terça-feira, 24 de outubro de 2017

Cine Clube de Cultura - Ciclo Outubro Vermelho - Sergei Eisenstein e a Revolução Russa - Outubro (1928) nesta quinta dia 26/10/2017 Entrada Franca


Ciclo Outubro Vermelho

No ano do centenário da Revolução Russa, o Cine Clube de Cultura exibirá, no mês de outubro, três filmes do cineasta Sergei Eisenstein.

Sergei Mikhailovich Eisenstein (Riga, Letônia, 23 de janeiro de 1898 - Moscou, Rússia, 11 de fevereiro de 1948) foi um professor, pensador, diretor, roteirista e editor russo. Um dos nomes fundamentais na consolidação da linguagem das imagens em movimento, sua obra é até hoje objeto de estudo para todo o admirador e profissional da sétima arte.

Quando jovem, Eisenstein frequentou uma escola estatal de ciências, de forma a preparar-se para a escola de engenharia, seguindo os passos do seu pai. Encontrou tempo, no entanto, para ampliar seu conhecimento lendo várias obras em russo, alemão, inglês e francês, bem como compondo desenhos animados e atuando num grupo de teatro infantil que ele mesmo fundou.
Em 1915, mudou-se para Petrogrado para continuar seus estudos no Instituto de Engenharia Civil, onde seu pai também havia se formado. Por conta própria, ele também estudou arte renascentista e assistiu a produções de vanguarda do teatro de Vsevolod Meyerhold e Nikolai Yevreinov.

O primeiro filme de Eisenstein, o revolucionário "A Greve", foi produzido em 1924, mostrando que arte e política podiam andar juntas. No longa, ele propõe uma nova forma de edição, a "montagem de atrações", em que as imagens são escolhidas arbitrariamente e independente da ação, apresentadas não em seqüência cronológica, mas de qualquer maneira para extrair o máximo de impacto psicológico.
No ano seguinte, com apenas 27 anos, dirige aquele que provavelmente é sua grande obra-prima, "O Encouraçado Potemkin”, filme dos mais importantes da história do cinema. Filmado em apenas dois meses e montado com extraordinário apuro técnico.



Logo depois faz “Outubro”, um filme produzido para as comemorações do décimo aniversário da Revolução de Outubro de 1917, mas lançado apenas em 1928, em virtude de todas as cenas que incluíam a personagem Leon Trotsky, um dos líderes da revolta, terem sido cortadas. Na re-edição do filme as cenas cortadas foram reintroduzidas.
Com o sucesso de seus três filmes russos, Eisenstein é convidado pela MGM para trabalhar nos Estados Unidos, onde não se adaptou ao estilo industrial de Hollywood. Resolve então voltar à União Soviética, e é encarregado de filmar Alexander Nevsky, num momento em que os nazistas iniciavam seu projeto de guerra. O filme torna-se mais um clássico do diretor russo, que vai logo depois conceber uma trilogia sobre Ivã IV, "o Terrível". Antes de iniciar a terceira sequência, morre de ataque cardíaco

Fonte: infoescola

Confira a programação e participe.
A entrada é franca.

05 de outubro, às 19h30 – A Greve (1924)

19 de outubro, às 19h30 – Encouraçado Potemkin (1925)

26 de outubro, às 19h30 – Outubro ( 1928)

Local: Clube de Cultura, rua Ramiro Barcelos, 1853.

Apoio:
E o Vídeo Levou

O Grupo Dimensão Experimental é apoiador desse evento do Clube de Cultura.



Outubro (1928), PB, 107 min.
Sinopse: Em tom de documentário, o filme recria acontecimentos em Petrogrado, na Rússia, desde o fim da monarquia, em fevereiro de 1917, até o fim do governo provisório em novembro do mesmo ano.

Sergei Eisenstein foi um dos mais importantes cineastas soviéticos, que participou ativamente da Revolução Russa, e posteriormente se decepcionou com a direção tomada por ela. Ele produziu filmes importantes como: Encouraçado Potemkin, A Greve, Outubro, Alexander Nevsky e Ivan O Terrível.
O filme dramatiza o ano que antecede e inclui os eventos em Outubro, que culminaram com o Partido Bolchevique, tomando o controle político e militar da Rússia e criando a União Soviética.



O efeito de montagem utilizado por Eisenstein consistia em diminuir o tempo, que o público tinha para entender a informação de cada cena.
Esse procedimento aumenta a tensão da cena, deixando a sequencia mais intensa. Em Outubro, o cineasta também utilizou a montagem intelectual, que é caracterizada pela inserção de assuntos em uma sequência de grande carga emocional.

Segundo a biografia de Eisenstein de Oksana Bulgakowa, o diretor planejou originalmente um filme muito detalhado, caracterizando todas as vitórias do Exército Vermelho sob o comando de Trotsky. Seria uma obra que cobriria toda a guerra civil.



O plano foi vetado pelo Partido Comunista, que o obrigaram a restringir-se aos acontecimentos em Petrogrado em 1917.
Em 1927, o filme inacabado seria exibido pela primeira vez no Teatro Bolshoi. No mesmo dia veio uma diretriz, exigindo que Trotsky fosse eliminado do longa.
O próprio Stálin chegou à sala de edição de Eisenstein para se certificar de que Trotsky havia sido realmente retirado.
Um ponto é nítido, é que Eisenstein pretendia representar dois líderes revolucionários, Lenin e Trótsky. O último ficou reduzido a poucas aparições e chegou até mesmo a ser colocado como inimigo da revolução.



Trotsky foi presidente do soviete de Petrogrado a partir de 25 de setembro de 1917 e foi uma personalidade importantíssima para a Revolução.
Eisenstein usa de grande habilidade para retratar Alexander Kerensky, chefe do governo provisório.
O diretor o caracteriza como um democrata, que se sente parte da aristocracia. Em uma cena aparece o quarto do czar e Kerensky olhando um pavão mecânico, que simboliza ele mesmo: Um boneco de ventríloquo.



De maneira humorística o diretor utiliza várias estátuas de Napoleão para demonstrar o parentesco mental de Kerensky com o general Kornilov, que liderava a contra revolução.
Uma parte importante do filme é o destaque para a participação feminina, com as cenas do “Batalhão Feminino” e a legenda de que elas iriam até a última gota de sangue, em contrapartida no início da obra aparecem as mulheres burguesas, batendo nos revolucionários com guarda-chuva.
Eisenstein concebeu Outubro de maneira dialética. Com 5 atos e cada começa com uma tese, depois temos uma antítese e no final resolveu o conflito com uma síntese.
Os mencheviques são retratados de maneira sinistra e o Exército Branco como pessoas más, que tiram uma espada em que está escrito: “Deus está conosco”. Uma crítica direta ao apoio da Igreja Ortodoxa ao czar.

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