quarta-feira, 10 de maio de 2017

Cine Clube de Cultura - Ciclo Herzog - Os Anões Também Começaram Pequenos 1970 amanhã - entrada franca


O Cine Clube de Cultura tem por objetivo apresentar filmes de vários períodos e de diversas nacionalidades, pouco conhecidos do grande público e que estão fora do circuito comercial.

No mês de maio, serão exibidos os 4 primeiros longas-metragens de ficção do premiado diretor alemão Werner Herzog, que possui uma extensa filmografia.

04/05/2017 - Sinais de Vida (1968 - Drama - 1h 35m)
11/05/2017 - Os Anões Também Começaram Pequenos (1970 - Comédia dramática/Drama - 1h 36m)
18/05/2017 - Aguirre, a Cólera dos Deuses (1972 - Drama/Ficção histórica - 1h 34m)
25/05/2017 - O Enigma de Kaspar Hauser (1974 - Drama/Ficção histórica - 1h 50m)

A entrada é franca e não necessita de agendamento prévio.
Local: Clube de Cultura, rua Ramiro Barcelos, 1953.

Amanhã dia 11 de maio, a partir das 19h30min será apresentado o segundo longa de ficção do cineasta.


Os Anões Também Começaram Pequenos
1970 ‧ Comédia dramática/Drama ‧ 1h 36m
Data de lançamento: 2 de fevereiro de 1971 (Alemanha Ocidental)
Direção: Werner Herzog
Música composta por: Florian Fricke
Roteiro: Werner Herzog
Orçamento: 200.000 USD
Elenco: Helmut Döring, Paul Glauer, Gerd Gickel, Gisela Hertwig, mais

Sinopse: Num mundo onde todos são anões, um grupo de jovens que moram num orfanato estavam cansados das regras, e resolvem se rebelar. Enquanto um deles é pego pelo diretor na fuga, os outros transformam a instituição em completa anarquia.
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O mundo sob o ponto de vista dos anões. Em seu segundo longa de ficção, Werner Herzog reduz seu universo a um reformatório constituído somente por pigmeus, todos com comportamento semelhantes à delinquentes, retardados ou desajustados sociais. Num ambiente com ares de colônia penal isolada, em resposta a um simples pedido negado pelo pedagogo da instituição, o grupo de internos esboça uma fuga. Enquanto um deles é pego pelo diretor-responsável, os demais iniciam uma rebelião, tomando conta do local e confinando o diretor (o próprio pedagogo) num canto do seu gabinete.


A partir de então Também os Anões Começaram Pequenos se converte na maior coleção de bizarrices e estripulias na filmografia de Herzog, num processo orgíaco de vandalismo e irresponsabilidade, um ciclo de violência contra animais ou objetos da instituição (ou de uns contra os outros), instaurando um mundo sem regras ou ordem, entre o grotesco e a crueldade, o choque e o ridículo.

O filme inteiro se esmera em sequências de destruição, nas quais a ação descontrolada do elenco de anões causou o atropelamento real de um deles, o mesmo que se incendiaria numa das cenas com fogo, sendo salvo pelo próprio Herzog que se atirou em cima dele. Conta-se inclusive que Herzog prometeu aos anões que pularia num campo de cactos se eles conseguissem fazer o filme. Promessa cumprida pelo cineasta.


Não deve haver filme de Werner Herzog que provoque mais gargalhada (ainda que sempre com uma carga de sobressalto) do que essa comédia de humor negro do começo de sua carreira, sem que ele se reduza somente a uma piada em cima de um ponto de partida bastante bizarro. Revê-lo, entretanto, faz com que ele não resulte num impacto semelhante ao da descoberta. Sua loucura toda provoca um afastamento, ficando aquela coisa incessante que só desperta interesse de longe. Mas o espanto jamais cessa defronte de suas imagens. No desfecho, justamente o que deveria ser o mais lúcido de todos os personagens joga a pá de cal e comete as loucuras finais que coroam Também os Anões Começaram Pequenos como o trabalho mais inclassificável de Werner Herzog.

O grupo Dimensão Experimental apóia essa iniciativa do Clube de Cultura de Porto Alegre

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