



Anemic Cinema de Marcel Duchamp



Fotos Dimensão Experimental shows Arthur Castilhos


Fotos do Dimensão Experimental Daniel Faillace Vieira
No próximo sábado dia 25/09/2010 o grupo Dimensão Experimental participará da "Vira Cultural" promovida pela Casa de Cultura Mário Quintana em comemoração aos seus 20 anos. O Dimensão Experimental vai estreiar o projeto "Música, Cinema e Memória" ás 18 horas na sala de cinema Paulo Amorim com entrada franca.
"MÚSICA, CINEMA E MEMÓRIA"
Para grande parte do público, cinema experimental soa como coisa distante, inacessível. Uma experiência para iniciados. O projeto “Musica Cinema e Memória” de autoria do grupo de música instrumental Dimensão Experimental em parceria com a Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ) vai provar que esta é uma idéia equivocada, afinal, descobrir novas possibilidades da linguagem cinematográfica é tarefa que tem acompanhado os criadores do cinema desde os primeiros tempos. Em 1911, o poeta e jornalista italiano Ricciotto Canuto, amigo de Apollinaire, Braque e Fernand Léger, publicou uma espécie de panfleto intitulado Manifesto das Sete Artes, no qual defendia, para a chamada ‘sétima arte’, total autonomia da narrativa da literatura e do teatro. O cinema, para Canuto, não usava a ‘camisa-de-força’ do roteiro. Deveria ser uma experiência livre, tanto em sua abordagem artística quanto no conteúdo.
O AVANT-GARDE
Após a Primeira Guerra Mundial, a intranqüilidade econômica, política e social fragmentou os pontos de vista tradicionais, possibilitando a formação de um terreno fértil no plano cinematográfico.
O crítico e escritor Louis Delluc evidenciava na França o descontentamento com filmes comerciais, enquanto os artistas de vanguarda começavam a se interessar pela linguagem cinematográfica.
”Nos dez anos compreendidos entre 1921 e 1931, desenvolveu-se um movimento artístico independente na cinematografia. Este movimento denominou-se Avant-Garde... Este movimento de arte em filme foi paralelo a movimentos nas artes plásticas tais como o Expressionismo, o Futurismo, o Cubismo e o Dadaísmo. Foi não comercial, não representacional, mas internacional”. (Hans Richter in Art and Cinema, 1947).
Foram vários os cineastas que produziram cinema de vanguarda neste período e alguns traços marcantes destacamos: o evidente interesse em não agradar nem lisonjear o gosto do público; desejo de criar algo novo a qualquer preço virando as costas a toda a tradição literária e artística; menosprezo do argumento e do enredo, em benefício da livre fantasia e da divagação poética eximida de todo imperativo estético ou moral e a busca de um surrealismo irredutível ao mundo da inteligência, da lógica e da clara consciência, que nascerá de uma utilização da linguagem cinematográfica destinada a criar o insólito. Os filmes de Avant-Garde foram algumas vezes denominados de “cinema absoluto” ou de “cinema puro” devido sua ênfase nos valores rítmicos e estéticos.
A partir de 1930, surge uma conjuntura política de regimes totalitários que defende ideais conservadores extremamente hostis a todo movimento de vanguarda. Tais governos vão encarar o Avant-Garde como uma forma degenerada de arte e muitos vão chegar a censurar as obras e perseguir os realizadores. Além disso, as amargas realidades da depressão econômica forçavam os artistas a engajarem-se sociológica e politicamente. Portanto, as perspectivas da arte de vanguarda tornam-se remotas e sombrias, fazendo com que alguns criadores abandonassem a cinematografia ou realizassem filmes de caráter comercial, migrassem para a América, ou tornarem-se clandestinos.
FILMES
(com músicas compostas e interpretadas ao vivo pelo grupo Dimensão Experimental)
Os filmes e autores escolhidos que tiveram matérias públicadas no blog são os seguintes:
“Le Retour à La Raison” (1923) 2 min. – Man Ray
“Ballet Mécanique” (1924) 11 min. – Fernand Léger
“Cockeyed” (1925) – 3 min. – Alvin Knechte
“Anemic Cinema” (1926) 6 min. – Marcel Duchamp
“H 2 O” (1929) – 12 min. – Ralf Steiner
OBJETIVO
A intenção do Grupo Dimensão Experimental é oferecer ao espectador através de composições contemporâneas próprias a possibilidade do contato com um dos movimentos mais criativos que se produziu na história do cinema em seus primórdios, através de filmes até pouco tempo inéditos ou desconhecidos para o publico, em sua maioria, resgatando um pouco da magia do cinema mudo, musicando alguns dos clássicos do cinema avant-garde dos anos 20.
