wright, Waters, Mason, Gilmour)- 7:13
5. "A Spanish Piece" (Gilmour) - 1:05
6. "Dramatic Theme" (Wright, Waters, Mason, Gilmour) - 2:15


David Gilmour - guitarra, violão, vocais, efeitos
Roger Waters - baixo, gongo, violão, vocais
Nick Mason - bateria, percussão
Richard Wright - teclados, vibrafone, vocais

O grupo Dimensão Experimental apoia mais essa iniciativa do Clube de Cultura.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Pink Floyd no Cinema - Clube de Cultura - amanhã quinta dia 17/11/2016







Na próxima quinta-feira, 17 de novembro, às 19h30min, o Clube de Cultura de Porto Alegre, rua Ramiro Barcelos 1853, estreia o ciclo Pink Floyd no Cinema. Serão apresentados filmes de 1968 a 1972 que o grupo de rock progressivo inglês Pink Floyd compôs a trilha sonora mais o documentário Live at Pompeii. O filme de estreia, O Comitê, de Peter Sykes, 1968, começa com um texto extenso do economista europeu Joseph Schumpter que serve como introdução e explicação da história: “O que mais me toca e para mim parece ser o núcleo do problema, é que o senso de realidade tenha se perdido por completo…”. Esta frase, desde a perspectiva dos anos 1960, é a chave das transformações sociais que viveu o mundo; e, visto desde a nossa atual perspectiva, percebemos que ainda tem vigência.
Nos primeiros minutos do filme, testemunhamos um assassinato bizarro que desencadeia uma série de tensões e conflitos, tendo a burocracia de um lado e a liberdade individual do outro. Esta é uma parábola fascinante sobre o conformismo e o pensamento livre, influenciados pelos questionamentos filosóficos do psiquiatra R. D. Laing e Harold Pinter. Além das questões existencialistas, a trilha sonora é histórica, com o grupo de rock progressivo Pink Floyd e a performance emblemática de The Crazy World of Arthur Brown. Durante 35 anos, este filme foi considerado perdido, alguns historiadores duvidavam até de sua existência real.
A música de "O Comitê" pode ser considerada como o primeiro trabalho do Pink Floyd sem a participação de Syd Barrett, exceto o compacto "It Would Be So Nice"/Julia Dream" que fazia parte das sessões de gravação do segundo álbum "A Saucerfull of Secrets" no qual ele tinha algumas participações inclusive como compositor . Barrett, vencido pelo abuso de LSD, foi substituído por David Gilmour no inicio de 1968. Rick Wright estava no comando do processo criativo desta trilha sonora. Seus teclados são o grande destaque, muito embora os efeitos especiais da guitarra de Gilmour, a percussão de Nick Mason e o baixo de Roger Waters também contribuem substancialmente na arquitetura sonora da música composta para esta película. Uma versão embrionária de "Careful with That Axe, Eugene" está presente num dos momentos mais filosóficos do filme, quando ocorre o debate entre o diretor do Comitê (Robert Langdon Lloyd) e o personagem central (Paul Jones, membro do grupo de rock psicodélico Manfred Man), representando o confronto entre o poder do Estado e o individuo. A incrível performance de The Crazy World of Arthur Brown, interpretando a canção "Nightmare" é um dos pontos altos deste cult film.
O grupo Dimensão Experimental saúda o Clube de Cultura por mais essa iniciativa. Este projeto do Clube de Cultura é uma boa opção em Porto Alegre para quem é amante da sétima arte e/ou não teve a oportunidade de ver filmes inéditos e de pouca circulação.

Ciclo Pink Floyd no Cinema no Clube de Cultura

Dia 17/11/2016 - O O Comiteê 1968 de Peter Sykes 60 min.

Dia 24/11/2016 - More 1969 de Barbet Schroeder 110 min.

Dia 01/12/2016 - Zabriskie Point 1970 de Michelangelo Antonioni 110 min.

Dia 08/12/2016 - La Vallé - 1972 de Barbet Schroeder 100 min.

Dia 15/12/2016 - Pink Floyd Live ata Pompeii 1972 de Adrian Maben 75 min.