O projeto também contempla, após a projeção dos filmes e performance musical, a realização de um debate sobre a importância histórica do cinema avant-garde, com pessoas especializadas em cinema, história do cinema (historiadores, jornalistas, antropólogos, cineastas...) contextualizando-o, tendo como uma das pautas a influência da vanguarda no cinema, contrastando o passado com o presente, em especial as diferenças de paradigma da época em que eclodiu, quando as utopias e a revolução estavam na ordem do dia em contraposição com o momento atual em que estas mesmas utopias parecem esvaziadas com o objetivo de avaliar as perspectivas de um cinema experimental na atualidade por ocasião das novas tecnologias (cinema tridimensional, digital etc.).
DIMENSÃO EXPERIMENTAL
Com uma atmosfera sonora que busca combinar a tecnologia e acústica, o grupo Dimensão Experimental tem como proposta musical a fusão do erudito e o popular com o jazz e o rock progressivo-experimental criando com isto uma estética própria, através de seqüências harmônicas por vezes pouco convencionais servindo-se como complemento, de películas e imagens digitalizadas, podendo ser uma evocação ou assimilação das vanguardas históricas, enquanto ruptura com produções conformistas contrastando passado e presente por meio das diversas formas de expressão cultural do homem, de lado a lado com o tempo e o cotidiano.
O grupo Dimensão Experimental foi criado em setembro de 1991 e o nome do foi inspirado no titulo do filme avant-garde / experimental do cineasta americano Dwinnel Grant “Three Dimensional Experiments” de 1945. Ao longo de sua história o grupo Dimensão Experimental realizou vários trabalhos destacando-se seu álbum estréia “A Dimensão Experimental” (1993), as trilhas sonoras dos documentários “Porto Alegre” (1993), “Taím, um Paraíso Ecológico” (1994), “Torres” (1995) e “55 Anos do Sesi” (2002) produzidos pela extinta Vídeo – Puc. Participou de vários projetos culturais promovidos pela prefeitura de Porto Alegre como “Musica Instrumental no Gasômetro”, “Fim de Tarde” entre outros se apresentando em vários palcos da capital como: Teatro de Câmara Túlio Piva, Sala Radamés Gnatalli, Teatro Renascença, e Terraço de Usina do Gasômetro.
Em 2009, lançou o vídeo All Wright (uma homenagem ao tecladista do Pink Floyd, Rick Wright) e o seu mais novo CD “O Mito do Eterno Retorno” apresentando-se ao vivo na Sala Álvaro Moreyra, no Teatro Carlos Carvalho (“36 Horas de Cultura” promovido pela CCMQ), bem como nos projetos “Viver e Inspirar Cultura – Arte para Elis” na Sala-acervo Elis Regina (09/05/2010) e “Musica Instrumental” no Teatro Carlos Carvalho (06/07/2010), ambos promovidos pela CCMQ.
Pesquisa e texto: Klaus Farina – Historiador, Músico, Compositor e Produtor Cultural.
Discografia Independente:
A Dimensão Experimental - 1993
Trilhas - 1995 (inclui as trilhas sonoras dos documentários de Porto Alegre, Taím e Torres)
Sons, Colagens e Performances Variadas (ao vivo) - 1997
55 Anos do SESI - 2002
O Mito do Eterno Retorno - 2009
ROTEIRO DO PROJETO “MÚSICA, CINEMA E MEMÓRIA”
FILME / APRESENTAÇÃO AUTOR MÚSICAS
1 - Apresentação do filme por Yury Hendrik
2 - Le Retour à La Raison - 2 min. - 1923 de Man Ray.
Música: Le Retour à La Raison (Farina/Sabóia)
3 - Apresentação do filme por Yury Hendrik
4 - Cockeyed – 3 min. - 1925 de Alvin Knechten.
Música: *Naylamp (Farina/Sabóia/Schmitt)
5 - Apresentação do filme por Yury Hendrik
6 - H2O – 12 min. - 1929 de Ralph Steiner.
Músicas: Akvo (Farina/Sabóia) e *All Wright (Farina)
7 - Apresentação do filme por Yury Hendrk
8 - Ballet Méchanique – 11min - 1924 de Fernand Léger.
Músicas: Imago Mundi (Farina) e O Sagrado e o Profano (Farina)
9 - Apresentação do filme por Yury Hendrik
10 - Anémic Cinèma – 6 min. - 1926 de Marcel Duchamp.
Música: *Fórum Social Mundial (Farina)
11 - Palestra com o Cineasta Yury Hendrik sobre a importância do cinema avant-garde dos anos 20 do séc. XX.
• * Músicas do álbum “O Mito do Eterno Retorno” do grupo Dimensão Experimental
• Performance musical do grupo Dimensão Experimental constituído por:
• Álvaro Sabóia – Teclados e Gaita de Boca
• Cláudio Schmitt – Teclados e Guitarra
• Klaus Farina – Teclados, Guitarra, Flauta e Programação Eletrônica.
• Palestrante: Yury Hendrik (cineasta)
• Fotografia do grupo Dimensão Experimental: Daniel Faillace Vieira
• Projeto de autoria do grupo Dimensão Experimental
• Músicas compostas e arranjadas pelo grupo Dimensão Experimental
• Produção e Direção: Dimensão Experimental
• Produção Executiva: Álvaro Sabóia e Klaus Farina
• Edição de imagem: Mauro Amaral, Érico Moraes e Klaus Farina
• Direção Geral e Pesquisa Histórica : Klaus Farina
• Apoio: Casa de Cultura Mário Quintana e Claus Farina Cia LTDA
• Contatos:
• www.dimensaoexperimental.blogspot.com
• E-mail: clausfarina@yahoo.com.br
• Fones: 51 84294457 ou 51 33325412
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